De onde viemos…

Racionalidade empresarial pode ultrapassar a busca obsessiva por resultados econômico-financeiros

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Agenda 2030 da ONU - objetivos do desenvolvimento sustentável ODS
Agenda 2030 da ONU

São mais de 1 mil edições semanais da Coluna Empresa-Cidadã, publicadas, ininterruptamente, às quartas-feiras no centenário jornal Monitor Mercantil, desde janeiro de 2001. Nas temáticas convergentes da responsabilidade social, da responsabilidade socioambiental, do desenvolvimento sustentável, do mercado com fairplay, das cidades criativas, da Sustentabilidade e outros conceitos assemelhados

Todas as edições até aqui publicadas têm por missão contribuir para replicar iniciativas éticas na gestão empresarial e na sociedade de forma indistinta e difusa, através dos conceitos, do enunciado provocativo nas hipóteses, apresentadas da observação cuidadosa e do respeito ao tratamento dos dados.

Enunciado provocativo de hipóteses como sendas para chegar à racionalidade perdida. Não se pretende com isso instalar um pelotão de fuzilamento, muito menos realizar linchamentos, nem tampouco, uma barraquinha para a venda de indulgências, na busca da salvação das “almas empreendedoras”.

Jennnifer Aniston, lavar a louça juntos e responsabilidade social

Deste ponto, saltamos às finalidades (ou propósitos), que são evidências de que a corrida do ouro pode ser compartilhada pelas organizações, e que há casos em que a racionalidade empresarial pode ultrapassar a busca obsessiva por resultados econômico-financeiros.

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A responsabilidade social difundiu-se rapidamente no final do século passado, afora as contribuições dos pioneiros, daqueles que vão na frente com o facão empunhado, abrindo trilhas.

Quando se reúnem, na Academia, em alguma festa, seja lá onde for, algumas das mais frequentes perguntas ouvidas são: o movimento é sincero ou não passa de mais um “marquetingue”, conseguiu mudar alguma coisa nas relações entre as firmas e as partes interessadas, também conhecidas pelo termo em inglês “stakeholders”, referindo-se por exemplo aos colaboradores, fornecedores, vizinhança, governos, ongs etc.).

Para não dizer que não falei de cinema, há uma analogia com o filme Separados pelo Casamento, de 2006, estrelado por Jennifer Aniston e Vince Vaughan, dirigidos por Peyton Reeds. De acordo com o roteiro, a relação do casal começa a se deteriorar quando Brooke, a personagem representada por Jennnifer Aniston, insiste para que o marido Gary (Vince Vsaughan), depois de um jantar oferecido na residência aos pais dele, ajude-a a lavar a louça.

Depois de muita insistência, ela consegue a colaboração arrastada do marido, que preferiria continuar acompanhando um jogo de futebol transmitido pela TV, naquele horário.

Quando ela reclama uma manifestação de prazer dele, por estarem lavando a louça juntos, ele retruca com o que seria o divisor de águas no relacionamento entre os dois: “Lavar louça eu lavo, mas querer que eu sinta prazer com isso…”

A analogia reside em considerar que se uma empresa estabelece relações éticas e transparentes entre ela e todos os stakeholders, a responsabilidade social nesta hipotética organização já teria assim cumprido o seu papel (já lavei a louça usada).

Nesta misturada de culturas, há quem veja também nas práticas da responsabilidade social uma compensação indenizatória a grupos sociais ainda que parcial, uma visão de curto prazo.

Nunca antes na História da Humanidade, gerações mais recentes teriam estado na liderança dos processos de inovação tecnológica. E em um período de forte produção de tecnologia, que se seguiu à II Grande Guerra, e depois, à Guerra Fria.

A nova era traz antes o domínio do processo (exemplos como o da microeletrônica, indústria aeronáutica, novos materiais etc.). Depois, então, arquiteta-se intencionalmente a mercadoria a ser produzida em escala. Bons exemplos podem ser apreciados nos museus Casa de Santos Dumont (Petrópolis/ RJ), assim como no Thomaz Edson (New Jersey/USA)

A resignação diante das mudanças climáticas, da escalada do armamentismo, da concentração da renda e da riqueza, da fome e tantas outras representam o adversário do bem viver.

Enquanto estas causas, com as quais atravessamos o século 20, continuarem produzindo efeitos, um desses efeitos será a continuidade do choque moral por valores e conceitos entre os inconformados e os reacionários.

No hinário dos tempos de Guerra Fria, quem disse mais bem explicado o que se pretendia, quais eram as bandeiras de luta, quando o mundo esteve diante da possibilidade súbita de simplesmente explodir no decorrer de diversas crises desempenhando o papel de gatilhos (Muro de Berlim, Guerra do Vietnam, Guerra da Korea, Crise dos mísseis em Cuba etc.). A resignação que gera cumplicidades é representada pelas gerações mais velhas, o polo de resistência conservadora, tenha a idade cronológica que tiver.

Novas formas de comunicação social, foram buscadas, no desejo da obtenção de meios que representem eles mesmos a mensagem, novos mecanismos para a judiciais ação dos direitos do consumidor, visando à sua expansão e consolidação de conquista etc. etc.

(CONTINUA)

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