Reestruturação de dívidas dos bancos esconde riscos de inadimplência

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A alta nas reestruturações de dívidas na carteira de crédito dos bancos brasileiros pode estar mascarando os números de inadimplência, tornando-os menores, afirma a agência de classificação de risco Moody’s. Em 2015, as renegociações de dívidas aumentaram 37%, para R$ 57,9 bilhões no Sistema Financeiro Nacional (SFN).

De acordo com o BC, as reestruturações são realizadas em situações mais severas, quando o tomador da dívida enfrenta dificuldades financeiras e já possui operações em atraso. O banco, então, oferece concessões na condição de pagamento. Para os analistas da agência, os bancos brasileiros têm usado a reestruturação para evitar reconhecer a inadimplência.

Caso fossem considerados os números de renegociações como inadimplência, o nível total de inadimplência do sistema brasileiro passaria de 3,5% para 5,7%. “Embora o risco de ativos dos bancos brasileiros pareça administrável com base nas taxas de inadimplência publicadas, a perspectiva é mais complicada quando se leva em consideração o elevado montante de empréstimos reestruturados”, diz o relatório.

A falta de dados de inadimplência deste tipo de crédito também preocupa a Moody’s. Apenas o Itaú Unibanco e o Banco do Brasil divulgam a inadimplência dos créditos reestruturados, que, no final de 2015 estavam em, respectivamente, 18,8% e 16,1%. Para a agência, é difícil medir a qualidade dessa carteira, o que torna o seu risco maior.

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