Recuperação de bares e restaurantes pode levar ao menos dois anos

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Barzinho vazio (Foto: Tomaz Silva/ABr)
Barzinho vazio (foto de Tomaz Silva, ABr)

Levantamento da série Covid-19, realizado pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR), em parceria com a consultoria Galunion, especializada no mercado food service, e com o Instituto Foodservice Brasil (IFB) mostra que 62% das empresas entre restaurantes, bares, cafés e lanchonetes ainda não recuperaram as vendas em relação à pré-pandemia, na comparação de julho de 2021 com julho de 2019; 13% já conseguem faturar nos mesmos níveis e outros 25% afirmaram que superaram a receita no mesmo período. A pesquisa, feita entre 12 de agosto e 8 de setembro, contou com 800 empresas de diversos perfis – de redes a independentes – de todos os estados brasileiros, que representam 22.907 lojas, das quais 67% estão localizadas nas ruas e outras 22% em shoppings e centros comerciais. É o maior estudo já feito até hoje no Brasil durante a pandemia envolvendo o setor de food service.

O nível de endividamento das empresas do setor segue alto no país: 55% dos bares, restaurantes, cafés e lanchonetes se declaram endividados. Desse total, 78% devem para bancos, 57% estão com impostos em atraso, 24% têm dívidas com fornecedores e 14% afirmam ter pendências trabalhistas. Do total de endividados, 48% afirmaram que devem levar mais de dois anos para pagar seus débitos e 63% disseram que vão aderir a planos de parcelamento, como o Refis e outros anunciados pelos governos (federal, estadual ou municipal).

Outro dado relevante diz respeito à expansão do delivery, única maneira encontrada por muitas empresas para sobreviver à pandemia, principalmente após os mais de 100 dias de fechamento de março a julho de 2020. Em média, a receita hoje em delivery já representa 39% do total do faturamento das empresas. O número era de 24% antes da pandemia. O estudo quis saber ainda se as empresas manteriam o delivery com o retorno do funcionamento das lojas: 85% afirmaram que sim e outros 15% disseram que irão manter apenas as operações presenciais. Diante de um cenário de crescimento da inflação ainda no início da recuperação do setor, 31% das empresas afirmaram que não lançaram produtos no cardápio.

Já a sexta edição da “Pesquisa Covid-19: Como será o seu retorno aos escritórios”, conduzida pela KPMG em agosto, apontou que metade (51,57%) das empresas brasileiras estimam que farão isso no segundo semestre de 2021, mas 40,07% preveem que isso ocorrerá no primeiro semestre de 2022, e 8,36% já projetam o retorno presencial às atividades somente no segundo semestre de 2022. Ou seja, metade (48,43%) das empresas brasileiras devem retornar aos escritórios no ano que vem.

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A título de comparação, na edição anterior da pesquisa, publicada em abril, a expectativa de retorno aos escritórios era a seguinte: 39% no segundo semestre de 2021, 34% apenas no próximo ano e 27% no primeiro semestre de 2021.

Os respondentes também foram questionados se pretendem manter trabalho remoto em suas empresas mesmo com a vacinação. Os dados indicaram uma aceitação relevante sobre o modelo de trabalho híbrido, com as respostas sendo as seguintes: sim, três vezes por semana (28,9%); sim, duas vezes por semana (28,5%); não (14,6%); sim, cinco vezes por semana (11,5%); sim, quatro vezes por semana (9%); sim, uma vez por semana (7,3%).

Sobre se o anúncio feito pelas autoridades de saúde a respeito do surgimento de novas cepas do coronavírus afetou o cronograma de retorno aos escritórios, as respostas foram bem divididas: sim (50,8%); não (49,1%). As medidas de combate à disseminação ao vírus também se destacaram, com 36,5% dos respondentes dizendo que manterão o uso de máscara de proteção e utilização de álcool em gel mesmo com a vacinação. Perguntados se a empresa reduziu o espaço físico durante a pandemia e, se, com a vacinação, pretendem retomar o espaço anterior, as respostas dos executivos foram as seguintes: não (48,4%); sim, reduzi, mas pretendo manter o espaço atual (39%); sim, reduzi, mas espero retomar o espaço anterior (12,5%).

A sexta edição da “Pesquisa Covid-19: Como será o seu retorno aos escritórios”, conduzida pela KPMG, teve a participação de 287 empresas de todas as regiões do Brasil atuantes nos seguintes setores: agronegócio (6,25%), consumo e varejo (6,56%), energia e recursos naturais (7,50%), governo (1,56%), infraestrutura (3,44%), mercados industriais (11,56%), saúde e ciências da vida (4,69%), serviços financeiros (18,44%), tecnologia, mídia e telecomunicações (10,31%), ONGs (1,25%) e outros serviços (28,44%).

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