Em 2023, cresceu o número de pontos críticos na malha rodoviária do país, de acordo com levantamento feito pela Pesquisa CNT de Rodovias, lançada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta segunda-feira. Foram identificadas 2.648 ocorrências graves na malha rodoviária do país, 38 a mais que em 2022.
Os perigos iminentes envolvem desde quedas de barreiras e erosões na pista a buracos grandes (cujo tamanho é igual ou maior que um pneu de veículo de passeio) e pontes estreitas ou caídas. Tais situações tornam a movimentação rodoviária mais arriscada para o motorista e para a segurança viária, além de impactar a fluidez da via e elevar os custos operacionais do setor transportador, destaca a CNT.
Locais com ocorrência de buracos grandes lideram o número de casos, com 1.803 registros, sendo que, no ano passado, 99% deles não tinham qualquer tipo de sinalização de advertência. Em 2015 – ano em que começaram políticas ultraneoliberais na economia, ainda no governo Dilma – foram 251 registros; o número aumentou 7,3 vezes em 2023.
O aumento de quedas de barreira também foi expressivo no período. Passou de 20 ocorrências, em 2012, para 207, no ano passado. O mesmo caso ocorreu com as erosões na pista. Há 11 anos foram identificadas 162 e em 2023 passaram para 504.
Diante dos resultados, a CNT estima que sejam necessários R$ 4,88 bilhões para a resolução dos problemas de 2023 apontados na publicação. Desse total, 38,5% devem ser destinados à correção de quedas de barreiras, e 21,7%, à adequação ou reconstrução de pontes estreitas.
Levando-se em conta o investimento necessário para intervenção de melhorias emergenciais, como reconstrução, restauração e manutenção dos trechos da malha rodoviária federal que apresentam problemas, a estimativa da necessidade de recurso sobe para R$ 46,8 bilhões.
Pior situação das rodovias está no Acre
As três unidades da Federação que tiveram os maiores números de pontos críticos, em termos absolutos, foram Minas Gerais (383), Acre (374) e Maranhão (258). Levando-se em conta o total de pontos críticos em relação à extensão da rodovia pesquisada pela CNT, a região Norte lidera a densidade de problemas. O Acre contabiliza 27 pontos críticos a cada 100 quilômetros. Em segundo e terceiro lugares estão Roraima e Amazonas, nos quais o motorista pode encontrar 11 pontos críticos a cada 100 quilômetros.
Leia também:
Com avaliação positiva em termos absolutos destaca-se o Distrito Federal, que não teve registros de pontos críticos nesta edição do Radar CNT do Transporte – Pontos Críticos 2023. Paraíba e Mato Grosso tiveram, respectivamente, uma e seis ocorrências. Na avaliação por densidade, esses mesmos estados e Goiás obtiveram as menores concentrações de pontos críticos em suas malhas.
“O investimento na prevenção e/ou na correção imediata de pontos críticos é a melhor forma de evitar que os problemas nas vias se agravem”, afirma o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.
A CNT disponibiliza ainda o Painel CNT dos Pontos Críticos nas Rodovias Brasileiras, uma ferramenta dinâmica de consulta dessas ocorrências com dados dos últimos três anos. Nele, é possível acessar dados acerca da localização, quantidade, tipo e densidade de pontos críticos registrados nas rodovias federais e estaduais do país, bem como suas condições de sinalização e fotos das ocorrências. As informações podem ser agrupadas por Unidade da Federação e por ano.