Saiba mais sobre o empréstimo com o cheque especial

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O país acaba de enfrentar mais uma crise econômica, não é segredo para ninguém. Por conta disso, tem sido cada vez mais difícil estabilizar a vida financeira e, consequentemente, realizar aquele investimento tão desejado. A maior parte da população está se atolando em dívidas e ficando no chamado vermelho, prejudicando cada vez mais a situação do mercado financeiro.

A saída para quitar as dívidas que se acumulam é fazer um empréstimo. Existem diversas modalidades de linhas de crédito, cada uma com sua particularidade e finalidade. Talvez a mais temida dela é a chamada cheque especial, aquele em que todo mundo “cai” e não parece muito feliz em fazê-lo. Porém, será que sabem como funciona?

Ironicamente, é um dos créditos mais populares do Brasil por ser muito fácil de usar – mas não deixe que isso te engane.

O que é e ele como funciona?

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Oferecido pelas instituições financeiras direto na conta-corrente, faz o cliente sentir como se o dinheiro fosse seu. Muito fácil de usar, acaba por ser uma das linhas de crédito mais populares do país. Contudo, a taxa de juros é uma das mais altas de todos os tipos de empréstimos.

Existe um limite a ser depositado e, caso seja utilizado além do limite máximo, o banco cobrará juros por esse valor. Por exemplo, uma conta bancária possui R$ 3.000,00 de saldo e, uma semana depois, mais R$ 3.000,00 foram depositados na mesma conta pelo banco. Esse valor extra é o limite do cheque especial. E aí mora o perigo: esse dinheiro pertence ao banco. Caso o cliente utilize os seus R$ 3.000,00 e qualquer quantia do valor limite extra, será cobrado juros em cima do valor utilizado.

O valor do cheque especial é um crédito pré-aprovado, ou seja, o cliente não precisa necessariamente pedir por ele para que fique disponível, será uma iniciativa do próprio banco. Devido a isso, acaba sendo extremamente simples de ser usado. Não é preciso fazer uma solicitação na instituição bancária e aguardar a avaliação e a liberação do crédito, nem mesmo assinar contrato.

Por que ele não é tão vantajoso?

Apesar da facilidade, não é muito indicado a utilização do empréstimo por meio do cheque especial. Trata-se de uma modalidade de linha de crédito perigosa que pode facilmente transformar-se em mais uma dívida com a qual o crediário terá que lidar. Muitas pessoas acabam se tornando escravas do cheque especial sem perceber e o usam diversas vezes sem darem conta.

Seu custo de taxas em geral é um dos maiores em relação às outras modalidades de crédito. Segundo um levantamento de dados feito pelo Banco Central, entre as principais instituições financeiras do país as taxas variam de 12% a 14% ao mês. Com esses números, se uma pessoa usar o empréstimo do cheque especial muitas vezes, acaba se tornando impagável. Mais uma dor de cabeça.

Como evitar as taxas de juros altas?

Caso tenha sido incapaz de resistir e escapar do empréstimo por cheque especial, não é o fim do mundo. Humanos cometem erros e nem todos temos conhecimentos a respeito do mercado financeiro. Imprevistos também acontecem e nos forçam a fazer coisas drásticas. Se isso acontecer, eis aqui dicas que podem ajudar a não aumentar muito a dívida do empréstimo.

Tenha uma reserva financeira

Talvez a dica mais importante de todas, vale para qualquer modalidade de crédito que for obtida. Especialmente se sua renda for inconstante, diferente a cada mês. Procure guardar uma quantia mensal, por menor que seja, para emergências. Elas sempre aparecem e nunca se sabe o tamanho do estrago.

Existem alguns investimentos financeiros mais simples, com riscos mais baixos e bom retorno garantido – como a poupança e o Tesouro Direto – cujos quais pode contar para que a sua reserva gere um dinheiro a mais todo mês.

