Reunião matinal

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Abertura
Mercados reagem negativamente aos dados da Balança Comercial chinesa, com as exportações tendo a maior queda em cinco anos. Mesmo com dados do PIB no Japa o e na Zona do Euro acima do esperado, as preocupações com o enfraquecimento da segunda maior economia do mundo derrubam as Bolsas pelo mundo. Na parte doméstica, campo político em destaque, com possíveis novas delações premiadas de Léo Pinheiro e Marcelo Odebrecht, Câmara reiterando embargos no STF sobre rito do impeachment, e governo anunciando novas medidas para estimular investimento em infraestrutura.

Fechamento
Ibovespa oscilou no fim da tarde, com alta da Vale medindo forças com queda de bancos e BM&F Bovespa.

MACROECONOMIA
Brasil – Governo anuncia estímulos para investimentos em infraestrutura, Câmara vai reiterar embargos no STF sobre rito de impeachment.

Fazenda anuncia medidas para incentivar investimentos em infraestrutura – Novas medidas de incentivo à investimentos em infraestrutura foram anunciadas pelo governo. Dentre elas, mudanças para facilitar a emissão de debêntures de infraestrutura e a capitalização de um fundo garantidor de infraestrutura. O governo editará decreto para autorizar a capitalização do Fundo Garantidor de Infraestrutura com imóveis da União, no valor de R$ 500 milhões. O fundo dá garantias adicionais a projetos de infraestrutura para riscos políticos ou de legislação, mas ainda não tem capital. A ideia é que os bancos que financiarem projetos garantidos pelo fundo também auxiliem na capitalização, em mais R$ 500 milhões.

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Câmara vai reiterar embargos no STF sobre rito do impeachment – O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou que a Casa vai reiterar no STF os embargos declaratórios em que questiona o rito do impeachment estabelecido pela Corte. Cunha quer evitar que o STF desconsidere os embargos do início do ano, por eles terem sido protocolados antes da publicação do acórdão do julgamento do rito do impeachment do Supremo. Pelos cálculos da oposição, o STF só deve julgar os embargos daqui a 15 dias, fazendo com que a comissão especial do impeachment só comece os trabalhos em abril. De acordo com essa previsão, os deputados só analisariam o processo em plenário em maio.

Dilma, Barbosa e Lewandowski em destaque – Às 17h, a Fitch promove evento para discutir o Brasil Shelly Shetty, responsável por ratings soberanos para América Latina. Na agenda política, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, tem café da manhã com a bancada do PT na Câmara dos Deputados (8h); a presidente Dilma Rousseff se reúne com o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (9h30); e, depois, com Barbosa (11h). O ministro da Fazenda tem ainda reunião com os governadores Fernando Pimentel (MG), Luiz Fernando Pezão (RJ), José Ivo Sartori (RS), Raimundo Colombo (SC) e Geraldo Alckmin (SP) (16h). O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, se encontra, às 16h, com líderes da oposição na Câmara. O objetivo dos deputados é pedir maior celeridade no julgamento dos embargos que questionam os ritos do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Líderes do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade prometem obstruir todas as votações da Câmara, Senado e Congresso até que o STF julgue os embargos protocolados pela Câmara. O plenário dessa última Casa poderia votar hoje a PEC que aumenta os recursos federais para a saúde e o projeto que suspende a fórmula de cálculo da renegociação de dívidas dos estados, ambas com impacto às contas públicas.

Mercados internacionais – Balança comercial da China preocupa, PIB do Japão e da Zona do Euro acima do esperado.

Futuros de Nova Iorque e Bolsas europeias recuam – Os índices futuros de Nova Iorque e as Bolsas europeias estão no negativo nesta manhã, refletindo a renovação da preocupação dos investidores com a desaceleração da China, após dados da balança comercial do país desapontarem. Na Europa, destacam-se as perdas do setor de mineração, em meio às quedas dos metais e do petróleo.

PIB da Zona do Euro é revisado em alta – Segundo a Eurostat, o PIB da Zona do Euro cresceu mais do que originalmente estimado em 2015, alta de 1,6% ante os 1,5% previamente estimados. Na comparação com o trimestre anterior, a alta foi de 0,3%. Outro indicador apresentado hoje na região foi a produção industrial da Alemanha, com alta de 3,3% em janeiro ante dezembro, acima da previsão de 0,5% de alta do mercado.

