Rio Capital Mundial do Livro

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Mirante Dona Marta
Foto: Veja Rio

A cerimônia oficial de abertura da Rio Capital Mundial do Livro ocorreu no último dia 23, quarta-feira, dia de São Jorge, no Teatro Carlos Gomes, localizado na boêmia Praça Tiradentes, com a presença do prefeito Eduardo Paes, de secretários municipais, escritores, poetas, músicos e artistas. O lendário teatro foi palco dessa celebração, que exaltou a literatura em língua portuguesa e marcou a importância do Rio de Janeiro na cultura global.

O título de Capital Mundial do Livro é agraciado pela UNESCO e por grandes representantes da indústria editorial mundial — Associação Internacional dos Editores, Federação Internacional de Vendedores de Livros e Federação Internacional das Associações e Instituições Bibliotecárias — a uma cidade, em reconhecimento da qualidade dos programas de promoção do livro e da leitura, e dedicado a toda a indústria do livro.

A cidade nomeada é escolhida para ser a Capital Mundial do Livro entre os 12 meses que separam as celebrações do Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, comemorado em 23 de abril.

O Rio de Janeiro é a primeira cidade de língua portuguesa a receber esse título, concedido pela UNESCO. Esse é um reconhecimento em virtude da excelência dos programas de promoção da leitura no município. Para fortalecer ainda mais essas atividades, a Secretaria de Cultura lançou o Edital Rio Capital Mundial do Livro.

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Os livros são veículos essenciais para acessar, transmitir e promover a educação, a ciência, a cultura e a informação em todo o mundo. Graças aos livros, nos mantemos informados, nos divertimos e somos capazes de entender melhor o planeta em que vivemos.

É por isso que, todos os anos, a UNESCO designa uma Capital Mundial do Livro. Depois de Acra, em 2023, e Estrasburgo, em 2024, a Cidade Maravilhosa foi nomeada, pela diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, como Capital Mundial do Livro para 2025.

A UNESCO e o Comitê Consultivo da Capital Mundial do Livro reconheceram o fato de o Rio de Janeiro demonstrar a importância de seu patrimônio literário, juntamente com uma visão claramente definida e um plano de ação para promover a literatura, a sustentabilidade do mercado editorial e a leitura entre os jovens, aproveitando as tecnologias digitais.

Em conformidade com as prioridades expressas na Carta da Capital Mundial do Livro, o Rio de Janeiro concebeu seu projeto como tendo a capacidade de promover mudanças sociais — por exemplo, por meio da alfabetização, da educação e da erradicação da pobreza — e produzir benefícios econômicos sustentáveis relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas.

As cidades nomeadas Capital Mundial do Livro pela UNESCO se comprometem a promover o livro e a leitura para todas as faixas etárias e grupos sociais, dentro e fora das fronteiras nacionais, e a organizar um programa de atividades para o ano.

Como a 25ª cidade a ostentar o título desde 2001, o Rio de Janeiro segue Madri (2001), Alexandria (2002), Nova Deli (2003), Antuérpia (2004), Montreal (2005), Turim (2006), Bogotá (2007), Amsterdã (2008), Beirute (2009), Liubliana (2010), Buenos Aires (2011), Erevã (2012), Bangkok (2013), Porto Harcourt (2014), Incheon (2015), Breslávia (2016), Conacri (2017), Atenas (2018), Xarja (2019), Kuala Lumpur (2020), Tiblíssi (2021), Guadalajara (2022), Acra (2023) e Estrasburgo (2024).

A candidatura da capital carioca foi conduzida pela Secretaria Municipal de Cultura e contou com apoio de outras secretarias e órgãos do governo municipal, como a Coordenadoria de Relações Internacionais. Apoiaram também a candidatura o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, a GL Events — que também promove a Bienal do Livro do Rio —, a Associação Nacional de Livrarias, o Real Gabinete Português de Leitura, a Fundação Biblioteca Nacional, a Academia Brasileira de Letras, a Fundação Roberto Marinho, a Câmara Brasileira do Livro, a Academia Carioca de Letras, a Universidade Santa Úrsula, o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, a Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo e o Pen Clube.

