Questão de imagem

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O Brasil pode conseguir crescimento de 0,7 ponto percentual no PIB e de 0,5 ponto na geração de empregos durante a Copa do Mundo de 2014, calcula a FecomercioSP. A estimativa oficial é de 600 mil turistas estrangeiros, mas a Federação acredita que o número deve chegar à metade, como aconteceu na África do Sul.
Para o presidente do Conselho de Turismo e Negócios da FecomercioSP, Marcelo Calado, as expectativas positivas parecem exageradas frente aos investimentos efetivos e a capacidade da economia nacional. “Haverá benefício na imagem do país para o resto do mundo, mas, mesmo assim, não é pequeno o risco de desapontamento”, ponderou.

Adia, mas faz
O setor hoteleiro não deve ter resultados muito acima da média em cidades como São Paulo. O fluxo de turistas nacionais e internacionais aumenta, mas os hotéis deixam de receber, no período da Copa, eventos corporativos. Em Londres, o turista tradicional sumiu durante as Olimpíadas de 2012.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo, Bruno Omori, o conflito de agendas, no entanto, não deve prejudicar o setor, pois há uma tendência de remanejamento dos eventos corporativos, e não de cancelamento.
A hotelaria brasileira já conta com número de leitos superior ao exigido pela Fifa, e o setor deve investir um total de R$ 7 bilhões até o ano que vem para a prestação de serviços, conta o presidente do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil, Roberto Rotter, que participou de discussões sobre a Copa de 2014 na Fecomercio-SP.

Lojistas nas ruas
Para manter a cobrança do adicional de 10% sobre a multa do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)  – que já deveria ter acabado há três anos – o deputado Arthur Lira (PP-AL) apresentou o Projeto de Lei 5.844/2013, que determina que o pagamento extra seja destinado ao programa Minha Casa Minha Vida. O presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, repudia essa possível manobra política, que, além de não beneficiar o trabalhador brasileiro, prejudica as empresas, sobretudo as micro e pequenas.
“No sentido inverso de tudo que vem sendo pedido nas ruas pela população, o Congresso apresenta um projeto que arrocha ainda mais o consumo interno. Se necessário for, o movimento lojista vai engrossar o coro dos manifestantes nas ruas”, afirma Pellizzaro Junior.

Certificado
O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef Nacional) irá certificar 25 das 82 empresas que se inscreveram no Prêmio Ibef de Sustentabilidade 2013. Dentre as certificadas, dez serão vencedoras, duas em cada categoria. O evento de certificação e premiação acontecerá em 30 de julho, no Jockey Club Brasileiro. O Prêmio, que conta com o patrocínio da Petrobras, Sebrae, Deloitte e Oi, reconhece práticas de desenvolvimento das organizações e estimula a adoção de ações sustentáveis.

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Alheios às ruas
Vai levar muito tempo para se entender a real extensão das manifestações que explodiram pelo Brasil, o que querem os que foram às ruas e, mais ainda, como moldar um país que atenda aos interesses de cidadania. Mas os três partidos da oposição conservadora – PSDB, DEM e PPS – mostraram que nada entenderam do recado das ruas. Ao tentar restringir a discussão a “melhoria de serviços públicos” e “combate à corrupção”, acabam por comprovar, os três, por que a massa que se manifestou não se sente representada pelo sistema partidário atual.
O desejo de participação popular é evidente, e o condomínio tucano-petista não responde a esse anseio. Mais: em todo o mundo, as eleições e a prática democrática tal qual são hoje estão sendo muito questionadas. Pode-se não saber exatamente o que fazer. Mas fechar os olhos e ouvidos e pensar apenas em 2014 é um grande erro.

Muito mais que isso
Exemplo de distância da realidade é dada pela agência de rating Fitch, que restringe as manifestações populares a uma demanda “das expectativas não atendidas da chamada ‘nova classe média’, como educação, transporte, saúde, segurança e a suposta corrupção política”. “Após o cancelamento generalizado de aumentos das tarifas de transporte, as manifestações públicas buscam agora pressionar, em níveis federal, estadual e municipal, por melhoras nos serviços públicos, independente da orientação política dos governos”, diz a Fitch.
 

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