Quintal do mundo

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Quais os países mais bem posicionados no ranking mundial de sustentabilidade? De acordo com o Environmental Performance Index (EPI), apurado a cada dois anos pelas universidades norte-americanas de Yale e de Columbia, entre 180 países observados, com base em 20 indicadores, distribuídos em nove categorias (recursos naturais, florestas, energia e clima, recursos pesqueiros, agricultura, recursos hídricos, água e saneamento, saúde, e qualidade do ar), a Finlândia ocupa a primeira posição (90,68 pontos; 5,4 milhões de habitantes). Cada indicador tem seu peso específico.

 

Seguem Islândia (90,51 pontos; 320 mil habitantes), Suécia (90,43 pontos; 9,6 milhões de habitantes), Dinamarca (89,21 pontos; 5,6 milhões de habitantes), Eslovênia (88,98 pontos; 2 milhões de habitantes), Espanha (88,91 pontos; 46,6 milhões de habitantes), Portugal (88,63 pontos; 10,5 milhões de habitantes), Estônia (88,59 pontos; 1,3 milhão de habitantes), Malta (88,48 pontos; 420 mil habitantes), França (88,20 pontos; 65,9 milhões de habitantes), Nova Zelândia (88 pontos; 4,4 milhões de habitantes), Reino Unido (87,38 pontos; 64,1 milhões de habitantes), Austrália (87,2 2 pontos; 23,1 milhões de habitantes), Singapura (87,04 pontos; 5,4 milhões de habitantes), Croácia (86,98 pontos; 4,2 milhões de habitantes), Suíça (86,93 pontos; 8,0 milhões de habitantes), Noruega (86,90 pontos; 5,0 milhões de habitantes), Áustria (86,64 pontos; 8,4 milhões de habitantes), Irlanda (86,60 pontos; 4,6 milhões de habitantes) e Luxemburgo (86,58 pontos; 540 mil habitantes). Atrás de Cuba e da Argentina, o Brasil está situado na 46ª posição (78,90 pontos).

 

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Empresa originada na bem ranqueada Noruega, a Hydro/Alunorte (www.hydro.com), em sua página, apresenta-se como responsável pela exploração de recursos naturais, transformando-os em produtos, sendo o alumínio o principal. Acrescenta: “A natureza e o que ela nos dá formam a base de tudo que fazemos. Esse é um dos motivos por que não podemos ser indiferentes a como nossa produção e nossos produtos afetam o ambiente”.

 

No capítulo “Gestão de recursos”, o presidente-executivo da Hydro, Svein Richard Brandtzæg, informa: “Todos os dias empenhamos esforços para seguir as melhores práticas da indústria”. No tema “Emissões” acrescenta: “Além das mudanças climáticas e o consumo de energia, nossos desafios ambientais mais importantes estão ligados à geração de resíduos, emissões e biodiversidade.

 

Na última semana, a Hydro demonstrou o porquê da própria incredulidade, implícita no título “Energia”, que consta da sua página: “Como é possível gastar mais de 5 milhões de quilowatts de energia elétrica por hora e ao mesmo tempo professar uma preocupação com o clima e o meio ambiente?” Na prática, a Hydro não conseguiu.

 

Além de um vazamento de restos tóxicos de mineração, que contaminou várias comunidades de Barcarena (Pará), a multinacional Hydro usou uma “tubulação clandestina de lançamento de efluentes não tratados” em um conjunto de nascentes do rio Muripi, conforme o laudo divulgado pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), do Ministério da Saúde. Após negar irregularidades, em nota, a Hydro admitiu ser verdadeira a existência do canal denunciado por pesquisadores do IEC.

 

A multinacional, produtora de alumínio, cujo acionista majoritário é o Governo da Noruega, país bem situado no relatório contendo o ranking apurado pelas universidades de Yale e Columbia (contratado pelo World Economic Forum/WEF). Dias após a constatação do duto clandestino, uma barragem contendo soda cáustica e metais tóxicos rompeu, após chuvas fortes na região. O laudo do Ibama fala em níveis de contaminação por alumínio das águas dos rios da região até 25 vezes mais elevados do que os permitidos pela legislação ambiental.

 

Em 2017, enquanto o governo norueguês criticava o Brasil por conta do desmatamento na Amazônia, a BBC Brasil informava que a Hydro devia R$ 17 milhões ao Ibama, por conta de multas, em decorrência da autuação por contaminação de rios da região, em 2009. Assim fica fácil a Noruega aparecer bem na fotografia…

 

Futurismo aplicado

Nos dias 8 e 9 de março próximos, em São Paulo (SP), será realizado o workshop “Futurismo aplicado”, ministrado pela professora Rosa Alegria, referência máxima no tema. Mais informações pelo endereço [email protected]

 

Paulo Márcio de Mello é professor aposentado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

[email protected]

http://pauloarteeconomia.blogspot.com

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