Recessão na Argentina piora com Milei: queda de 3,3% em 2024

Após queda de 1,6% em 2023, economia da Argentina terá recessão de 3,3% em 2024, pior resultado para países acompanhados pela OCDE

439
Pessoas em situação de rua em Buenos Aires, Argentina
Pessoas em situação de rua em Buenos Aires, Argentina (foto de Martín Zabala, Xinhua)

A economia argentina diminuirá 3,3% em 2024, projetou, nesta quinta-feira, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). É uma recessão mais forte do que estimava anteriormente a Organização. É disparado o pior resultado entre os países acompanhados pela entidade. A média global é de um crescimento de 3,1% este ano.

No seu relatório sobre as perspectivas econômicas mundiais, a OCDE, que nas suas últimas previsões estimou uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) argentino de 2,3%, afirmou que a inflação elevada e o programa de ajustamento em curso do presidente Javier Milei, juntamente com a incerteza política, pesarão sobre a atividade ao longo do ano.

É o segundo ano de recessão na Argentina. Em 2023, a Organização estima que o PIB do país teve uma retração de 1,6%, após um crescimento de 5% em 2022, ainda na gestão de Alberto Fernandez. Milei tomou possem em dezembro do ano passado.

“A inflação elevada, o ajustamento fiscal significativo, mas necessário, e a incerteza política pesarão sobre o consumo privado e o investimento durante a maior parte de 2024”, observou o relatório da OCDE.

Espaço Publicitáriocnseg

No entanto, a Organização prevê um crescimento do PIB argentino de 2,7% para 2025, afirmando que o “levantamento gradual das restrições às importações e dos controles cambiais acabará impulsionando a recuperação da procura interna” no próximo ano.

“A procura reprimida resultante destas restrições manterá as importações fortes, enquanto as exportações continuarão a sua sólida recuperação (…) A inflação está visivelmente abrandando, embora apenas gradualmente até agora, mas espera-se que acabe por diminuir de forma mais acentuada”, acrescentou o texto.

Leia também:

Milei em 100 dias: política contracionista, avanço fiscal e custo social | Monitor Mercantil

A inflação na Argentina atingiu 288% em termos anuais em março, calcula a OCDE. No entanto, garantiu a entidade que “as variações mensais dos preços começaram se moderar”.

Nesse sentido, previu que o país fechará 2024 com um aumento de preços de 208,1%. Em 2025, haveria uma redução, mas ainda assim para o elevado patamar de 71,2%.

Quanto às reservas internacionais do Banco Central da República Argentina (BCRA), indicou a OCDE que “continuam ligeiramente negativas, mas começaram a melhorar em 2024”.

Com Agência Xinhua

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui