Bom dia.
Os principais mercados europeus e os índices futuros das Bolsas nos EUA operam em baixa nesta manhã. No Brasil, índice futuro abre em queda de 0,5% e o dólar recua 0,2%, cotado a R$ 3,515.
Agenda do dia:
PIB dos EUA, resultados corporativos do 1T16 e dados do Tesouro no Brasil devem trazer volatilidade ao mercado.
Corporativas:
Petrobras (PETR4): A companhia divulgará o resultado do 1T16 no dia 12 de maio, quinta-feira, após o fechamento do mercado. A estatal informa que, com isso, entre hoje e 12 de maio, estará em período de silêncio, durante o qual a “estará impossibilitada de comentar ou prestar esclarecimentos relacionados aos seus resultados financeiros e perspectivas”.
Apenas para constar a data divulgada para o 1T16…
Petrobras (PETR4): O regime de partilha na exploração dos campos de petróleo do pré-sal deverá ser revisto num eventual governo de Michel Temer, segundo fontes próximas ao vice-presidente. Uma decisão final ainda será discutida com aquele que vier a ser escolhido para a pasta de Minas e Energia, mas a tendência é a retomada do modelo antigo de concessões. Com isso, deverão cair regras inspiradas no modelo “Brasil grande”, como a reserva de 30% de todos os campos do pré-sal para a Petrobras. Além dessa, a ideia é acabar com a política de conteúdo local e a obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora em todos os campos de exploração no pré-sal.
Interessante… seguimos acompanhando os desdobramentos para o desfecho desta situação em um momento desafiador para a companhia.
Hypermarcas (HYPE3): A agência de classificação de risco Fitch elevou o rating em escala nacional da companhia. Ao mesmo tempo, a nota em moeda estrangeira da companhia foi mantida, com perspectiva positiva. Segundo a Fitch, a elevação do rating em escala nacional da empresa foi devido às melhorias na estrutura de capital e o fortalecimento do perfil de crédito da Hypermarcas. A revisão da perspectiva para positiva reflete a expectativa da Fitch de que nos próximos 12 a 18 meses a Hypermarcas seja capaz de gerar um fluxo mais robusto e estável de caixa operacional e o nível considerável de fluxo de caixa livre, que são as chaves de crédito fatores para um nível de grau de investimento.
Positivo.
BM&F Bovespa (BVMF3): A companhia informou que a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo decidiu manter auto de infração que questiona a amortização do ágio gerado com a incorporação de ações da Bovespa Holding, após a operadora da Bolsa paulista ter pedido impugnação do auto. A BM&F Bovespa disse que apresentará recurso ao CARF e reiterou que considera que o ágio foi constituído regularmente. “A BM&F Bovespa esclarece que continuará a amortizar, para fins fiscais, o ágio, na forma da legislação vigente”, acrescentou em comunicado.
Outro caso que seguimos acompanhando o desfecho.
Klabin (KLBN11): O Conselho de Administração da companhia aprovou a recompra pela companhia de até 10 milhões de ações equivalentes a 2 milhões de units. O objetivo do programa é “fazer frente às obrigações da companhia decorrentes do plano de incentivo de longo prazo para seus executivos e manutenção em tesouraria”. A recompra tem duração de 12 meses.
Positivo. No entanto, este número equivale a “apenas” 0,6% das ações units em circulação.
Mineradoras: O preço do minério de ferro subiu 4% no mercado a vista chinês indo a US$ 62,9 a tonelada seca, de acordo com dados do The Steel Index. Esse valor segue a referência do insumo com teor de concentração de 62% negociado no porto de Tianjin, na China.
Ações de mineradoras nesta manhã na Europa sobem forte.
RESULTADOS CORPORATIVOS 1T16:
Vale (VALE5): A companhia reverteu prejuízo e apresentou um lucro líquido de R$ 6,311 bilhões no 1T16. O lucro é explicado, além da recuperação do preço do minério de ferro do mercado internacional, pela valorização do real em relação ao dólar, o que beneficia a dívida denominada em dólar da mineradora. O Ebitda ajustado somou R$ 7,685 bilhões, crescimento de 66% na relação anual e de 43% na trimestral. A receita operacional líquida, por sua vez, chegou em R$ 22,067 bilhões, aumento de 22% na relação anual, mas recuo de 3% em relação aos três meses imediatamente anteriores.
Números acima das expectativas.
Natura (NATU3): A Natura reportou prejuízo de R$ 69,1 milhões no 1T16, ao contrário do previsto pela média dos analistas consultados pela Agencia Estado (BTG Pactual, Deutsche Bank, Itaú BBA, Safra e UBS), que apontava para um lucro de R$ 88 milhões entre janeiro e março. O Ebitda de R$ 217 milhões da Natura ficou 19% abaixo das estimativas, cuja média apontava para R$ 268 milhões previstos pelos analistas.
Bradesco (BBDC4): O lucro líquido contábil no 1T16 veio em linha com as projeções de mercado. A cifra ficou em R$ 4,121 bilhões, 2,9% menor que a vista no mesmo intervalo de 2015, de R$ 4,244 bilhões. Conforme a média de 11 casas consultadas pel
a Agencia Estado
– Deutsche, Goldman, BTG, Credit Suisse, Bank of America Merrill Lynch (BofA), Brasil Plural, Citi, JPMorgan, Safra, UBS e uma casa que preferiu não ser identificada -, o Bradesco deveria reportar no primeiro trimestre lucro líquido contábil de R$ 4,227 bilhões.
