A partir de hoje, o Governo do Estado deve autorizar a reabertura de bares e restaurantes na cidade de São Paulo. Os estabelecimentos estão fechados desde março por determinação do governador João Doria (PSDB) e funcionando apenas por entrega. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP), 40% dos estabelecimentos devem fechar as portas por conta da crise.
Para Guilherme Satoru, chef e fundador da Satoru Food Service Consulting, muitos restaurantes poderão não resistir ao período de isolamento e o pós-quarentena, entretanto acredita que os estabelecimentos ainda podem amenizar os prejuízos causados pela crise e retomar a confiança de consumidores.
"Momentos de baixíssimo faturamento como este exigem esforços ainda maiores, que podem promover resultados quando a pandemia passar. É fundamental para o comerciante investir na higienização constante no estabelecimento e evitar desperdícios na cozinha", destaca Satoru.
Segundo ele, mesmo com a reabertura, investir em delivery será fundamental para ampliar as opções de venda.
"Os estabelecimentos também podem estreitar as relações com os clientes pelas redes sociais, pelo Whatsapp e até mesmo por um aplicativo próprio do restaurante. Para os conteúdos que serão divulgados nas redes sociais, ser objetivo com o cliente e quanto menos texto melhor."
Diz ele que "os restaurantes terão que se adaptar à nova realidade e proporcionar maior espaçamento entre as pessoas e evitar aglomerações. É possível determinar limite máximo de quatro pessoas por mesa, contar com um divisor de acrílico no balcão de atendimento e manter as janelas sempre abertas."
Segundo pesquisa realizada pela Galunion e Qualibest em abril, junto a 1.086 consumidores, sobre o impacto da pandemia nas refeições fora do lar, 99% deles informaram terem deixado de frequentar bares e restaurantes como medida de prevenção contra a Covid-19, e 90% estão evitando comer fora. Outra pesquisa, realizada para avaliar o impacto da pandemia no foodservice, realizada pela Food Consulting, também em abril, mostrou que 79% dos brasileiros têm a percepção de que higiene e limpeza serão o principal fator para decidir onde comer daqui para frente.
Na última sexta-feira a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) enviou ofício ao Governo do Estado de São Paulo posicionando-se contra a aplicação de multa no valor de R$ 5.025,02 por cliente flagrado no interior das lojas sem máscara de proteção.
O governador anunciou também que o estabelecimento deverá fornecer máscaras para permitir a entrada dos clientes que não estiverem usando, além de uma sinalização indicando que o uso é obrigatório. O estabelecimento que não estiver com o cartaz terá de pagar multa de R$ 1.380,50. A medida passou a valer desde a última quarta-feira (dia 1º). A fiscalização é feita pela Vigilância Sanitária.
"A multa representa um risco muito grande para o varejo e pode inviabilizar a sobrevivência da empresa. O cliente pode entrar com a máscara e retirar quando estiver lá dentro, por exemplo. O lojista não pode ser punido por isso", diz o presidente da ACSP, Alfredo Cotait Neto.
No ofício, a Associação lembra que os comerciantes já foram severamente castigados pelo longo período no qual ficaram com as portas fechadas, devido às restrições impostas pelo governo.
"Muitas destas empresas, inclusive, não sobreviveram aos quase 100 dias de portas baixadas e levaram com elas milhares de empregos formais, provocando um duro golpe na economia do país", lembra Cotait.
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