O Rio de Janeiro possui uma vocação histórica para ser a capital da cultura e da literatura. Essa herança cultural foi reconhecida pela UNESCO. A candidatura da cidade foi selecionada em virtude das iniciativas propostas, como a rede municipal de bibliotecas “Bibliotecas do Amanhã” e uma série de outras ações que posicionarão o Rio de Janeiro como protagonista da leitura e da cultura brasileira.

O Rio assumiu o mandato no dia 23 de abril, Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor, quando o símbolo dessa programação foi revelado, com o slogan “Rio de Janeiro continua lendo”, em uma alusão à composição do baiano Gilberto Gil, ideia do acadêmico Antonio Carlos Secchin, da Academia Brasileira de Letras.

Eufórico, o prefeito Eduardo Paes disse sentir orgulho pela escolha do Rio de Janeiro e anunciou que “vamos continuar incentivando a leitura. E teremos programas inéditos para valorizar ainda mais leitores.”

O município do Rio tem, a partir de agora, a missão de fomentar e coordenar eventos ligados à literatura. A cidade é sede das principais instituições e eventos da literatura nacional, como a Academia Brasileira de Letras, a Biblioteca Nacional, o Real Gabinete Português de Leitura, a Bienal do Livro, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros e a Festa Literária das Periferias.

O título de Capital Mundial do Livro é concedido anualmente pela UNESCO a uma cidade que tenha demonstrado excelência em suas iniciativas de promoção literária. A iniciativa visa garantir e democratizar o acesso à leitura, com foco especial nos jovens e em comunidades mais vulneráveis.

Sob a liderança da Secretaria Municipal de Cultura, e tendo Isabel Werneck como secretária executiva do Rio Capital Mundial do Livro, o comitê é formado por representantes de diversos segmentos.

Dentre as ações propostas pela prefeitura na candidatura do Rio a Capital Mundial do Livro estão a modernização e requalificação da rede municipal de bibliotecas e salas de leitura, denominada Bibliotecas do Amanhã, com investimento de mais de R$ 16 milhões. Foi proposta também a expansão da Bienal como uma experiência inovadora e de multimídia. O evento também sediará o Primeiro Congresso de Literatura Latino-Americano, proporcionando um espaço de encontro para profissionais do mercado literário.

Outras ações incluem a intervenção literária urbana Book Parade, inspirada na bem-sucedida Cow Parade, quando artistas famosos serão convidados a criar instalações usando livros como elemento central e fonte de inspiração. Está prevista uma edição da Noite dos Livros, inserida no festival Paixão de Ler e inspirada no projeto anual de Madri, que apresentará maratona de 24 horas com palestras, competições, apresentações musicais, atividades infantis, workshops de teatro e mesas-redondas. O programa Livro nos Trilhos, por outro lado, vai espalhar obras literárias em estações de metrô, ônibus e trens, tornando a leitura acessível a públicos diversos.

Para fomentar novos talentos no mercado editorial, será criada a Academia Editorial Júnior. A iniciativa oferecerá treinamento e capacitação a jovens promissores interessados no campo editorial, promovendo a inclusão e criando oportunidades significativas para o crescimento dessa área. A prefeitura pretende realizar ainda outras ações em parceria com a sociedade civil e instituições privadas, estabelecendo um calendário de atividades para os próximos anos.

O Rio de Janeiro passou a ser, assim, a primeira cidade lusófona a se tornar Capital Mundial do Livro e a 25ª Capital Mundial do Livro da história da UNESCO. Muito investimento e muita história — inclusive de nossos ilustres autores cariocas, como Machado de Assis, Lima Barreto e Cecília Meireles — foram traçados no eixo da literatura na Cidade Maravilhosa para que ela alcançasse esse título.

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