Faça empréstimos mais baratos

Para o caso de não restar escolha e nem mesmo a reserva financeira conseguir cobrir os gastos extras como dívidas maiores, procure obter modalidades de crédito mais baratas do que o cheque especial. Uma boa opção é o empréstimo com garantia de imóvel.

O consignado possui as taxas de juros mais baratas do mercado, uma vez que é descontado diretamente da folha de pagamento do beneficiário. Contudo, não é uma opção para profissionais autônomos, que terão que fazer o empréstimo pessoal.

Em contrapartida, o empréstimo pessoal não tem essa limitação, embora seja um pouco mais caro que o consignado. Ainda assim, é muito mais em conta do que o empréstimo por cheque especial, saindo em média 5% ao mês nas grandes instituições financeiras.

Durante uma emergência, também é possível recorrer ao empréstimo por cartão de crédito, mas é preciso tomar muito cuidado e se planejar com antecedência. Se a pagar a fatura dentro do prazo, não serão cobradas taxas de juros, contudo, se ocorrer o contrário, as mesmas serão bastante altas.

Use o cheque especial por pouco tempo

Pode vir a acontecer a situação em que o cheque especial seja a única saída, que não tenha uma reserva financeira, que as dívidas só se acumulam e os prazos estão se esgotando, além de ter acontecido uma emergência. Nesse caso, tente pagar a dívida do cheque especial o mais rápido possível.

Nessa modalidade de linha de crédito as taxas de juros são cobradas por dia, então quanto antes o valor devido for zerado, menos terá que pagar ao banco. Algumas instituições financeiras oferecem até dez dias sem juros, todos os meses. Neste caso, é possível pegar o dinheiro em um dia e devolvê-lo nos dez dias seguintes que nenhum valor a mais será cobrado. Entretanto, caso o dinheiro não seja devolvido no prazo, os juros serão descontados desde o primeiro dia em que o mesmo foi retirado.

Saiba o Custo Efetivo Total da dívida

Em um empréstimo, não são só as taxas de juros que são cobradas, apesar de serem as mais famosas. Existem outros custos como tarifas, seguros, tributos para as instituições financeiras e até a própria taxa de juros. O valor total da dívida, somando todos esses custos, é chamado de Custo Efetivo Total (CET) e é mostrado em forma de porcentagem.

As empresas bancárias são obrigadas a informar o cliente e a colocarem no contrato o valor do Custo Efetivo Total, antes que qualquer parcela seja paga. No entanto, infelizmente, o CET só é informado na hora de assinar o contrato. Porém, é importante saber sobre ele antes de fechar o acordo.

Dívida do cheque especial: e agora?

A maioria das pessoas acabam usando o cheque especial bem mais do que deveriam por conta da sua facilidade e pelo fato da empresa bancária não informar ao cliente do que se trata ao depositar o limite extra na conta-corrente. É uma situação mais comum do que se imagina, mas não precisa se desesperar, pois a solução pode estar logo abaixo.

Renegocie a dívida

O diálogo é a alma de qualquer relacionamento, até mesmo aquele comercial da área do financeiro. Assim, nada melhor do procurar a instituição financeira e explicar que o empréstimo se tornou impagável para seu bolso atualmente. Mostre que está disposto a negociá-lo e pagá-lo de fato. Será sempre melhor para um banco receber um valor do que nenhum.

Contudo, o cliente nunca deve assinar uma negociação sem antes ter a certeza de que será vantajoso tanto para ele quanto para a empresa bancária e de que ele terá capacidade financeira de cumpri-la.

Troque o cheque especial por uma dívida mais barata

Com tantas modalidades de crédito com taxas de juros mais em conta, talvez compense trocar o empréstimo do cheque especial por uma delas é utilizar o benefício para quitar a dívida mais cara. Ao fazer isso, o devedor estará trocando uma despesa mais cara por uma menor. É muito melhor pagar 5% em um empréstimo pessoal do que 14% no cheque especial, por exemplo.

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