A onda de calor e de incêndios que assola o país parece não ter afetado a sensação positiva de quem vive na Região Sudeste. Essa é uma das conclusões da última Pesquisa Bimestral Radar Febraban, da Federação Brasileira de Bancos, que avalia a percepção e expectativa da sociedade sobre a vida, aspectos da economia e prioridades para o país.
Ao serem perguntados se o Brasil estava melhor agora do que no ano passado, 48% dos moradores da região responderam que o país se encontrava em melhor situação. O resultado significa um crescimento de seis pontos percentuais em relação à visão de julho passado. Foi a única região em que houve aumento da avaliação positiva sobre o país em toda a pesquisa. Todas as demais registraram decréscimo nessa avaliação: Norte teve 14 pontos percentuais a menos, seguido do Nordeste (-12), Sul (-7) e Centro-Oeste (-5).
Ainda em relação aos resultados do Sudeste, 26% disseram que o país está igual em relação ao ano passado; 26% acreditam que o país piorou, enquanto 1% não souberam ou não quiseram responder.
Na média nacional, 42% avaliaram que o país melhorou em relação a 2023, quatro pontos a menos que o registrado em julho. É praticamente estável o contingente que acha que o país está igual ao ano passado (32%, um ponto a mais que na onda anterior). Por sua vez, a percepção de piora sofreu variação de mais dois pontos, indo de 23% em julho para 25% em setembro. Considerado o horizonte de 12 meses, o movimento também é de recuo da percepção de melhoria.
A análise da pesquisa destaca que o Brasil vive “a pior seca dos últimos 70 anos, o que tem provocado ondas de calor, graves queimadas e ondas de fumaça em grande parte do país, afetando a saúde da população, os preços dos alimentos, a economia dos municípios, entre outros. Como os resultados do levantamento atual mostram, esse cenário afeta o humor da sociedade, a agenda de prioridades e a percepção sobre o país”.
Ainda segundo a pesquisa, a preocupação em relação ao país não impede o otimismo do brasileiro em relação à vida pessoal: 66% dos entrevistados na região acreditam que até o final de 2024 a vida pessoal e de sua família vão melhorar, enquanto 30% disseram que essa situação vai ficar igual ou piorar.
“O que explica o paradoxo, à primeira vista, entre a percepção do país e os sentimentos quanto à vida pessoal? A visão do país foi afetada pela repercussão da tragédia natural – seca severa e queimadas generalizadas – ao passo que a dinâmica da economia, com baixo desemprego e PIB em ascensão, leva as pessoas a serem otimistas na dimensão pessoal”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), responsável pelo estudo junto à Febraban.
No Senado, projeto apresentado nesta semana pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) prevê que provocar incêndios em florestas possa ser considerado ato de terrorismo. O PL 3.775/2024, que ainda aguarda sua distribuição às comissões, equipara os incêndios florestais que causarem terror generalizado a atos como usar explosivos para destruição em massa ou sabotar mecanismos de controle de aeroportos, escolas e hospitais. Assim, o incêndio que for considerado ato de terrorismo poderá imputar ao criminoso uma pena de 12 a 30 anos de prisão.
Além de fazer alterações na lei que define o terrorismo (Lei 13.260, de 2016), o texto também altera a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 1998) para criar uma condição agravante na pena dos incêndios criminosos nas florestas que não forem considerados atos de terrorismo. Hoje a pena prevista é de dois a quatro anos de cadeia e multa. O projeto de Kajuru acrescenta um parágrafo para estabelecer que a pena será de seis a 12 anos de cadeia, além da multa, se o incêndio for provocado por razões políticas ou ideológicas. No caso de crime culposo, a pena será de um a dois anos de detenção e multa. Hoje, além da multa, a lei prevê pena de seis meses a um ano de cadeia.
Na justificativa do projeto, Kajuru afirma que a maioria dos milhares de incêndios em florestas e matas observados no Brasil em 2024 foram provocados criminosamente. Ele argumenta que esses incêndios “causaram terror generalizado e expuseram a perigo pessoas, bens públicos e privados e atentaram contra a paz e a incolumidade pública, razão pela qual merecem ser caracterizados como atos de terrorismo”. De acordo com o senador, somente “pelo endurecimento da resposta penal é que se conseguirá inibir ou, pelo menos, fazer diminuir o número de ocorrência desse crime repugnante”.
Com informações da Agência Brasil e da Agência Senado
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