Rio: Covid foi mais forte na periferia que em bairros mais nobres

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A pandemia não atingiu os bairros da cidade do Rio de Janeiro de maneira uniforme.  Os primeiros casos surgiram nas regiões mais desenvolvidas, mas a doença se espalhou, de forma acelerada, para a periferia, até meados de abril. Apesar da incidência maior nas regiões onde os indicadores apontam melhores condições de vida, a letalidade – número de óbitos em relação ao de casos confirmados – foi mais alta nas menos desenvolvidas. É o que mostra o estudo "Aspectos Socioeconômicos da Covid-19: o que dizem os dados do município do Rio de Janeiro?", divulgado na última sexta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Os pesquisadores utilizaram os dados produzidos pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, disponibilizados pelo Instituto Pereira Passos (IPP), com notificação até 13 de junho deste ano, e trabalharam com uma amostra de 43.148 casos e 6.735 óbitos (considerando apenas os registros de residentes no município do Rio de Janeiro).

Para a análise dos aspectos socioeconômicos, os bairros foram divididos por quintos de Índice de Desenvolvimento Social (IDS), baseado nos dados do Censo Demográfico de 2010 (o último disponível). O IDS sintetiza oito indicadores do censo, que incluem condições de moradia, educação e renda, com informação sobre acesso a água, esgoto, entre outros serviços. Quando observado o coeficiente de mortalidade – número de óbitos por Covid-19 confirmados a cada 100 mil habitantes -, as diferenças entre os bairros não foram tão grandes. No entanto, em quase todas as faixas etárias, a mortalidade é menor nas regiões de IDS mais elevado, e maior naqueles bairros menos desenvolvidos.

De acordo com um dos autores do estudo, Pedro Miranda, economista e pesquisador do Ipea, esse resultado não pode ser observado sem levar em consideração as diferentes condições de acesso aos serviços de saúde e à realização dos testes.

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"A subnotificação dos casos e as falhas na identificação dos óbitos podem ser maiores nas regiões menos desenvolvidas". Ele alerta para a importância de informações organizadas e transparentes para auxiliar o poder público no combate à pandemia.

Já o Estado do Rio registrou até ontem 13.572 mortes provocadas pelo novo coronavírus, entre os 167.225 infectados pela doença desde o início da pandemia, em março. O número de óbitos representa 16 novas mortes em relação a ontem.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES), há ainda 996 óbitos que aguardam confirmação sobre se a causa foi o novo coronavírus. Até o momento, entre os casos confirmados, 143.822 pacientes se recuperaram da covid-19.

O boletim de ontem da SES indicava que até este sábado, eram 167.213 casos confirmados e 13.556 mortes pelo novo coronavírus no estado.

Entre as mortes por Covid-19 registradas até hoje, a capital continua com o maior número de registros (8.358), seguido de São Gonçalo (593), na Região Metropolitana; Duque de Caxias (578); Nova Iguaçu (431), e São João de Meriti (323), na Baixada Fluminense. Niterói também na Região Metropolitana confirmou 309 mortes.

Já com relação ao número de infectados, a capital também está na frente (71.802), em segundo vem Niterói (9.079). São Gonçalo, que é o segundo município com número de mortes, vem em terceiro no número de infectados (8.572), seguido de Duque de Caxias (6.417), Macaé (5.647) e Nova Iguaçu (4.188).

 

Com informações da Agência Brasil

 

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