Ranking mensal de criptomoedas – setembro de 2025

Pelo ranking da QR Asset Management, em setembro as cinco criptomoedas com maior valorização foram Pump.Fun, Mantle, Avalanche, BNB e Monero.

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QR ASSET MANAGEMENT

Métrica: Foram analisadas as top 150 moedas por capitalização de mercado de acordo com a Coingecko. Qualquer ativo que começou ou terminou o mês no top 150 foi considerado, não sendo incluídos os ativos que começaram o mês no top 150 e terminaram fora do top 150. Em seguida, aplicamos um filtro que eliminou ativos que possuíam valor de mercado inferior a um bilhão de dólares no final do período.

O mês de setembro confirmou a tendência de queda dos juros nos Estados Unidos, com o FOMC realizando o primeiro corte do ano, reduzindo a taxa em 0,25%. O mercado já precifica um novo corte para o próximo encontro, em 29 de outubro. A inflação americana permaneceu em linha com as expectativas, em 2,9%. Apesar da perspectiva de novos cortes até o fim do ano, crescem as dúvidas sobre a saúde da economia e do mercado de trabalho norte-americano. A revisão do PIB para 3,8% e a força da temporada de balanços trouxeram sinais divergentes, reforçando a importância dos próximos indicadores para definir os rumos do mercado.

No universo cripto, continua chamando atenção como diferentes frentes estão evoluindo de forma complementar, construindo um ecossistema cada vez mais sofisticado. De um lado, vemos empresas de mineração como a BitMine se posicionando de forma inédita: a companhia revelou deter mais de 2,66 milhões de ethers em tesouraria — o equivalente a mais de 2% da oferta total do ativo. Esse movimento mostra o avanço das DATCs (Digital Assets Treasury Companies), empresas que possuem criptoativos em seus balanços, nas quais o Ethereum também demonstra relevância, além do Bitcoin.

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Ao mesmo tempo, o elo entre o sistema financeiro tradicional e o mundo blockchain também se fortalece. A SWIFT, que ainda hoje é a principal infraestrutura de pagamentos internacionais, vem testando uma integração direta com blockchains públicas em parceria com a ConsenSys. A implicação disso é profunda: se a rede que conecta bancos globais conseguir operar com a mesma fluidez em ativos digitais, passaremos a um cenário em que stablecoins e títulos tokenizados poderão circular com a mesma eficiência de uma transferência bancária tradicional, mas em escala global e com liquidação instantânea.

Historicamente, outubro tem se mostrado um mês positivo para o mercado de criptoativos. Após o “reset” observado no fim de setembro no mercado de derivativos, o ambiente atual sugere uma estrutura mais estável para o mercado spot.

Os indicadores on-chain reforçam essa leitura, com saídas líquidas de BTC das exchanges, sinalizando movimento de acumulação por parte dos investidores. Paralelamente, segue em aberto o debate sobre uma possível altseason, em meio ao aumento de empresas que direcionam parte de seu caixa para criptoativos.

Apesar de não estar no ranking do mês, é importante destacar a Solana, que teve desempenho consistente, impulsionada pelo movimento de players institucionais como Galaxy, Jump e Multicoin, que anunciaram a alocação de SOL em seus balanços.

A seguir, analisamos seis projetos de destaque em setembro. Três deles se sobressaíram pelo desempenho positivo, enquanto outros três chamaram atenção pelos desafios e retornos negativos.

Destaques do Top 10 – Setembro

Pump.fun (PUMP) – O token PUMP foi um dos grandes destaques de setembro, com forte valorização sustentada pela expansão do ecossistema de memecoins. A plataforma Pump.fun consolidou sua posição como principal ambiente de lançamento para tokens experimentais, atraindo fluxo expressivo de novos usuários e desenvolvedores. O crescimento orgânico no número de contratos criados impulsionou o volume de negociações, ampliando a visibilidade do ativo. Além disso, a maior liquidez disponível reduziu a volatilidade de curto prazo e reforçou a atratividade do token. Essa combinação de expansão da base de usuários, utilidade prática como hub de criação de memecoins e percepção de “gateway” para novas narrativas no setor resultou em uma performance acima da média do mercado no mês.

Avalanche (AVAX) – Setembro marcou um período de recuperação consistente para a Avalanche. A rede se beneficiou diretamente do avanço em iniciativas de tokenização de ativos do mundo real (RWA), setor no qual a blockchain tem buscado protagonismo. Parcerias estratégicas com instituições financeiras e a expansão do programa Avalanche Evergreen — voltado a empresas que desejam testar aplicações em ambientes permissionados — reforçaram a adoção institucional. Além disso, a rede registrou crescimento de TVL (Total Value Locked) em protocolos DeFi, com destaque para integrações em stablecoins, fortalecendo o ecossistema. Esse movimento elevou a confiança dos investidores, refletindo-se em maior demanda por AVAX e valorização significativa do token no período.

