Rio de Janeiro tem a refeição fora de casa mais cara de todo o estado

Niterói vem em segundo lugar; gastos com alimentação na rua passam de R$ 61 bilhões e atingem novo recorde

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Alimentação fora de casa (Foto: IBGE)
Alimentação fora de casa (Foto: IBGE)

Pesquisa anual encomendada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) à Mosaiclab, empresa especializada em inteligência de mercado, apontou que a refeição mais cara do Estado do Rio está na capital: a Cidade do Rio alcançou o maior valor com R$ 60,46 (12%). No geral, no estado, houve aumento significativo de 14% sobre o ano passado e o valor atual está em R$ 56,15. Em toda a Região Sudeste a média apresentou o maior valor entre as cinco regiões brasileiras pesquisadas: R$ 54,54.

Em segundo lugar estadual veio Niterói, na Região Metropolitana, onde o preço médio da refeição completa (prato principal, bebida não alcóolica, sobremesa e café) fora do domicílio é de R$ 51,26, com alta de 9% sobre o ano passado. O valor médio da refeição completa na cidade é semelhante ao da média nacional: R$ 51,61, 10,8% maior do que em 2023.

Para calcular o preço médio, a pesquisa considera os preços das quatro categorias mais comuns na alimentação fora de casa do Brasil, sempre de acordo com o prato principal, bebida, sobremesa e café.

A pesquisa também aponta que o trabalhador usuário do vale-refeição consome 43% mais feijão, arroz, salada e 33% mais carne, quando se compara com aqueles que não possuem esse benefício. Isso demonstra a relevância do PAT como programa social, sendo o mais importante para o trabalhador brasileiro.

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O estudo também busca mostrar o impacto do preço da alimentação fora do lar sobre o salário dos trabalhadores do Sudeste, que segundo o IBGE estava em R$ 3.547 no primeiro trimestre deste ano: para se alimentar por 22 dias por mês, o trabalhador precisaria de R$ 860, equivalente a 24% do salário médio estimado pelo IBGE. Considerando-se o preço médio da refeição completa nas quatro categorias pesquisadas, o valor aumenta para R$ 1.135,42, com impacto de 36,4% no salário médio.

Divulgado em agosto, o estudo esteve em campo de março a maio, em 4.502 estabelecimentos comerciais, divididos nas cinco regiões, em 22 estados e no Distrito Federal. No total foram pesquisadas 51 cidades, com 5.640 preços coletados. A pesquisa foi encomendada pela ABBT à empresa Mosaiclab, especializada em pesquisa de mercado.

Já estudo do Instituto Foodservice Brasil (IFB) referente ao segundo trimestre mostra que no período, os consumidores gastaram um total de R$ 61,4 bilhões com foodservice, marcando um aumento de 3% em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior e atingindo o maior nível histórico já apurado, segundo apontam dados do Consumer Eating Share Trends (Crest). O tráfego de visitas totalizou 3,1 bilhões, uma ligeira queda de 1%, mas, ainda assim, demonstrando resiliência após um ano desafiador. O tíquete médio mostrou incremento de 4%, alcançando R$ 19,74, o que indica estabilização em patamares elevados.

O Índice Desenvolvimento Foodservice (IDF) aponta que as vendas nominais apresentaram um crescimento robusto de 15,7% na comparação anual. Na análise de mesmas lojas, esse índice foi de 12%, apontando recuperação consistente em diversos segmentos do mercado. O levantamento também verificou um aumento significativo nas transações totais: 10,3%. A inflação, medida pelo IPCA, registrou alta de 10,3% em junho de 2024, comparada a 4,7% em junho de 2023.

Ainda de acordo com o Crest, apesar da melhora, o setor ainda enfrenta desafios importantes. A persistência de preços elevados e a compressão da renda têm impactado o consumo fora de casa. A aceitação social das marmitas continua a subir, competindo diretamente com o foodservice tradicional. Além disso, a influência das apostas esportivas no orçamento dos consumidores é notável, com 22% dos brasileiros afirmando que apostam online, e isso tem consumido parte da renda que era destinada ao consumo em bares e restaurantes.

As classes sociais revelaram dinâmicas distintas, com crescimento nas classes A e C, e redução nos dois estratos da classe B, o que merece atenção.

O Nordeste sinalizou tendência sazonal de baixa no tráfego, enquanto o Sudeste e o Nordeste representaram quase 70% do tráfego total do setor. O Sul e o Centro-Oeste também mostraram desempenho positivo, puxados principalmente pelo Paraná e por Santa Catarina. A performance robusta do Rio Grande do Sul em termos de gastos também foi notável, especialmente em junho.

O Crest ainda analisou a evolução dos gastos e do tráfego em diferentes áreas do foodservice, concluindo que quase 80% do aumento de gastos entre o primeiro e o segundo trimestre de 2024 veio de quatro segmentos principais: fine dining, lanchonetes, supermercados/hipermercados e redes de não empratados. Embora o tráfego tenha mostrado uma tendência mais fraca, houve um avanço considerável ao longo do primeiro semestre de 2024, com um crescimento mais pulverizado, o que é importante para a recuperação do setor neste ano.

Os canais de venda mantiveram-se estáveis, apesar de nova queda no delivery. Houve variações nos períodos do dia, com crescimento pela manhã e durante o almoço, mas redução à tarde e à noite. Quanto aos dias da semana, sexta-feira e sábado continuam se destacando, enquanto a segunda-feira apresentou forte declínio.

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