Balança Comercial da China pior que esperada – A China registrou um superávit comercial de US$ 32,59 bilhões em fevereiro, vindo de US$ 63,29 bilhões em janeiro, resultado pior do que os US$ 51,25 bilhões aguardados por analistas.

As importações da China registraram queda anual de 13,8%, vindo de uma queda de 18,8% em janeiro e abaixo do previsto por economistas de 15%. As exportações recuaram 25,4%, depois de uma retração de 11,2% em janeiro, a maior queda em mais de cinco anos. Neste caso, a queda superou ainda a redução prevista pelo mercado, também de 15%.

Bolsas asiáticas recuam – As Bolsas asiáticas reagiram mal ao resultado da balança comercial chinesa, e encerraram o dia em queda, já as Bolsas chinesas avançaram, impulsionadas por ações de tecnologia.O Xangai Composto teve ganho marginal de 0,14% e o Shenzhen subiu 0,5%. A Bolsa de Hong Kong caiu 0,73%, a Bolsa de Tóquio perdeu 0,76%, a de Seul teve recuo de 0,60% e a de Sydney ficou em -0,68%.

Dados dos EUA no radar internacional – O índice de otimismo das pequenas empresas NFIB em fevereiro sai às 8h. No mesmo horário, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela os indicadores antecedentes de janeiro. Às 18h30, é a vez dos estoques semanais de petróleo da API. Na Zona do Euro, os ministros de Finanças da União Europeia (Ecofin) se reúnem.

Petróleo em queda – Os futuros de petróleo operam em baixa moderada nesta manhã, em meio a um movimento de realização de lucros após a recente sequência de ganhos da commodity. Na sessão de ontem, os contratos fecharam nos maiores níveis desde dezembro. Às 9h10, o Brent para maio recuava 0,29%, a US$ 40,72 por barril, na ICE, enquanto o WTI para abril negociado na Nymex avançava 0,55%, a US$ 37,69 por barril.

PAINEL CORPORATIVO
Vale: memorando com a Fortescue, mas China preocupa
Após a forte alta das ações ontem, os investidores estão de olho hoje na repercussão da assinatura de um Memorando de Entendimento com a empresa australiana Fortescue, que inclui a formação de uma ou mais joint ventures para a blendagem e distribuição dos produtos de ambas na China. O memorando também oferece à Vale a possibilidade de realizar projetos de mineração em conjunto com a empresa na Austrália, bem como adquirir uma participação minoritária na controladora da Fortescue.
China preocupa – Dados da balança comercial da China preocupam. As exportações chinesas caíram 25,4% em fevereiro. As importações, por sua vez, recuaram 13,8% em fevereiro, um pouco abaixo da previsão de queda de 15%. As importações de petróleo, minério de ferro e cobre subiram, 24,5%, 6,3% e 23,3%, respectivamente.
Assim como as ações de outras grandes mineradoras na Europa, os recibos de ação da Vale negociados em Frankfurt registravam queda de 4,71%, na mínima do dia. Em Madri, os recibos operavam em queda de 4,21% no Latibex. A ação da Anglo American perdia 8,2%, Antofagasta cedia 4,8%, Rio Tinto recuava 4,7% e BHP Billiton amarga desvalorização de 4,6%. Essas ações lideravam as perdas na Bolsa de Londres.

Bradesco: HSBC
O Cade deve decidir sobre compra do HSBC pelo Bradesco em abril, segundo informações do Valor. Segundo o jornal, o banco sofre com a demora. “Vulnerável ao ataque da concorrência enquanto o novo dono não pode assumir o controle, o banco sofre com resgates em fundos de investimentos e previdência. O HSBC Brasil teve ainda piora na qualidade das operações de crédito, com impacto sobre os números da matriz no fim de 2015”, informa a publicação.

Petrobras: Pasadena e preço do petróleo devem pressionar as ações hoje
A Petrobras ainda apura o quanto da produção de óleo diesel da refinaria norte-americana Pasadena, instalada no Texas, foi comprometida pelo incêndio ocorrido no sábado, segundo apurou o Broadcast. Alvo de investigação na Operação Lava Jato, a refinaria atingiu sua capacidade máxima de operação no 3T15, o que ajudou a Petrobras a elevar o resultado da área de combustíveis no período. Com o acidente na unidade de hidrotratamento, no entanto, a produção foi afetada.
No mercado internacional, os contratos futuros do petróleo estão em queda. O brent para maio recuava 0,39%, a US$ 40,69, e na Nymex o contrato para abril operava em baixa de 0,74%, a Us$ 37,62/barril.

