Reabertura do Parque Nacional da Abolição, no Engenho Massangana

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Montagem da exposição Jeff Alan (foto de Thaísa Gabriela Bezerra, divulgação)
Montagem da exposição Jeff Alan (foto de Thaísa Gabriela Bezerra, divulgação)

Após dois meses fechado para reparos estruturais, o Parque Nacional da Abolição, localizado no Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho, volta a receber o público nesta sexta-feira (19), quando se completam 173 anos do nascimento de Joaquim Nabuco. O equipamento cultural vinculado ao Museu do Homem do Nordeste foi incorporado ao estatuto da Fundação Joaquim Nabuco. Reabrirá a partir das 10h, com cerimônia de lançamento de livro e inauguração de duas exposições.

Como explica o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj, Mario Helio, a incorporação do Engenho Massangana ao estatuto e, posteriormente, ao regimento interno da Fundação ratifica o vínculo do espaço com a instituição, responsável pela ocupação e uso do local desde o tombamento. A medida visa reforçar o caráter museológico do Parque Nacional.

Mario Helio fará o lançamento da versão digital do livro Camões e os Lusíadas, ensaio publicado por Joaquim Nabuco em 1872 e reeditado neste ano pela Editora Massangana, da Fundaj.

A primeira exposição, trazendo no título a palavra de origem africana que originou o nome do Engenho e do rio que passa por ele, Masanganu: memórias negras promove um diálogo entre documentos históricos relacionados à vida dos escravizados da propriedade onde Nabuco cresceu e obras artísticas de importantes vozes pretas do país. A mostra exibirá, nas três salas da casa-grande do Engenho, material oriundo do acervo da Fundaj e do Museu da Abolição, com curadoria de Victor Carvalho e Henrique de Vasconcelos Cruz, além de trabalhos produzidos por artistas como Zózimo Bulbul, principal referência do cinema negro brasileiro; Marcelo D’Salete, um dos maiores nomes da literatura em quadrinhos do país; e Gê Viana, artista plástica maranhense que produz peças com colagens e arquivos sob uma perspectiva decolonial.

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A segunda exposição faz referência à expressão usada para descrever algo sem efetividade, cunhada no século 19 como sátira à promulgação da Lei Feijó, que proibia o tráfico de escravos, mas nunca saiu do papel. A mostra Jeff Alan: pra deixar de ser ‘pra inglês ver’ busca explicitar a relação entre memória e reconhecimento da população negra. Para levantar a questão, serão exibidas 12 obras do artista visual pernambucano Jeff Alan, que retratam importantes nomes do abolicionismo e da cultura afro-brasileira, como André Rebouças, Luís Gama, José do Patrocínio, Machado de Assis e Carolina de Jesus.

O Engenho Massangana fica na Rodovia PE-60, s/n, Cabo de Santo Agostinho. Entrada gratuita.

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