A alegação de que a restrição do confisco dos ganhos da caderneta de poupança a contas com depósitos superiores a R$ 50 mil só afetaria 1% do depositantes deveria estimular o Governo Lula a votar o projeto que taxa as grandes fortunas – que tem como um de seus autores o então senador FH. No entanto, o empenho do governo para confiscar os ganhos dos poupadores de classe média, responsáveis por 40% dos depósitos acima de R$ 50 mil, contrasta com a leniência em cobrar imposto sobre a renda do 1% dos mais ricos do país. Mais uma vez predomina a máxima de forte com os fracos e fraco com os fortes.
Afinidades
A nova investida contra a poupança também reafirma o padrão do relacionamento da chamada grande imprensa com o Governo Lula: enquanto bate forte no presidente e em seu entorno nas questões do varejão da política, nas questões-chave, a mesma mídia apóia em uníssomo as medidas que beneficiam o capital financeiro. O Jornal Nacional, por exemplo, ainda não conseguiu encontrar um entrevistado contrário à taxação da poupança.
Um terço
Os gastos com tecnologia da informação (TI) na América Latina devem aumentar e atingir a marca de US$ 293 bilhões até 2013, calcula a consultoria Gartner. O número eleva a região à condição de segundo maior mercado emergente em TI nos próximos quatro anos, atrás apenas da Ásia. Somando as quatro regiões consideradas como mercados emergentes (América Latina, Ásia/Pacífico, Oriente Médio/África e Leste Europeu), a previsão para os gastos até 2013 apontam para, aproximadamente, US$ 1,34 trilhão, valor equivalente a 36,4% do total de gastos com TI em todo o mundo, estimado em US$ 3,67 trilhões.
Passe livre
Para impedir a cobrança de taxa mensal de manutenção do sistema de pedágio eletrônico na Linha Amarela e na Ponte Rio-Niterói, a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa (Alerj) entrou com uma ação coletiva de consumo, na 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça. A tarifa custa R$ 6,15 por mês e é reajustada na mesma proporção e na mesma data que o pedágio. “Qual a justificativa para a cobrança de uma taxa mensal de manutenção do sistema se os guichês destinados aos motoristas que possuem o Passe Expresso sequer têm funcionários? Trata-se, evidentemente, de uma cobrança totalmente abusiva”, acusou a presidente da comissão, deputada Cidinha Campos (PDT). Além do fim da taxa, a ação pede que as duas empresas sejam obrigadas a restituir todos os valores cobrados indevidamente.
Mão única
A concessionária que opera a Ponte Rio-Niterói comemora o fim da implantação da quarta faixa em toda a extensão da pista sentido Rio. A “obra” demorou inacreditáveis dois meses e consumiu pouco mais que meia dúzia de latas de tinta preta, para apagar a sinalização anterior, e outra meia dúzia de tinta branca, para pintar a nova divisão entre as faixas.
Enquanto isso, tanto a concessionária quanto a ANTT se calam sobre a não implantação da “mediana móvel”. Previsto no contrato de concessão, o sistema permitiria a implantação de uma pista extra no sentido em que o trânsito fosse maior, com efeito idêntico ao da implantação da quarta faixa, mas com duas diferenças: primeiro, manteria o acostamento e as pistas largas, facilitando o fluxo de carros; segundo, teria um custo operacional diário para a concessionária. Apesar de, provavelmente, este custo já estar embutido na tarifa do pedágio, não se fala em dar desconto pela não implantação do serviço. Ou será que respeito aos contratos só é válido quando a favor das concessionárias de serviços públicos?
Coalhou
Produtores de leite da Bélgica despejaram, nesta quarta-feira, cerca de 3 milhões de litros de leite no campo, em protesto contra a queda do preço do produto. Mesmo reconhecendo que a garantia de preço é indispensável para o funcionamento da produção no campo, num mundo em que cerca de 1 bilhão de pessoas vive abaixo da linha de pobreza, existem formas mais inteligentes, e simpáticas, de protestar. Oxalá, os produtores de leite de outros países da Europa, como França e Alemanha, adotem formas diferentes de protesto.
Só uísque
Em tempo, apesar de o desperdício de alimentos ser uma das principais bandeiras midiáticas das ONGs, nenhum representante dessas organizações manifestou-se nesse episódio. Quem esperou ver algum ativista verde algemado a vacas, correr pelado pela grama ou aparecer estendido debaixo de trator, esperou em vão. Dizem os maliciosos de plantão que não foi por falta de apelo, mas de patrocínio.