Setor elétrico: chineses vão as compras? Vale monitorar
A chinesa State Grid mira ativos de distribuição de energia e deve firmar compra de pelo menos um dos três alvos, que são Celg-D, Eletropaulo e CPFL, diz Folha de S.Paulo.
As conversas com CPFL e Eletropaulo estão em andamento, diz Folha, citando Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio Brasil-China. A CPFL disse ao jornal que não comenta assuntos relacionados a seus controladores e a Eletropaulo nega estar negociando com a State Grid.
Via Varejo: Recurso para evitar a republicação do balanço.
A companhia obteve recurso para evitar republicação de balanços. A empresa teve deferido pedido de efeito suspensivo em relação à ofício da CVM que determinava o refazimento de demonstrações financeiras de 2013 e seguintes. A CVM pediu refazimento dos balanços por conta de lançamentos contábeis de 2 operações societárias realizadas pela companhia em 2013, disse a Via Varejo.
A CVM ainda tem de se manifestar quanto ao mérito do recurso, disse a empresa.

Suzano: redirecionamento
A empresa avalia direcionar no curto prazo parte da nova produção de celulose tipo fluff, material usado em fraldas e absorventes, para o exterior, com Ásia e América Latina entre os primeiros destinos prováveis. “O foco foi primeiro concentrar a atenção no mercado interno porque é mais fácil, tem a vantagem da logística e temos desenvolvido o maquinário dos clientes. Mas certamente vamos olhar em breve o mercado externo, está no radar”, disse à Reuters o gerente do projeto fluff da Suzano e gerente executivo de Novos Negócios da empresa, Alexandre Corrêa.
Atualmente, 90% da produção global do insumo está nos EUA, com o restante na Argentina, que é o 2º maior produtor por conta de fábrica da Arauco, perto da fronteira com o Brasil. Há também algumas produtoras menores na Europa, segundo Corrêa. Diante dessa distribuição da produção global do insumo, a Suzano avalia que outros países na América Latina que hoje importam todo o fluff utilizado poderiam ser clientes da produção da companhia no Brasil. Outro foco da empresa para o produto é a China, que já é maior mercado mundial de celulose.

BTG Pactual: Leader
A Leader, do BTG Pactual, deverá depositar em juízo cerca de R$ 140 MM, valor devido aos fundadores da rede Seller, em um prazo de até cinco dias. Uma decisão em 2ª instância favorece os ex-donos da Seller, uma rede de lojas adquirida pela Leader em 2013. A decisão ocorre em meio à troca do comando da rede varejista para a consultoria Alvarez & Marsal, especializada em reestruturação de companhias com problemas financeiros.
A família que detinha a Seller cobra na Justiça essa quantia, referente a valores que a Leader ainda deve pela compra do ativo. Se o dinheiro não for depositado, os ex-donos da Seller poderão dar continuidade aos protestos da dívida, assim como no pedido de falência da Leader. A expectativa, dessa forma, é de que o BTG tenha que arcar com esse depósito, visto que o endividamento da Leader já ultrapassa a marca de R$ 1 bi, afirmam fontes próximas à empresa.

Educação: queda nas matrículas; já esperado
O ingresso de novos estudantes no Ensino Superior privado caiu 12% em 2015 na comparação com 2014, de acordo com levantamento da Hoper Educação, que leva em conta os cursos presenciais.
Os números oficiais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) vão apenas até 2014 e mostram que o total de ingressantes no ensino presencial das faculdades privadas naquele ano foi recorde: 1,8 MM. A partir do ano seguinte, porém, a Hoper observa uma reversão na tendência de crescimento.
Já para 2016, a Hoper espera uma nova retração na comparação anual, de 10% no número de novos estudantes nas faculdades privadas.

XPI
Celson Plácido
Analista, CNPI
Fonte: Análise XP e Bloomberg
Fontes dos textos: AE, Bloomberg, InfoMoney e Reuters.

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