Final de quinta-feira, manifestação pacífica chegou ao final no Centro, cerca de 20 mil pessoas se dispersam. Entram em ação então a Polícia do Rio de Janeiro e um obscuro grupo de pessoas vestidas de preto. Começa a confusão. Um repórter de televisão filma uma caixa com coquetéis molotov na Av. Rio Branco (como se baderneiros levassem armas em engradados). A Polícia apreende os artefatos.
Um jornalista do MONITOR MERCANTIL assiste ao início dos confrontos num bar da Cinelândia. Liga para o jornal e conta o que está vendo. Calejado das manifestações na época da ditadura, afirma que nem no regime militar viu repressão tão violenta. Passados uns 15 minutos, a PM lança mais de 10 bombas dentro do bar onde o nosso colega se encontrava.
Ninguém duvida que há policiais a paisana infiltrados entre os manifestantes. Normal. Ninguém também é leviano a ponto de afirmar que policiais sem uniforme estão por trás das provocações. Mas não resta dúvida que a ação da Polícia do governador Sérgio Cabral precisa ser investigada e modificada imediatamente.
Em São Paulo, o destempero da Polícia colocou lenha nas manifestações. Talvez mais por isso do que pela correção de autoridade pública, o governador Geraldo Alckmin segurou a violência da repressão. No Rio de Janeiro, desde o primeiro protesto, a reação policial é desmedida. Como foi ao retirar os manifestantes acampados na porta do governador, há uma semana (só conseguiu engrossar o protesto).
Talvez do helicóptero em que se desloca pela cidade o governador Sérgio Cabral não veja nada disso. Mas é hora de controlar sua Polícia.
Veneno
O aumento da taxa básica de juros para 8,5% “é um novo golpe para os setores da economia que ainda pensam em investir. Tal medida não é a solução aos nossos problemas, a despeito do que podem afirmar alguns economistas, e ainda elevam os gastos com a dívida pública. Com o baixo nível de atividade econômica em que o Brasil se encontra, estamos na contramão de outros países que estão baixando as taxas de juros para reativar suas economias”, protesta o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho. Ele finaliza: “Será que querem baixar ainda mais o nível da atividade econômica?”
De grão em grão
Mais de 136 mil brasileiros foram contratados por microempreendedores individuais em todo o país nos últimos quatro anos; em 2012, foram mais de 70 mil. De acordo com o Sindicato das Empresas Contábeis do Rio (Sescon-RJ), os números mostram como a formalização pode desempenhar um importante papel sócio econômico. Os microempreendedores individuais podem ter até um funcionário.
Participação popular
Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval, que congrega a indústria naval, vê com bons olhos a discussão da reforma política, que pode ser uma forma de aumentar a participação popular nas grandes decisões do país. Rocha, que não é filiado nem apóia nenhum partido, faz questão de frisar que seu partido é o da indústria brasileira. Ele disputa a presidência da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) com a bandeira de fortalecer o desenvolvimento do estado e do país.
Opep da soja
Para tentar aumentar o poder de barganha dos países produtores de commodities, que não têm nenhuma força diante de especuladores e da poderosa China, principal destino de produtos como minério e soja, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, sugeriu a criação de um bloco que seria uma espécie de Opep dos fornecedores de produtos primários, que coordenaria uma política de regularização de estoques.
Cliente manda
Para o Brasil, Castro é mais um a sugerir uma estratégia de desenvolvimento. “Não temos plano B. É só produzir e embarcar. Temos que valorizar nosso único trunfo. A China compra quando quer, pelo preço que quer”, resume.