A economia argentina diminuirá 3,3% em 2024, projetou, nesta quinta-feira, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). É uma recessão mais forte do que estimava anteriormente a Organização. É disparado o pior resultado entre os países acompanhados pela entidade. A média global é de um crescimento de 3,1% este ano.
No seu relatório sobre as perspectivas econômicas mundiais, a OCDE, que nas suas últimas previsões estimou uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) argentino de 2,3%, afirmou que a inflação elevada e o programa de ajustamento em curso do presidente Javier Milei, juntamente com a incerteza política, pesarão sobre a atividade ao longo do ano.
É o segundo ano de recessão na Argentina. Em 2023, a Organização estima que o PIB do país teve uma retração de 1,6%, após um crescimento de 5% em 2022, ainda na gestão de Alberto Fernandez. Milei tomou possem em dezembro do ano passado.
“A inflação elevada, o ajustamento fiscal significativo, mas necessário, e a incerteza política pesarão sobre o consumo privado e o investimento durante a maior parte de 2024”, observou o relatório da OCDE.
No entanto, a Organização prevê um crescimento do PIB argentino de 2,7% para 2025, afirmando que o “levantamento gradual das restrições às importações e dos controles cambiais acabará impulsionando a recuperação da procura interna” no próximo ano.
“A procura reprimida resultante destas restrições manterá as importações fortes, enquanto as exportações continuarão a sua sólida recuperação (…) A inflação está visivelmente abrandando, embora apenas gradualmente até agora, mas espera-se que acabe por diminuir de forma mais acentuada”, acrescentou o texto.
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A inflação na Argentina atingiu 288% em termos anuais em março, calcula a OCDE. No entanto, garantiu a entidade que “as variações mensais dos preços começaram se moderar”.
Nesse sentido, previu que o país fechará 2024 com um aumento de preços de 208,1%. Em 2025, haveria uma redução, mas ainda assim para o elevado patamar de 71,2%.
Quanto às reservas internacionais do Banco Central da República Argentina (BCRA), indicou a OCDE que “continuam ligeiramente negativas, mas começaram a melhorar em 2024”.
Com Agência Xinhua