Com percentual de 100% de ocupação hoteleira, as cidades de Arraial do Cabo e Mangaratiba se destacam entre os municípios do interior do estado do Rio de Janeiro com grande procura para o Réveillon. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (Abih-RJ), que aponta ainda o bom desempenho do interior.
Cabo Frio também chama a atenção entre os turistas que se interessam em passar a virada do ano no interior. Com mais de 10 praias, a cidade aumentou em 5% a ocupação, em comparação a 2015, contabilizando 95% este ano. Já em Angra dos Reis, a diferença foi de 10%, com uma taxa de 95%.
A Região da Serra Verde Imperial também conquistou os turistas, especialmente aqueles que procuram um clima mais ameno. Nova Friburgo registra 85% de ocupação e Petrópolis 80%.
Para Nilo Sergio Felix, secretário de Estado de Turismo do Rio, os números são resultado de intenso trabalho de promoção realizado junto aos mercados emissores de turistas.
– Mesmo com a fragilidade financeira do país, o interior do Rio de Janeiro manteve a média de ocupação hoteleira do ano passado, que foi de 88%. O setor está bastante animado com a taxa, que ainda deve crescer até o final da semana com reservas de última hora. A maior parte dos turistas vem da capital carioca, São Paulo e Minas. Entre os estrangeiros, os destaques são argentinos, americanos e franceses. Levar as peculiaridades do nosso interior para os eventos de turismo fora do país estimula a captação de novos visitantes – explica Nilo Sergio Felix.
Outras cidades do estado também contabilizam números favoráveis. Próximo a capital, Niterói, por exemplo, se destaca com 89% da ocupação. Búzios, na Costa do Sol, registra 80% assim como Paraty, na Costa Verde.
Moradores reclamam de proibição de festa de Ano-Novo em favela da capital
Moradores da Mandela 2, uma das mais pobres da zona norte da cidade do Rio de Janeiro, não devem ter festa de Ano-Novo no local por ordem da comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Arará-Mandela, major Paula Andressa das Chagas Frugoni, que justificou a medida por falta de aval do Corpo de Bombeiros para o evento. No Natal, a comemoração coletiva foi suspensa pelo mesmo motivo.
Alguns moradores se sentem discriminados pela Polícia Militar por causa da proibição.
– Moro aqui há 50 anos e a gente sempre teve essa tradição de fazer nossas festas na rua. A gente vê o lado da UPP, mas é um dia extraordinário. A gente não tem como ir à Copacabana, não tem dinheiro para levar a família para lá. A gente não tem como ficar trancado dentro de casa. Queremos manifestar nossa cultura da maneira que nós achamos melhor, não o que os outros impõem. É como se fosse no tempo da senzala, quando os outros mandavam e a gente obedecia – protestou a psicopedagoga Norma Maria.
O presidente da Associação de Moradores da Embratel, pequena favela que faz parte do Mandela, Márcio Barbosa Lima, também reclamou da proibição, que ele considera ditatorial.
– Nós nunca tivemos este problema. A comandante da UPP que chegou agora está alegando que precisa do aval dos Bombeiros, mas eles mesmo disseram que não se responsabilizam por isso, pois não é um ambiente fechado nem terá montagem de palco. A gente já foi discriminado com o samba, com o funk, com o pagode. Estamos regredindo para uma ditadura, de pessoas que acham ter o poder da farda para proibir. Todas as comunidades têm e terão eventos. Estamos sendo discriminados, desrespeitados e tirados do nosso direito de se divertir e confraternizar.
Para o presidente da Associação de Moradores da favela Mandela 2, Francisco de Assis, a determinação da UPP demonstra inflexibilidade da nova comandante com os moradores, apesar da ausência de confrontos armados no local nos últimos meses.
– Falta bom senso da comandante. Nossa favela é pacífica, está tranquila, ela tem apoio da associação, estamos trabalhando juntos. Infelizmente ela não colaborou em realizar o nosso evento. Mais uma vez a favela vai ficar frustrada. Temos uma UPP para estar juntos, dar o nosso direito de ir e vir, mas desse jeito estamos oprimidos aqui dentro, sem direito a nada.
Outro lado – Procurado pela Agência Brasil, o comando da UPPs respondeu por meio de nota em que informa os motivos da negativa para realização da festa e diz que as regras são determinadas pela Secretaria de Segurança.
“As normas para a realização de eventos em espaços públicos estão estipuladas na resolução da Secretaria de Segurança que regulamenta o tema [Resolução nº 013 da Seseg e Resolução conjunta Seseg/Sedec nº 134]. Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Arará/Mandela, o evento ainda não está autorizado porque não atendeu algumas exigências de documentação”, diz o texto.
A resolução citada tem 35 artigos e não faz distinção entre eventos comerciais de grande porte e manifestações populares gratuitas, como as que ocorrem nas comunidades.
Outro problema relatado pelos moradores da favela Mandela é a constante falta de luz. Esta semana, por exemplo, alguns pontos estão sem luz desde a noite de ontem, mesmo após reclamações à Light, concessionária de energia da cidade.
Em nota, a Light informou que já havia deslocado uma equipe para atender a ocorrência e atribuiu o problema aos furtos de energia, que causam desestabilização e sobrecarga na rede. “Importante ressaltar que, no verão, as ocorrências aumentam em razão do elevado número de ‘gatos de energia’ Os equipamentos da Light são dimensionados para atender o número de clientes regulares/formais, e não os fraudadores. Com o elevado índice de furto na área de concessão da empresa a rede fica sobrecarregada e, com isso, acontecem interrupções de energia, prejudicando, inclusive, clientes formais que pagam suas contas em dia.”
Com informações da Agência Brasil