‘Saída de Draghi seria fator de risco para dívida italiana’

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Andrew Mulliner, Head de Global Aggregate Strategies na Janus Henderson (Foto: divulgação)
Andrew Mulliner, Head de Global Aggregate Strategies na Janus Henderson (Foto: divulgação)

“A crise política na Itália é significativa para os mercados. Em última instância, os períodos anteriores de extrema tensão nos spreads vieram de mãos dadas com a instabilidade política.” A opinião é de Andrew Mulliner, Head de Global Aggregate Strategies na Janus Henderson.

Segundo ele, “se o governo se desintegrasse e fôssemos às eleições antecipadas, estaríamos olhando para um governo muito diferente do que temos atualmente sob Draghi, que é uma ampla coalizão de esquerda e direita, enquanto as pesquisas atuais sugerem que uma coalizão de direita poderia obter uma maioria. Embora valha a pena ter em mente que deixar a Zona Euro não é mais um assunto que estes partidos defendem, um governo de direita provavelmente seria altamente eurocéptico e anti-imigração, e as relações com a UE seriam difíceis. Isto é o oposto da situação atual com Draghi como primeiro-ministro e é provável que suscite preocupações entre os investidores em torno do futuro a longo prazo da Itália, tanto no que diz respeito à Zona do Euro quanto no que diz respeito à sustentabilidade de suas finanças.”

Segundo a Reuters, a Itália pode precisar de eleições antecipadas para superar o atual impasse, já que o presidente Sergio Mattarella rejeitou a renúncia de Draghi e pediu a ele que se dirigisse ao Parlamento na próxima semana para obter uma imagem mais clara da situação política.

Para o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, ” uma votação antecipada seria bem recebida pela Rússia, mas prejudicaria a economia italiana. Uma eleição antecipada é um problema para o país”.

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Uma eleição nacional está prevista para o primeiro semestre de 2023 e a antecipação do pleito daria aos partidos pouco tempo para elaborar manifestos e preparar suas listas de candidatos. Com a antecipação, Draghi poderia permanecer na função como interino, mas não seria capaz de elaborar um Orçamento para o ano que vem ou decretar reformas exigidas pela Europa em troca dos fundos de recuperação.

Segundo Andrew Mulliner, ” se não houver vontade suficiente para que a atual coalizão continue até o término original esperado de maio de 2023, devemos esperar ver maiores rendimentos de BTPS e maiores spreads. No entanto, não esperaríamos uma crise da dívida italiana e é importante notar que os investidores têm se preparado para uma mudança no governo em 2023 em qualquer caso e o posicionamento na dívida italiana não é nada como há alguns anos atrás, portanto, mesmo no caso de uma continuidade do governo Draghi, é improvável que os spreads sejam significativamente mais apertados também.”

 

Com informações da Agência Brasil, citando a Reuters

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