Irradiação de alimentos pode reduzir fome no Brasil

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Frutas e verduras no lixo (Foto: Instituto Cidade Amiga)
Frutas e verduras no lixo (Foto: Instituto Cidade Amiga)

A redução nas perdas de alimentos podem ajudar a eliminar a fome no Brasil, que já atinge 33,1 milhões de pessoas, de acordo com dados da rede Penssan com apoio da Oxfam Brasil. Hoje existem várias técnicas de conservação, sendo uma das mais conhecidas a refrigeração. Mas a exposição à radiação ionizante, menos comentada aqui no Brasil, é uma realidade nos Estados Unidos, México, Austrália e vários países da Ásia.

“O Brasil desperdiça mais de 30% de tudo que é produzido. Se estivéssemos irradiando os alimentos, assim como é feito em vários países desenvolvidos, não estaríamos desperdiçando tanto”, comenta Patricia Wieland, membro do Conselho Curador da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan).

A técnica, segundo a especialista, é segura e simples, uma vez que o produto pode ser tratado já na sua embalagem final e nenhuma adição química é realizada. A irradiação de alimentos começou há muitos anos no País, e o Brasil tem capacidade técnica para evoluir e entrar no circuito mundial de exportação de alimentos tratados com essa técnica.

Tratar alimentos com radiação, além de prolongar sua vida útil, é um processo limpo e seguro, e os alimentos tratados com radiação são naturais, saudáveis e permanecem frescos por mais tempo, endossa Patrícia, doutora em Engenharia Industrial (PUC), Física e Mestre em Ciências Físicas (UFRJ).

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Uma das áreas beneficiadas seria a fruticultura, em que o Brasil tem planos para aumentar o consumo interno, assim como a exportação, dobrando o atual US$ 1 bilhão (em 2021, de acordo com a Abrafrutas). “O Brasil é terceiro produtor mundial de frutas, perdendo para a China e a Índia, mas apenas o 23º em exportação. Com o tratamento de alimentos com radiação poderia ter um escoamento de produção maior e está perdendo espaço para mercados emergentes que estão com capacidade crescente de irradiação de alimentos, reduzindo custos com logística e evitando as barreiras fitossanitária”, destaca Patrícia.

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