Rota de Integração Sul-Americana sai do papel em 2 anos

Tebet afirma que 1ª Rota de Integração Sul-Americana, de Manaus e Belém, reduzirá tempo e custo do comércio com Ásia

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Simone Tebet em entrevista a rádio
Simone Tebet (foto de Marcelo Camargo, ABr)

No ano que vem, durante a COP-30, em Belém (PA), o Governo Federal pretende inaugurar a Rota 2, Amazônica, dando início às Rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano, que permitirão reduzir o tempo e a distância para produtos serem exportados e importados do mercado asiático.

A intenção foi revelada pela ministra Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, em entrevista ao Bom Dia, Ministra desta quinta-feira. O governo desenhou cinco rotas após consulta aos 11 estados que fazem fronteira com países da América do Sul. As rotas têm o duplo papel de incentivar e reforçar o comércio do Brasil no continente e de reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre Brasil e os mercados asiáticos.

“Estamos falando de tornar os nossos produtos mais competitivos. Por exemplo, dependendo da distância aqui do Brasil, para a gente exportar para a China ou trazer produtos de lá para cá, estamos falando em reduzir a distância em 7 mil quilômetros. Estamos falando em reduzir o tempo dessa carga, ou de pessoas que vão viajar, de algo em torno de 10 dias. É um cenário que, a partir de 2026, vai mudar a cara do Brasil”, disse Tebet.

A Rota 2, Amazônica, liga o Norte, especialmente a Zona Franca de Manaus (AM) e o Pará (Porto de Santarém) à tríplice fronteira com Colômbia e Peru. “Isso vai ligar não só os estados amazônicos à América do Sul, mas vai interligar o maior investimento da China na América do Sul, que é o porto de Chancay, a 60 quilômetros de Lima, no Peru”, completou a ministra.

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Entre os mais de 9,7 mil projetos do Novo PAC, 190 foram identificados com potencial de contribuir com a integração regional. As obras vão facilitar o comércio com os países da América do Sul e com a Ásia, fazendo com que o dinheiro circule mais dentro do Brasil.

“Essa rota é tudo o que queremos para o Brasil. Significa mais emprego, mais renda, mais qualidade de vida. A gente não consegue combater a desigualdade social sem diminuir a desigualdade regional. Então, como resolver? Levando desenvolvimento aos estados de fronteira. Foi aí que elaboramos as Rotas de Integração. Fazer com que estados do norte, do centro-oeste e do sul que estão nas fronteiras possam se desenvolver beneficiando todo o Brasil”, disse a ministra.

Construção do Porto de Chancay: ponto crucial da Rota de Integração Sul-Americana
Construção do Porto de Chancay (foto Governo do Peru)

Porto de Chancay será ponto crucial da Rota de Integração Sul-Americana

A presidente do Peru, Dina Boluarte, afirmou no mês passado que as operações do megaporto de Chancay começarão em novembro próximo. Ela explicou que o porto concentrará cargas de países da costa pacífica da América do Sul com destino à Ásia, e da Ásia ao Pacífico Sul, para reduzir “o trânsito de cargas em até 12 dias”.

Com um progresso de 80% até junho, este projeto, construído a 80 quilômetros a norte de Lima pela empresa chinesa Cosco Shipping Ports Limited, poderá receber mercadorias da Colômbia, Equador e Chile, “para saída direta para a República Popular da China”.

Boluarte disse que seu governo tem certeza de que “o Peru pode se tornar uma importante ligação entre o Brasil e a China”, enquanto, “paralelamente, nossos produtores e a indústria nacional estarão em melhor posição em relação aos seus pares estrangeiros”.

Especificou ainda que, com um investimento de US$ 1,4 bilhões na sua primeira fase, a execução desta obra, que contará com quatro cais para chegada de navios com capacidade para transportar mais de 18 mil contentores, gerou mais de 9 mil empregos diretos. e indireto.

O porto concentrará 25% do valor das exportações agrícolas peruanas por via marítima e 22% do total das exportações agrícolas no médio prazo.

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