O Estado de São Paulo bateu recorde no número de estrangeiros recebidos no primeiro trimestre do ano: 807.030, segundo dados do Ministério do Turismo e da Embratur, em parceria com a Polícia Federal. Desse total, 795.285 chegaram por via aérea, o que reforça a posição do estado como uma das principais portas de entrada de visitantes internacionais no Brasil.
O número consolida São Paulo como o maior hub aéreo da América Latina, impulsionado por sua robusta infraestrutura, ampla malha aérea e oferta turística diversificada – que vai de centros culturais e gastronômicos a roteiros de natureza e negócios. Além disso, o estado se destaca como destino preferencial para turistas de ao menos seis nacionalidades, fortalecendo sua posição estratégica no turismo internacional. Em 2024, o número de turistas estrangeiros que desembarcaram no território paulista foi de 2,3 milhões.
O crescimento foi significativo entre os principais países emissores: a Argentina lidera com um aumento de 95% no número de visitantes em relação ao mesmo período do ano passado. França e Portugal também registraram altas expressivas, de 26% e 22%, respectivamente. Na sequência, aparecem Chile (18%), EUA (14%) e Reino Unido (4%).
Em março, o estado foi a principal porta de entrada do país, com 277.266 turistas internacionais. O Rio de Janeiro aparece em seguida, com 241.812 entradas, seguido pelo Rio Grande do Sul (168.507) e Bahia (17.583).
O aumento na chegada de estrangeiros tem impulsionado o turismo nacional, que segue batendo recordes mês a mês, segundo a Embratur. O Brasil registrou, no primeiro trimestre de 2025, a maior entrada de visitantes internacionais de toda a sua história: 3.739.649 turistas – um crescimento de 47,8% em relação ao mesmo período de 2024.
O desempenho positivo da economia e fevereiro com mais dias úteis foram os fatores que favoreceram a alta do turismo no segundo mês do ano, apontando o maior recorde da série histórica – com faturamento de R$ 16,5 bilhões, de acordo com a pesquisa Faturamento do Turismo Nacional, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP). Em comparação com o mesmo mês do ano passado, o aumento foi superior a 5,3%, enquanto no acumulado do bimestre, a alta foi de 5,5%, totalizando R$ 37,3 bilhões, também um recorde.
De acordo com a Fecomércio-SP, a expectativa é de manter o mesmo ritmo positivo para os próximos meses, visto que o cenário econômico e a condição das famílias estão mais favoráveis diante da taxa de desemprego baixa. E mesmo com a alta da inflação e o aumento dos juros, os empresários estão resilientes, apontando um crescimento acima de 2%.
No entanto, a federação destaca que o Turismo nacional tende a perder competitividade com a reintrodução da exigência de vistos para estadunidenses, canadenses e australianos, já que a burocracia é um fator determinante de decisão. Outro impacto negativo para o faturamento é o fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) em março – originalmente previsto para continuar até 2027 -, o que afeta a previsibilidade e o planejamento dos negócios.
As viagens por transporte aéreo foram o grande destaque, com faturamento de R$ 4,1 bilhões e crescimento anual de 9,8%, incentivado, principalmente, pelas viagens corporativas. Em decorrência do aumento da demanda, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a alta anual é de 7%. Além disso, a tarifa média manteve-se no mesmo patamar da do ano passado.
Outros segmentos que se destacaram foram agências de viagens, operadoras turísticas e demais serviços relacionados, que faturaram R$ 1,3 bilhão, um crescimento de 8,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. As atividades de bares, restaurantes e similares, por sua vez, apesar de terem sido afetadas pela inflação dos alimentos (o que elevou os custos e exigiu repasses parciais ao consumidor), apresentaram um bom desempenho no início do ano, resultando em um montante de R$ 2,5 bilhões (alta de 6,8%). Já o setor de hospedagem, estimulado pelo aumento da tarifa média e da taxa de ocupação, cresceu 2,3% no mês, alcançando R$ 2,1 bilhões em faturamento.
No desempenho regional, o Espírito Santo se sobressaiu, com alta de 16,9% em comparação com o mesmo mês do ano passado, acumulando expansão de 13,4% entre janeiro e fevereiro.
Seguindo o mesmo caminho, Sergipe apresentou crescimento anual de 12,3% e Santa Catarina, alta de 11,4%, frente ao incentivo causado pela presença de turistas argentinos e a visibilidade de Balneário Camboriú no começo do ano.
Rio de Janeiro e São Paulo responderam por 45% do faturamento nacional, apontando, respectivamente, crescimentos anuais de 6,7% e 5,2%. Além disso, ambos os Estados estão recebendo investimentos no setor, como é o caso da previsão do novo aeroporto em Olímpia, no interior paulista, que deve atrair mais turistas nacionais e estrangeiros.
Ainda assim, outros estados registraram desempenho negativo, como Acre (-8,8%) e Roraima (-8,1%), que lideraram as quedas.