Rentabilidade dos bancos latinos só perde para africanos

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A rentabilidade dos ativos do setor bancário latino-americano só é superada pela da África, revela estudo publicado pelo Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica (Celag). E vem crescendo. Como mostra o relatório assinado pelos investigadores Guillermo Oglietti e Sergio Martín Páez, esta rentabilidade no triênio 2015–2018 foi de 2,1%, percentual que em 2019 cresceu para 2,6%.

Na Europa, o indicador limita-se a 0,9% no mesmo período; Canadá e Estados Unidos ficaram em 0,7% e na Ásia atingiu 1,4%. A rentabilidade dos bancos latino-americanos perde para a da África, que atingiu 2,6% entre 2015 e 2018.

Pesquisadores da Celag qualificam o faturamento do setor no subcontinente como “extraordinário”, segundo matéria da Telesur. Concluem também que a atividade bancária esteve completamente desassociada da evolução das economias nacionais, quase todas para baixo, de modo que não pode mais ser considerada um instrumento da economia real.

O setor financeiro argentino se destaca bem acima dos demais, com uma rentabilidade percentual dos ativos em 2019 de 5,9%. Em seguida vêm Peru (2,9%), Uruguai (2,8%), Brasil (2,6%), Paraguai (2,4%), México (2,3%), Equador (2,1%), Colômbia (1,8%) e Bolívia (1,6%).

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O fenômeno de aumento dos lucros dos bancos latino-americanos acima da média internacional tem sido uma constante desde 2005. Os pesquisadores do Celag atribuem esse aumento da economia especulativa sobre a economia real à globalização, à desregulamentação financeira e à proliferação de paraísos fiscais.

Esses fatores “anabolizaram a lucratividade do setor financeiro e aprofundaram seu papel como salvo-conduto e esconderijo da riqueza global”, disseram Oglietti e Páez no relatório.

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