Refinaria privada cobra até 72% mais pelo GLP que Petrobras

Vendida em 2021 para fundo árabe, refinaria privada na Bahia praticou novo aumento na virada do mês

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Gás de cozinha - GLP (Foto: FUP)
Gás de cozinha - GLP (Foto: FUP)

Após a privatização da Refinaria Landulpho Alves, a Bahia se consolidou na posição de ter um dos preços mais altos de gás de cozinha do país. Segundo levantamento da Federação Única dos Petroleiros (FUP), o consumidor baiano chega a pagar R$ 140 o botijão de 13 quilos após o reajuste praticado pela refinaria privada Acelen no início deste mês.

O valor equivale a mais de 10% do valor do salário mínimo. A Acelen é uma empresa privada dona da Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves, privatizada pela Petrobras em novembro de 2021. A companhia é controlada pelo fundo Mubadala, um dos principais fundos soberanos de investimentos do Emirado de Abu Dhabi.

“A população baiana não pode continuar refém da Acelen, que detém o monopólio privado na região, praticando preços abusivos ao consumidor”, destaca o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

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Com o reajuste de 1,8% do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para as distribuidoras, em vigor desde o dia 1º, o insumo ficou mais caro para os baianos entre R$ 2 a R$ 3. Foi o sexto aumento anunciado pela Acelen neste ano. O último reajuste havia ocorrido em 10 de outubro, quando o botijão passou a custar R$ 2 mais caro.

Levantamento feito pelo Observatório Social do Petróleo (OSP), com base nos preços cobrados nas refinarias em 23 de outubro passado, mostra a grande diferença entre o preço praticado pela Petrobras e os cobrados pelas refinarias privadas:

Botijão de GLP de 13 kg

  • Petrobras: R$ 31,66
  • Acelem R$ 38,44
  • 3R: R$ 43,54
  • Ream R$ 54,41

Privatizada em dezembro de 2022, final do governo Bolsonaro, a Refinaria da Amazônia (Ream) cobra pelo botijão de gás um valor 72% acima do praticado pela Petrobras. Os dados mostram que Ream tem uma fatia de 24% da oferta de GLP no Norte do país em 2023.

Segundo levantamento semanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o estado com mais alto valor para o botijão de gás de 13 kg, na semana entre 29/10 e 4/11, era Roraima, com preço médio de R$ 129,82. O Amazonas vem em seguida, com R$ 123,83. O menor valor foi registrado em Pernambuco, com R$ 83,94.

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