Restaurantes e mercados têm alta em transações com cartão de benefício

Índice de consumo cresceu 8% no mês, com destaque para a Região Sul; perdas de produtos no varejo, entretanto, aumentaram 1,52%

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Vale-alimentação (Foto: J.C.Cardoso)
Vale-alimentação (Foto: J.C.Cardoso)

Levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a Alelo traz novos dados dos Índices de Consumo em Supermercados (ICS) e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR), desenvolvidos para acompanhar, respectivamente, o comportamento das transações em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros; e os gastos com refeições prontas em restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, serviços de entrega (delivery), retirada em balcão e para viagem (take-away).

Em maio e junho de 2024, os supermercados registraram uma ligeira alta de 0,4%, no número de transações, um discreto recuo de 0,1% no valor transacionado; além de uma redução de 0,6%, no valor médio por transação. Comparando com o mesmo período, no ano anterior, o número de transações cresceu 14,9%. A movimentação positiva também impactou os valores transacionados nos supermercados, com alta de 24,5%. O valor médio por transação também exibiu elevação relevante nesse período (8,7%).

“Comparando-se o desempenho no primeiro semestre de 2024 e o resultado acumulado no mesmo período de 2023, as transações em supermercados cresceram 11,9% em volume e 18,9%, em valor das vendas (ou faturamento). O valor médio por transação, por sua vez, registrou uma elevação de 6,3% em relação à primeira metade de 2024. Finalmente, considerando os resultados acumulados nos últimos 12 meses e o desempenho no período precedente, os supermercados exibiram um aumento de 10,4% nas transações efetivadas. Já em termos de valor (faturamento), a expansão foi de 16,7%, enquanto o valor médio por transação cresceu 5,7% nesse horizonte temporal ampliado”, diz a análise.

De acordo com o IPCA, medido pelo IBGE, os preços da alimentação no domicílio registraram desaceleração em junho, com alta de 0,5%. Em relação ao mesmo mês de 2023 (últimos 12 meses), a inflação acumulada neste subgrupo foi de 4,9%.

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Na comparação com maio de 2024, os restaurantes registraram uma elevação de 8,0% no número de transações efetivadas em junho de 2024. Paralelamente, o valor transacionado nesses estabelecimentos cresceu 5,1% no último mês, ao passo que o valor médio por transação declinou 2,6% na comparação com o mês anterior.

“Ao se comparar o desempenho em junho de 2023 e o mesmo período de 2024, foi possível identificar uma elevação de 3,7%, no número de transações efetivadas, além de uma alta de 14,7%, no valor das vendas. Esse resultado positivo se deveu, em larga medida, ao incremento de 10,6% no valor médio por transação entre os dois meses”, diz o levantamento.

Adotando como referência o primeiro semestre de 2024, os restaurantes registraram uma elevação de 1,1% no número de transações, além de uma alta de 9,3% no valor transacionado. O valor médio por transação cresceu 8,1%. No desempenho acumulado nos últimos 12 meses, os restaurantes registram uma queda de 1,6% no número de transações, contrastando com a alta de 5,3% no valor transacionado. As diferenças nesses resultados são explicadas pelo comportamento do valor médio por transação, que cresceu 7,1% no período.

Segundo o IPCA, os itens de alimentação fora de domicílio (que incluem refeições em restaurantes) apresentaram uma inflação de 0,4% em junho. Em 12 meses, os preços deste subgrupo avançaram, em média, 4,6%.

O mercado de consumo fora do lar é o que mais cresce entre os brasileiros. Números do Brand Footprint 2024, relatório produzido pela Kantar, apontam alta de 38% no faturamento deste ano. Em comparação, dentro de casa o crescimento em valor foi de apenas 18%.

De acordo com a pesquisa, quase 20% dos brasileiros compram produtos para consumir na casa de terceiros (familiares ou amigos), o que representa um incremento de quase 4 milhões de pessoas em 2024. Isso sem contar que o tíquete cresce 15% ao se alimentar no local e 16% quando o pedido é realizado via delivery.

Em relação aos canais, cinco compõem mais da metade do mercado fora do lar. São eles: ambulantes (14% de importância), hiper e supermercados (13%), bares (11%), padarias (9%) e mercadinhos e mercearias (8%).

O brasileiro compra, em média, 10 marcas por ano, sendo que 43% das marcas apresentam crescimento em CRP. As cinco principais marcas neste mercado são: Coca-Cola (256,15 de CRP), Fanta (48,99 de CRP), Crystal (39,22 de CRP), Bauducco (34,85 de CRP) e Lacta (33,65 de CRP).

A movimentação fora de casa se dá não apenas pelas marcas grandes, mas por menores que estão entrando no mercado. 73% das marcas presentes no consumo fora do lar tem até 10% de penetração, atingindo menos de 5MM de consumidores.

Por outro lado, pesquisa da Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe) apontou crescimento das perdas no varejo. O índice médio em 2023 atingiu a marca de 1,57%, que em valores representa algo próximo de R$ 35 bilhões. Em 2022, a pesquisa apontou a marca de 1,48%.

Segundo o economista e especialista em gestão de mercados, Leandro Rosadas, é importante que os donos de mercados, atacarejos e hortifrutis tenham uma estratégia para conter essas perdas.

“Se não houver um plano para mitigar esse problema, as perdas impactarão e muito o faturamento, ao final do mês. Além disso, produtos de alto risco, como whisky, energéticos, vodka e protetor solar, merecem uma atenção especial, como por exemplo: armazenagem em área controlada, monitoramento – circuito fechado de televisão; conferência detalhada e inventários rotativos mais frequentes”, afirma o especialista.

A mesma pesquisa da Abrappe aponta que, entre as varejistas participantes do estudo, 95,83% mantêm uma área de prevenção de perdas.

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