A demissão do ministro Élcio Álvares, a ser consumada, em breve, reafirma que, longe de se esgotar, os efeitos da indigestão causada ao Governo pelo almoço em apoio ao brigadeiro Walter Bräuer continuam a se manifestar. A força demonstrada à mesa pelos organizadores, porém, não deve ser gorada à sobremesa.
Alimentar o desejo da mídia “chapa branca” de pinçar os que considera representativos do pensamento castrense é contribuir para a desqualificação e o isolamento do movimento, que, longe de meramente militar, é nacional. É a ampliação dessa característica que o qualifica, o respalda e fará crescer seu apoio na sociedade.
Os que por espalhafato, fanfarronice, impulso ou motivos ainda não suficientemente esclarecidos conquistaram seus 15 minutos de fama devem ser novamente relegados a seu papel de coadjuvantes. As lições do passado ensinam que movimentos à margem da sociedade dão no que deram. Neste momento, temos um País sedento por orientação e alternativa aos caos, aos desmandos e à ojeriza ao que é nacional. Quem quiser canalizar essa energia latente deve orientar sua marcha nessa direção e reforçar sua tropa, com paisanos e militares.
Filão
A América Latina está à beira de uma explosão de Internet. A empresa de pesquisa IDC prevê que o número de usuários na região, atualmente em torno de 8,5 milhões de pessoas, se expanda rapidamente para 24,3 milhões em 2003. Espera-se que o comércio eletrônico aumente em quase vinte vezes, de US$ 460 milhões em 1999 para US$ 8 bilhões em 2003. De olho nesse potencial a japonesa Softbank decidiu criar um fundo de capital de risco destinado à região, o SBLV, com financiamento inicial de US$ 100 milhões para custear empresas promissoras. Através de participações acionárias em mais de 120 companhias de Internet, a Softbank atua nas áreas de distribuição, publicação, plataformas de mídia na Internet, comércio eletrônico e joint ventures com companhias que incluem Microsoft, Cisco, Yahoo! e Nasdaq. O fundo manterá escritórios em São Paulo, Buenos Aires, Cidade do México e Miami.
Respaldo
O engenheiro Fernando Siqueira assume no fim do mês a presidência da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet). A chapa de Siqueira, atual secretário de Comunicação da Aepet, recebeu 97,5% votos dos 1.357 associados que compareceram às urnas para eleger a diretoria para o biênio 2000/2001. A Aepet tem se destacado como um dos principais pólos de resistência no País às políticas neoliberais.
Quase igual
Como qualquer trabalhador, ministros e secretários estaduais estão obrigados a contribuir para o INSS, com alíquota de 11% até o teto de R$ 1.255,32 (o órgão empregador paga 21%). A exigência é da Lei 9.876, de 99; anteriormente, o recolhimento era opcional. Resta pagar para ver algum ministro se aposentar pela previdência oficial, recebendo menos de 10 salários mínimos por mês.
Flexível
Fica ridículo o Governo federal comemorar o acerto da meta de inflação. Com uma margem de erro de dois pontos percentuais – e não de 2%, como insiste o Governo – o IPCA poderia variar de 6% a 10%. Com 8,94%, a inflação oficial chegou bem perto do flexível teto acertado com o FMI.