Restrição de transporte pode parar indústria do Rio

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A decisão do Governo do Estado do Rio de Janeiro de restringir o transporte coletivo intermunicipal desde o último sábado traz uma preocupação para a indústria fluminense. Pelo decreto, estão autorizados a circular pela Região Metropolitana apenas trabalhadores de serviços considerados essenciais. 

“Quando você fala em indústria, você não pode esquecer o encadeamento produtivo. Nenhuma indústria é verticalizada, quando ela produz todas as etapas. Isso não é assim há anos e anos. A indústria compra insumos de uma outra indústria, compra embalagens de uma terceira, componentes dos equipamentos ou que vão levar ao produto final de outra”, adverte a presidente do Sindicato das Indústrias do setor Metalmecânico do Rio de Janeiro (Simme), Erica Machado de Melo, que também é conselheira da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

O decreto nº 46.983 impôs o controle do acesso no embarque de passageiros em trens e barcas que ligam a região metropolitana do Rio de Janeiro à capital. Estão autorizados a circular os trabalhadores de serviços considerados essenciais, como servidores públicos em serviço; profissionais do setor de saúde em geral; do setor de comércio relacionados aos gêneros alimentícios, farmácias e pet shops; e do setor de transporte e logística.

No setor industrial, está liberada a circulação de profissionais das atividades de “alimentos, farmacêutica, material hospitalar, material médico, produtos de higiene, produtos de limpeza, ração animal, óleo e gás, serviços de apoio às operações offshore, refino, coleta de lixo, limpeza urbana e destinação de resíduos, distribuidoras de gás e energia elétrica e companhias de saneamento”, segundo informação do Governo do Estado.

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A conselheira da Firjan explica que o setor industrial funciona em cadeias e se uma atividade parar, pode paralisar a produção das demais.

 “Quando você fala de equipamentos hospitalares, por exemplo, uma indústria que fabrica macas e camas hospitalares. Mas a de colchão, uma coisa simples, não pode funcionar. E não tem cama hospitalar sem colchão. Parafusos, porcas, molas, arruelas, revestimento que vão compor essas macas, é outro setor da indústria que vai fornecer e não está contemplado”, adverte Erica.

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