PMEs do Rio Grande do Sul tiveram queda de 10% no faturamento em maio

Bares e restaurantes do estado enfrentaram baixa no mês devido às enchentes, comparável ao impacto sentido pelos estabelecimentos durante a pandemia

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Enchente no Rio Grande do Sul
Enchente no Rio Grande do Sul (Foto: Rafa Neddermeyer/ABr)

De acordo com o Índice Omie de Desempenho Econômico (Iode) das PMEs, o faturamento das pequenas e médias empresas do Rio Grande do Sul apresentou retração de 10% em maio, em comparação com a média do primeiro quadrimestre deste ano.

O Iode-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, divididas em 678 atividades econômicas. Para avaliar os impactos das enchentes nos negócios gaúchos, o índice avaliou exclusivamente os fluxos financeiros dos setores de comércio, indústria e serviços.

A análise dos dados do índice no Rio Grande do Sul revela que as inundações produziram efeitos mais significativos sobre as PMEs do comércio, que registraram queda de 25% no faturamento no período. O desempenho das PMEs industriais também recuou de modo expressivo e apresentou -19% em maio.

Já as PMEs gaúchas de serviço foram as menos atingidas, -3%. Neste segmento, conforme avalia Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, o setor de tecnologia (empresas de informação e comunicação) ajudou a amenizar a queda geral. Áreas como alojamento e alimentação e artes, cultura, esporte e recreação, no entanto, superaram a média vista no comércio, resultando em perdas entre 30% e 50% no período.

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“A queda constatada no Estado vai na direção contrária do mercado das PMEs no Brasil, que têm apresentado um crescimento constante e abrangente em diversos setores do país ao longo do ano. De janeiro até maio de 2024, o Iode-PMEs mostra expansão de 13,5% na comparação com igual período do ano anterior. Já, especificamente na região gaúcha, no acumulado do ano até abril (antes das enchentes), o índice também indicava que o mercado local de PMEs seguia trajetória de expansão (6% YoY)”, ressalta Beraldi.

O Rio Grande do Sul é a quinta maior economia do país e responde por 6% do PIB nacional com, aproximadamente, 1,5 milhão de empresas ativas, das quais cerca de 80% estão em municípios consideravelmente afetados pelas enchentes. Além de contribuir para metrificar os efeitos das enchentes sobre a economia gaúcha no último mês, o Iode-PMEs permitirá avaliar o ritmo de recuperação das atividades das pequenas e médias empresas do estado em curto prazo.

De acordo com o Índice de Atividade Econômica da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel)-Stone, os bares e restaurantes do Rio Grande do Sul registraram, em maio, uma redução de 5,4%, após a já expressiva queda de 6,9% de abril. O relatório é realizado mensalmente pela associação em parceria com a área de Research da Stone e o Instituto Propague.

Pesquisa divulgada pelo Ifood mostra que 1.308 entregadores deixaram de logar no aplicativo entre 21 e 27 de maio, e 2.200 restaurantes não registraram pedidos entre os dias 6 a 27. Os números indicam a severidade das condições enfrentadas pelos estabelecimentos e a dificuldade em manter as operações, com centenas de trabalhadores sendo diretamente impactados. Em outro recente levantamento realizado pela Abrasel, 53% dos comerciantes afirmaram ter operado com prejuízo durante o mês de abril, quando as enchentes começaram.

O índice revelou ainda que, em relação a maio do ano passado, a queda foi ainda mais alarmante, chegando a 17,4%. Esse declínio é comparável ao impacto sentido pelos estabelecimentos durante a pandemia, quando os bares e restaurantes tiveram que fechar as portas.

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