Bradesco (BBDC4): O banco manteve em relatório que apresenta suas demonstrações financeiras do primeiro trimestre, os guidances estabelecidos para 2016 a despeito do encolhimento dos empréstimos. A manutenção das expectativas já era esperada por analistas do mercado, que julgavam ainda ser cedo para uma mudança nos números. O Bradesco espera que sua carteira de crédito expandida, que inclui avais e fianças, cresça de 1% a 5% em 2016. De janeiro a março, totalizou R$ 463,208 bilhões, redução de 2,3% em relação ao saldo de dezembro, de R$ 474,027 bilhões. Em um ano, quando somou R$ 463,305 bilhões, o saldo ficou estável. Para a pessoa física, o Bradesco projeta alta de no mínimo 4% e no máximo 8%. Já para a pessoa jurídica, o banco trabalha com cenário de estabilidade e, na melhor das hipóteses, elevação de 4%.
Telefónica Vivo (VIVT4): O lucro líquido da companhia no 1T16, de R$ 1,218 bilhão, superou em 18% a média das projeções de cinco casas ouvidas pela Agencia Estado (Bradesco BBI, BTG Pactual, Credit Suisse, Itaú BBA e UBS), de R$ 1,031 bilhão. O Ebitda reportado da companhia no primeiro trimestre, de R$ 3,788 milhões, veio 16% acima do esperado pelas cinco casas ouvidas, de R$ 3,279 bilhões. No entanto, o Ebitda recorrente, de R$ 3,275 bilhões, ficou em linha com as projeções. Esse indicador é ajustado pela venda de torres no primeiro trimestre no montante de R$ 513,5 milhões. Se considerados valores recorrentes, o lucro líquido ajustado da companhia, de R$ 879,3 milhões, teria sido 15% menor que o esperado.
FLUXO INVESTIDORES:
Acompanhando a posição de investidores estrangeiros no mercado futuro, que permanece sem alterações relevantes nos últimos dias. No mercado a vista, os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 19,3 milhões na Bovespa na última segunda-feira. Em abril, o saldo acumulado pelos estrangeiros na Bolsa de Valores está positivo em R$ 2,1 bilhões. Em 2016, o saldo de capital externo na Bolsa está positivo em R$ 12,657 bilhões.
ECONOMIA:
Brasil: decisão esperada. Agora é aguardar a postura da nova equipe econômica e do BC após o impeachment da presidente Dilma.
O Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 14,25% a.a., sem viés. O Comitê reconhece os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos. No entanto, considera que o nível elevado da inflação em 12 meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária.
Brasil: acompanhando os indicadores de inflação do país.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desacelerou de 0,51% em março para 0,33% em abril, divulgou a FGV. O resultado do IGP-M de abril ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas, entre 0,24% e 0,41%, e abaixo da mediana de 0,35%. A variação do IGP-M acumulada em 2016, até abril, é de 3,30%. Em 12 meses, o indicador registrou alta de 10,63%.
Zona do Euro: Ok… acompanhando.
O índice de sentimento econômico, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, subiu a 103,9 em abril, de 103,0 em março, após recuar por três meses consecutivos, segundo dados da Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia. O resultado superou a previsão de analistas, de avanço a 103,4.
Japão: principal índice da Bolsa do país encerrou em queda de 3,6%, pela frustração da decisão de política monetária.
O Banco do Japão (BoJ) manteve inalterada a sua política monetária nesta quinta-feira, deixando de lado os pedidos do mercado por mais estímulos. O Banco Central japonês manteve sua meta de compra de ativos em 80 trilhões de ienes (US$ 718 bilhões) por ano, uma medida destinada a colocar mais dinheiro em circulação para estimular o crescimento e a inflação. A decisão foi apoiada por 8 dos 9 dirigentes da instituição. O BC japonês disse ainda que pode tomar medidas adicionais de relaxamento se julgar necessário, tanto qualitativos quanto quantitativos, além de alterações nas taxas de juros.
EUA: divulgado ontem a tarde, mas vale constar aqui.
O Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) manteve a taxa dos fed funds na faixa de 0,25% a 0,50% e a taxa de redesconto em 1,00%, em uma decisão em linha com as expectativas. Uma dirigente votou por uma elevação na taxa, no único voto contrário à decisão da maioria. O Fed mostrou não ter pressa para elevar os juros, ao citar um ambiente econômico misto e preocupações subjacentes também com a baixa inflação e os desenvolvimentos nos mercados financeiros. A instituição afirma que o atividade econômica parece ter desacelerado nos EUA.
FIQUE DE OLHO:
Nesta quinta-feira, mais um dia de agenda cheia para o mercado nacional. Ontem, conforme expectativas, os bancos centrais do Brasil, EUA e Japão mantiveram suas respectivas taxas de juros. No entanto, o Banco Central do Japão decepcionou ao não anunciar novos estímulos, pressionando a Bolsa local e os principais índices nos mercados europeus nesta manhã. No mercado cambial, pelo 4º dia consecutivo, não foi anunciado realização de leilão de swap reverso pelo Banco Central. No campo das commodities, o minério de ferro subiu forte e o petróleo recua levemente no momento. Para finalizar, vale ficar atento aos resultados corporativos relevantes que foram divulgados como da Vale acima das expectativas e do Bradesco, Natura e Telefónica Vivo.
Bons negócios.














