Reescrever o passado

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A derrota sofrida na reunião do Diretório Nacional do PT, que condenou a política econômica, em particular o draconiano superávit primário (economia para pagar juros), provocou uma tipo exótico de amnésia seletiva no líder do Governo no Senado, senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Além de repetir o habitual mantra de que superávit fiscais cavalares reduziriam dívidas públicas turbinadas por juros pornográficos, Mercadante afirmou que “o compromisso com a responsabilidade fiscal sempre foi cláusula pétrea no PT”. Além de a opção preferencial pela responsabilidade com a banca fazer da história petista apenas no período DGL (Depois do Governo Lula), se a argumentação de Mercadante fosse verdadeira, por que o PT, além de votar contra a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – com o voto do então deputado Mercadante – argüiu sua insconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF)?

Esquizofrenia
Em tempo: até hoje o Supremo Tribunal Federal (STF) não julgou o mérito do pedido petista contra a LRF. Deveria fazê-lo. Se não para dar a impressão aos brasileiros de que a celeridade dada aos pedidos do então ainda deputado José Dirceu para protelar sua cassação não são uma exceção no ritmo de decisão do STF, ao menos, para permitir à nação desfrutar do espetáculo de ver o PT, no governo, contestar o pedido apresentado pelo partido, quando era oposição.

Ganho garantido
A Ouvidoria Geral da União foi instada a investigar a constituição da empresa Gemini, fruto de sociedade entre a Petrobras e a White Martins. Em denúncia apresentada, no último dia 5, à ouvidora-geral da União Eliana Pint, o ex-empresário João Batista Vinhosa acusa a formação da sociedade – em fase de aprovação pela Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – de crime de “lesa pátria”. Segundo ele, o acordo entre as duas empresas obrigaria a Gemini a contratar da White Martins, que detém 60% das cotas, os serviços de liquefação do gás natural, armazenamento do produto, transporte até os clientes e manutenção dos equipamentos entre outros. Vinhosa afirma que esse tipo de acordo permitirá que, mesmo que a nova empresa seja deficitária, o sócio majoritário lucre ao vender serviços à própria sociedade.

Sem recibo
O presidente estadual do PSDB de São Paulo, deputado federal Antonio Carlos Pannunzio, bateu duro no presidente Lula diante das declarações feitas, semana passada, pelo presidente a emissoras regionais de rádio negando a existência do mensalão: “Lula assina atestado de alienado ao insistir em negar a existência de provas do esquema de corrupção montado em seu governo. Querer mais provas é pedir que corruptos e corrompidos assinem um recibo. E isso não acontece”, ironizou Pannunzio.

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Luz
Ainda este ano será encaminhado à aprovação de três ministros projeto para a regulamentação do uso das lâmpadas fluorescentes compactas. A proposta foi elaborada pela ABilumi, associação de congrega as empresas importadoras de produtos de iluminação, que comemorou quarta-feira seu primeiro ano de atividades com um jantar no Julia Cocina, que contou com a presença de autoridades do Procel e do Inmetro.

Existe um banco assim
Um leitor desta coluna ouviu, quarta-feira à tarde, de uma aposentada que, como seus companheiros de infortúnio, mofava numa interminável fila do Banco Real: “Na propaganda, vocês buscam o cliente em casa com carro, chofer e champanhe. Por que vocês querem nos enganar dessa forma? Por que é que eu preciso esperar tanto para ser atendida?”, reclamava a senhora com um caixa.

Dom Quixote fiscal
Quem será o petista que defenderá, nos palanques eleitorais de 2006, a política econômica do ministro Palocci como caminho para a redenção no paraíso petista? Em 2002, nem o candidato tucano, José Serra, topou se imolar em público defendendo o ministro Pedro Malan, o Palocci de FH.

O porto é nosso!
Lei sancionada pelo presidente Lula mudou o nome do Porto de Sepetiba, no Estado do Rio, para Itaguaí. A mudança teve o apoio dos moradores daquele município, que, reclamavam que, embora localizado em Itaguaí, o porto fora batizado com o nome do bairro carioca.

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