Na semana passada, Noruega, Espanha e Irlanda haviam anunciado que reconheceriam a Palestina como Estado a partir de hoje, juntando-se a mais de 140 países em todo o mundo, no momento em que Israel mantém, desde outubro, ofensiva militar na Faixa de Gaza.
Dublin reconhece assim a Palestina como Estado soberano e independente e decidiu estabelecer relações diplomáticas plenas entre Dublin e Ramallah, onde será nomeado um embaixador irlandês.
O premiê irlandês, Simon Harris, afirmou que se trata de uma questão de “manter viva a esperança”.
Em comunicado divulgado após um Conselho de Ministros que formalizou a decisão, primeiro-ministro irlandês apelou ao seu homólogo israelense, Benjamin Netanyahu, para “ouvir o mundo e conter a catástrofe humanitária” em Gaza.
Também o reconhecimento da Palestina como Estado pela Noruega entrou em vigor nesta terça-feira, confirmou o governo de Copenhague, que considerou a data “memorável”.
“A Noruega é, há mais de 30 anos, um dos países que mais tem lutado por um Estado palestino. Hoje, quando reconhece oficialmente a Palestina como Estado, é um dia memorável na relação entre os dois países”, afirmou o governo norueguês, em comunicado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Espen Barth Eide, citado pela agência de notícias EFE.
“É lamentável que o governo israelense não mostre sinais de compromisso de forma construtiva. A comunidade internacional deve aumentar o apoio econômico e político à Palestina e continuar a trabalhar por uma solução com dois Estados”, disse o chanceler.
O governo norueguês não organizou para esta terça-feira qualquer evento ou cerimônia pública a propósito do reconhecimento da Palestina, além do comunicado do ministro dos Negócios Estrangeiros. A oposição norueguesa (de direita) criticou a decisão do governo, por considerar que ela não ocorre no momento certo.
Na Espanha, o Conselho de Ministros do país também aprovou o reconhecimento formal da Palestina como Estado, disseram a porta-voz do governo de Madri, Pilar Alegría, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jose Manuel Albares.
“Hoje é um dia que fica gravado na história de Espanha, um dia em que o nosso país diz que perante o sofrimento não é possível a indiferença e que é possível a paz, a solidariedade, o compromisso e a confiança na humanidade”, afirmou Albares.
O ministro espanhol defendeu que a decisão tomada hoje em Madri é questão de justiça com o povo palestino, mas também “a única via para garantir a Israel a segurança que legitimamente reivindica e o único caminho viável para a paz na região”.
Também nesta terça, o governo brasileiro voltou a condenar as ações de Israel na Faixa de Gaza. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) divulgou nota criticando a “contínua ação das Forças Armadas israelenses contra áreas de concentração da população civil de Gaza”. No comunicado, o Itamaraty também condenou a retomada de lançamento de foguetes do Hamas contra o território israelense.
“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação e perplexidade, das notícias sobre ataques conduzidos por Israel, um dos quais contra campo de refugiados nas imediações da cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza”, diz a nota.
Para o MRE, as ações militares de Israel nas regiões densamente povoadas de Gaza “constitui sistemática violação aos Direitos Humanos e ao Direito Humanitário Internacional, assim como flagrante desrespeito às medidas provisórias reafirmadas, há poucos dias, pela Corte Internacional de Justiça”.
Na sexta-feira (24), a CIJ exigiu que Israel suspendesse os ataques em Rafah.
A cidade de Rafah, próxima à fronteira com o Egito, se transformou no principal refúgio da população civil de Gaza desde que começou a atual fase do conflito no Oriente Médio. Estima-se que 1,5 milhão de pessoas estejam vivendo no local, a maioria em tendas improvisadas.
Israel tem ampliado os ataques contra a cidade, provocando, ao menos, dezenas de mortes e a condenação internacional.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, alegou que um desses ataques foi um “acidente terrível”.
Com informações da Agência Brasil, citando a Lusa
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