Tether Gold (XAUT) – O token lastreado em ouro manteve trajetória positiva em setembro, acompanhando a valorização do metal precioso no mercado global, em meio às incertezas sobre a economia norte-americana e as expectativas de novos cortes de juros pelo Federal Reserve. O XAUT consolidou-se como alternativa de proteção dentro do universo cripto, atraindo investidores que buscam exposição a um ativo defensivo sem abrir mão da liquidez digital. A elevação da demanda foi reforçada pelo movimento de fundos institucionais e tesourarias que passaram a considerar o token como reserva estratégica. O desempenho favorável do ouro, aliado ao aumento da adoção do XAUT como instrumento de diversificação de carteiras em blockchain, sustentou a valorização do ativo no mês.

Destaques do Bottom 10 – Setembro

Uniswap (UNI) – A desaceleração recente no desempenho do UNI reflete pressões crescentes vindas de concorrentes em ecossistemas fora do Ethereum, como os DEXes (Exchanges Descentralizadas) construídas em Solana, por exemplo Raydium, Orca e Meteora, que oferecem taxas menores, mais velocidade e melhor experiência para tokens emergentes e memecoins. Esses concorrentes têm capturado fatias relevantes do tráfego DeFi, fragmentando volumes e liquidez. Além disso, o custo de transação no Ethereum continua sendo um entrave para pares de menor valor ou volumes reduzidos, o que favorece soluções de Layer 1, Layer 2 ou outras cadeias. A queda de UNI reflete tanto a competição externa quanto o menor apetite por negociações de pequeno porte na rede.

Ethena (ENA) – O ENA enfrentou dificuldades ligadas a grandes desbloqueios (token unlocks) recentes, que elevaram a oferta líquida disponível no mercado, aumentando a pressão vendedora. Entre os fatores de risco identificados estão também preocupações regulatórias em algumas jurisdições pela estrutura do USDe(a stablecoin sintética do protocolo), especialmente quanto à exposição de reservas e práticas de garantia que dependem de contrapartes. A falta de resistência técnica suficiente em níveis de suporte contribuiu para amplificar a correção.

Pi Network (PI) – O principal motor da queda do PI foi o grande volume de tokens desbloqueados recentemente, que entraram em circulação e criaram pressão de fornecimento — muitos desses tokens já migrados ou sendo transferidos para exchanges com expectativa de venda. Outro ponto crítico é a limitação de utilidade prática imediata do token, o que dificulta absorver esse aumento de oferta. Além disso, a forte concentração de tokens em poucas carteiras e o atraso ou ausência de anúncios institucionais sólidos para contrabalançar esse efeito agravam as preocupações com volatilidade.

Melhores Desempenhos (vs BRL) – Setembro
NomeTickerRetorno 30 dias
Pump.FunPUMP60.31%
MantleMNT49.65%
AvalancheAVAX24,11%
BNBBNB16.35%
MoneroXMR12,00%
Tether GoldXAUT11.,03%
Near ProtocolNEAR8,93%
StoryIP6,87%
DogecoinDOGE6,48%
BitcoinBTC4,50%
Piores Desempenhos (vs BRL) – Setembro
NomeTickerRetorno 30 dias
EthenaENA-15,64%
Official TrumpTRUMP-15,76%
ToncoinTON-17,15%
World Liberty Financial WLFI-17,33%
ArbitrumARB-18,08%
PlasmaXPL-19,46%
PolygonPOL-20,00%
UniswapUNI-22,35%
Pi NetworkPI-28,33%
CronosCRO-34,20%

Glossário

DATCs (Digital Assets Treasury Companies) – Empresas que alocam parte de seu caixa corporativo em criptoativos, como Bitcoin ou Ethereum, tratando-os como reservas de valor.

Stablecoins – Criptoativos com valor atrelado a um ativo estável, como o dólar ou o ouro, para reduzir a volatilidade típica das criptomoedas.

Stablecoin sintética – Tipo de stablecoin cujo valor é mantido estável por meio de mecanismos financeiros e derivativos, em vez de lastro direto em ativos reais.

Indicadores on-chain – Métricas obtidas diretamente das blockchains, usadas para avaliar comportamento e movimentação dos investidores (como fluxos de entrada e saída de exchanges).

Altseason – Período do ciclo de mercado em que criptomoedas alternativas ao Bitcoin (as “altcoins”) apresentam forte valorização.

Memecoins – Criptomoedas inspiradas em memes ou tendências da internet, geralmente com alta volatilidade e caráter especulativo.

RWA (Real World Assets) – Ativos do mundo real, como imóveis, títulos públicos ou commodities, representados digitalmente em blockchain.

DeFi (Finanças Descentralizadas) – Conjunto de plataformas e serviços financeiros que operam sem intermediários, como bancos, usando contratos inteligentes.

TVL (Total Value Locked) – Valor total de criptomoedas bloqueadas em contratos inteligentes dentro de plataformas DeFi, indicador de liquidez e confiança.

DEXes (Exchanges Descentralizadas) – Plataformas de negociação de criptoativos que funcionam sem intermediários, conectando usuários diretamente via blockchain.

Layer 1 / Layer 2 – Camadas de redes blockchain: Layer 1 é a rede principal (como Ethereum), enquanto Layer 2 são soluções complementares que ampliam velocidade e reduzem custos.Token unlocks – Liberação de tokens previamente bloqueados (geralmente de fundadores ou investidores iniciais), o que pode aumentar a oferta no mercado e afetar o preço.

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