A festa de Ano Novo deve movimentar R$ 3,2 bilhões na economia da cidade do Rio de Janeiro, com a expectativa de que 5 milhões de pessoas participem dos eventos, conforme estudo divulgado ontem pela prefeitura. Segundo o prefeito Eduardo Paes, o público pode esperar novidades nas atrações deste ano.
“Este documento mostra que essa grande festa não gera apenas diversão. Atrai muitos turistas e tem um impacto econômico de R$ 3,2 bilhões. É mais trabalho e renda para o Rio. É também mais alegria”, disse.
Uma das novidades é a volta do Palco Leme, que terá apresentações de artistas de música gospel, e a estreia dos Palcos Parque Oeste, em Inhoaíba e Parque Realengo. Esses dois espaços públicos foram inaugurados este ano.
Em Copacabana, irão ocorrer shows e queima de fogos. A expectativa é receber 2,5 milhões de pessoas, entre cariocas e turistas, no segundo maior evento da cidade, ficando atrás apenas do Carnaval. O palco principal, em frente ao Copacabana Palace, promete ter grande concentração de público para assistir aos shows de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Ivete Sangalo e Anitta.
O presidente da Riotur, Patrick Corrêa, destacou que a projeção é superar os R$ 42 milhões arrecadados em Imposto Sobre Serviços (ISS) do turismo e eventos no decorrer de 2024, que “representaram um crescimento de 66,3% em comparação com 2022 e mais do que o dobro dos números pré-pandemia, em 2019”.
Pelos cálculos da segunda edição do estudo “Réveillon em Dados”, cerca de 50 mil empregos devem ser gerados, direta ou indiretamente.
“Com a economia aquecida, o carioca tem mais oportunidades e melhor renda. Tivemos um 2024 especial, com grandes shows e eventos, e vamos iniciar um novo ano também promissor”, disse o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico em exercício, Thiago Dias, em nota divulgada pela prefeitura.
A maior parte dos turistas estrangeiros vem da Argentina, tendo na sequência o Chile e os EUA. Entre os estados do Brasil, São Paulo e Minas Gerais lideram o ranking.
De acordo com o estudo, pesquisas anteriores indicaram a satisfação dos turistas que visitam o Rio. “Um total de 83% das pessoas que responderam ao questionário deram notas de 8 ou mais para a cidade. Para 84% das pessoas, a sensação de segurança é positiva (ótima ou bom); e a avaliação é positiva sobre os shows (90%) e queima de fogos (83%)”, informou a prefeitura.
O esquema operacional da prefeitura para realização da festa de Ano Novo envolve 11 órgãos e 8,4 mil trabalhadores, dentre servidores e empregados. Somente da Comlurb, aproximadamente 60% dos funcionários irão trabalhar. O planejamento inclui ainda mais de 7 mil veículos e equipamentos municipais.
Mais de 96% dos quartos de hotéis do Rio de Janeiro já estão ocupados para a noite, de acordo com o último levantamento do Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro (HotéisRio). O presidente da entidade, Alfredo Lopes, disse que as reservas continuam aquecidas e devem chegar a 100% até amanhã em Copacabana e outros bairros da Zona Sul.
Considerando um período mais extenso – do dia 29 de dezembro a 1º de janeiro – a ocupação é de cerca de 85%, mas se aproxima de 88% nos bairros de Copacabana e Leme, que recebem a mais tradicional festa da virada do Brasil.
Também são expressivas as taxas em outros bairros da orla. A região de São Conrado, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes tem ocupação de quase 87% e nos bairros de Ipanema e Leblon, mais de 84% dos quartos estão ocupados.
Atualmente, a rede hoteleira do Rio tem cerca de 50 mil quartos, e apesar de a cidade ser um destino turístico reconhecido, Lopes defende investimentos constantes e a realização de grandes eventos ao longo do ano, a exemplo do Rock in Rio e do show da cantora Madonna, que lotou a praia de Copacabana no ano passado.
Ele argumenta que “o turismo aquece a economia e gera um número enorme de empregos. Essas pessoas também consomem com seus salários e a arrecadação sobe e aí o município pode investir mais em áreas como saúde e educação. Há países que vivem essencialmente do turismo”, destaca.
A procura por hospedagem no interior do Estado do Rio também é grande e já superou a do ano passado, com 91,30% dos quartos ocupados. Em duas cidades, praticamente não há mais vagas: Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, e Miguel Pereira. Arraial tem destaque há muitos anos graças ao seu belo litoral, mas Miguel Pereira se tornou um grande destino turístico recentemente, após a inauguração de diversos empreendimentos, públicos e privados, que atraem cada vez mais visitantes.
A ocupação também passa de 90% em outras seis cidades: Cabo Frio, Rio das Ostras e Armação dos Búzios, na Região dos Lagos, Angra dos Reis e Paraty, na Costa Verde e Itatiaia, na Região Sul. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro.
Com informações da Agência Brasil