Análise feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec-RJ), ligado à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), com base na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), de janeiro, mostra que o estado teve o crescimento mais significativo de todos os estados. O volume de serviços avançou 5,3% em janeiro frente ao mês anterior.
No comparativo interanual, o volume apresentou crescimento de 5%. Com o resultado, o setor acumulou alta de 3,1% nos últimos 12 meses no estado e reverteu grande parte da retração observada no último trimestre de 2023.
Comparado a janeiro de 2023, as variações positivas dos serviços foram observadas em quatro atividade: serviços prestados às famílias (11,4%), serviços de informação e comunicação (10,1%), serviços profissionais, administrativos e complementares (7,9%) e outros (6,4%).
O volume dos serviços de turismo registrou queda de 5,7% em janeiro, embora tenha crescido 4,3% na comparação interanual. O estado acumulou alta de 11,2% nos últimos 12 meses.
Já em São Paulo, puxado pelos segmentos educacionais, de saúde e profissionais e técnicos, o mercado de trabalho do setor de serviços gerou 230% mais vagas em janeiro deste ano do que no mesmo período de 2023. Foram cerca de 13,6 mil novos postos de trabalho a mais no mês na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Já o comércio, como era esperado, desidratou, mas em uma intensidade menor (-15,5%) do que em janeiro do ano passado – e menos do que se esperava.
Na comparação mensal, se os serviços subiram, o comércio perdeu 14,5 mil vagas em relação ao estoque de dezembro, mantendo uma sequência de cinco anos que o setor não consegue fechar um mês de janeiro no azul.
Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), embora os desligamentos após o fim do ano tenham impactado o mercado de trabalho, o cenário ainda foi mais ameno que o esperado, com menos gente perdendo o emprego do que em janeiro de 2023 – e, inclusive, em comparação a 2022. Isso aconteceu, sobretudo, porque as vendas dos setores permaneceram em alta, como mostram os indicadores mais recentes do IBGE.
No caso do comércio, em específico, havia a expectativa que o setor ressecasse em torno de 20 mil vagas em janeiro, o que não se efetivou, muito porque o volume de vendas aumentou mais de 10% no mês em relação a janeiro de 2023, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE. Os serviços, por sua vez, não apenas cresceram como também indicaram uma tendência que pode permanecer ao longo de 2024, já que eles vêm de uma alta de 3,3% no faturamento em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), da mesma instituição.
O resultado negativo do comércio veio, principalmente, pelo desempenho do varejo, que perdeu 15,8 mil vagas no mês, principalmente por causa dos sazonais desligamentos dos empregos temporários de fim de ano. É assim que segmentos como o de vestuário e acessórios (-5,4 mil) e os hipermercados e supermercados (-4,2 mil) puxaram o varejo para baixo.
Na cidade de São Paulo, os números são parecidos: o varejo extinguiu 5,5 mil empregos formais, e, não fossem os crescimentos tímidos no atacado (204) e entre as lojas de automóveis (147), as perdas seriam ainda mais significativas. No total, o comércio paulista reunia 2,88 milhões de vínculos formais ativos até janeiro de 2024, dos quais cerca de 888 mil estavam concentrados na capital.
Os segmentos que ajudaram os serviços a crescer em janeiro foram, principalmente, o de educação, com 8,2 mil novos postos de trabalho, atividades técnicas e científicas, como contabilidade, consultoria, engenharia e arquitetura (3,3 mil) e de saúde e serviços sociais (3,2 mil). Dos 14 grupos analisados na pesquisa, oito apontaram saldo positivo em janeiro.
O resultado mais negativo foi o observado nos serviços de alojamento e alimentação, que perdeu 3,3 mil vagas no mês. Só na cidade de São Paulo, o saldo de empregos do segmento ficou negativo em 1,5 mil postos.
A metrópole, seguindo o estado, gerou 4,1 mil vagas formais nos serviços em janeiro, vindas, sobretudo, da educação (2,1 mil) e da saúde (1,7 mil). No total, são 7,8 milhões de vínculos ativos em termos estaduais, com 3,2 milhões na capital.