Responsável por 1/3 das compras virtuais no país, SP tem queda após sete anos de alta

Para Fecomércio-SP, cenário econômico interrompe ciclo de crescimento iniciado em 2016; setor de alimentos cresce nas vendas por internet

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E-commerce venda online / comércio eletrônico (Foto: Pixabay/CC)
E-commerce (foto Pixabay/CC)

Após quase dobrar de tamanho em doze meses, o mercado do e-commerce paulista encolheu pela primeira vez em sete anos, com queda de 1,6% entre 2022 e 2023, movimentando R$ 67 bilhões ante R$ 68,1 bilhões no ano anterior, segundo estudo sobre o setor produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP).

Na análise da entidade, alguns aspectos econômicos impediram a manutenção da sequência de altas, iniciada em 2016 – desde a conjuntura econômica, marcada pela inadimplência (24% das famílias da capital do estado conviveram com contas atrasadas no primeiro semestre de 2023) aos juros altos, que encareceram a tomada de crédito pelos consumidores.

Ainda assim, os dados são positivos: desde 2021, as vendas do comércio eletrônico no estado de São Paulo estão acima da casa dos R$ 60 bilhões, sustentando o nível alcançado durante a crise sanitária, quando o varejo como um todo precisou se deslocar com mais força para o universo online.

O levantamento da Fecomércio-SP ainda mostra que o estado é o maior mercado consumidor de produtos no setor, assim como é de onde sai a maior parte das vendas para outras unidades federativas, levando em conta apenas transações realizadas por empresas sediadas no Brasil e entre empresas e consumidores. Em 2023, 32% de toda a movimentação do setor, em nível nacional, foi realizada em São Paulo. Em outras palavras, de cada R$ 100 que circularam pelo comércio eletrônico do país, R$ 33 passaram pelo mercado consumidor paulista.

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Da mesma forma, São Paulo é o maior emissor de produtos comprados online no país, em uma posição ainda mais determinante: um a cada dois itens intercambiados no e-commerce brasileiro sai do estado. Em termos percentuais, esse volume chega a 48,5%.

O estudo foi produzido com base em uma série de relatórios de transações de notas fiscais do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional – ligado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Serviços e Comércio (MDIC) -, no IBGE e em números coletados pela própria Fecomércio-SP.

O estudo ainda aponta que, dos R$ 67 bilhões das compras online realizadas pelos paulistas em 2023, grande parte (65,8%) diz respeito ao consumo interno, isto é, do próprio estado. São R$ 44,1 bilhões em vendas feitas por empresas paulistas para consumidores também paulistas. Com isso, sobra um espaço de 34,2% (ou R$ 22,9 bilhões, em 2023) para transações com outros estados – a chamada operação interestadual.

Dito de outra forma, como São Paulo é o maior mercado consumidor virtual brasileiro, é relevante estar localizado perto da região para alavancar as vendas do setor. É o que explica a posição de Minas Gerais no ranking, por exemplo: além de ter o segundo maior mercado consumidor online do país, com 11,3% de participação nas movimentações, as empresas do comércio eletrônico estabelecidas no Estado mineiro venderam um total de R$ 7,2 bilhões para os paulistas, no ano passado. Espírito Santo (R$ 4,5 bilhões) e Santa Catarina (R$ 3,7 bilhões) completam a lista.

Já de acordo com dados da Nielsen, o faturamento do comércio eletrônico no Brasil cresceu 18,7%, alcançando R$ 160,3 bilhões no primeiro semestre de 2024. Entre os destaques desse aumento está a categoria de alimentos, que registrou um crescimento de 18,4% no faturamento bruto, impulsionado pela crescente demanda por itens de giro rápido (FMCG).

A pesquisa da Nielsen revelou que cestas compostas por alimentos, bebidas e perfumaria e cosméticos foram as principais impulsionadoras de crescimento no e-commerce, representando juntas 51% do total de pedidos.

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