No primeiro trimestre deste ano foram abertas 85.911 empresas no Estado do Rio de Janeiro, estando atrás apenas de Minas Gerais (107.682 novos CNPJs) e São Paulo (300.034 novos CNPJs), que ocupam, respectivamente, o segundo e o primeiro lugar no ranking de novas empresas abertas. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, há queda de 17,4%. Já quando comparado ao primeiro trimestre de 2020, o número de abertura de empresas apresentou crescimento de 2,9%, de acordo com o levantamento realizado pela Contabilizei, a partir de dados da Receita Federal.
Microempresas, empresas de pequeno e grande porte, além de indústrias e agronegócios, categorizadas como não MEI, representam 14,8% do total de empresas abertas (12.681 CNPJs), enquanto empresas da categoria Microempreendedor Individual (MEI) retratam a maior parcela do total, sendo 85,2%, equivalente a 73.230 CNPJs.
Ao considerar somente as empresas não MEI, há um decréscimo de 2% no número de aberturas, quando comparado ao primeiro trimestre de 2021. Já na comparação entre os mesmos meses de 2020, este crescimento é eminente, sendo de 34%.
Em comparação ao primeiro trimestre de 2021, a criação de CNPJs MEI obteve redução de 17,6% este ano. Ao comparar com o mesmo período de 2020, este número cresce em 0,2%.
O levantamento mostra também o desempenho da abertura de empresas por setor. Mais de 60% das empresas abertas no estado fluminense correspondem ao setor de serviços.
Já segundo levantamento do Sebrae, sete em cada 10 MEIs tinham emprego antes de oficializar o próprio negócio. Esse resultado pode indicar um crescimento do empreendedorismo motivado por necessidade nesse perfil de empreendedor nos últimos três anos. Em 2019, 63% dos empresários que se registraram nessa categoria estavam empregados antes de empreender. Em 2022, o índice saltou para 67% – média de sete a cada 10. Segundo o estudo, antes de se formalizarem, 51% dos MEI estavam contratados com carteira assinada e 16% eram empregados sem registro. Ainda de acordo com o levantamento, houve uma queda na proporção de microempreendedores individuais que já atuavam como empresários na informalidade. Em 2019, os empreendedores informais representavam 21% dos MEI e, em 2022, essa participação caiu para 15%.
Já estudo intitulado Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi), mostra que pelo terceiro mês consecutivo as micro e pequenas indústrias (MPI’s) vêm sentindo o impacto da elevação de custos de produção, que hoje atinge 70% das empresas. Segundo dados da pesquisa, as MPI’s retornaram ao patamar de setembro de 2021, conforme gráfico a seguir, que mostra que sete em cada dez empresas registraram alta significativa nos custos de produção.
As notícias negativas para as micro e pequenas industrias vêm, principalmente, do aumento de custos de matérias-primas e insumos. O gráfico a seguir, em que o índice varia de 0 a 200 pontos, sendo 200 o resultado ótimo, onde nenhuma empresa teria alta significativa em seus custos de produção no mês anterior, mostra que em abril o cenário piorou, com recuo para 61 pontos, ante 72 pontos em janeiro.
Ainda segundo a pesquisa, nos últimos 15 dias, as maiores dificuldades relatadas pelas micro e pequenas indústrias são a alta nos preços de matérias-primas e insumos (78%), falta de matéria-prima e insumos nos fornecedores (40%), atraso na entrega de matérias-primas e insumos (35%) e queda na qualidade desses materiais (27%).
O pessimismo das micro e pequenas indústrias com retomada econômica caiu de 60% para 53%, entre março e abril, para os dirigentes que acreditam que a crise econômica no Brasil ainda é forte, afeta muitos os negócios e não dá para prever quando a economia voltará a crescer. Para 45% a crise está mais fraca, ainda afeta os negócios e a economia deverá voltar a crescer nos próximos meses. Apenas 5% acreditam que a crise já passou, não afeta mais os negócios e a economia já voltou a crescer.
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