O que pode impactar o mercado hoje – O Ibovespa voltou a superar a barreira dos 100 mil pontos nessa terça-feira, encerrando o dia com alta de 1.9%, aos 100.540 pontos, em uma sessão de maior otimismo no exterior e com os investidores repercutindo as expectativas para os resultados do terceiro trimestre, com destaque positivo para os bancos. Já as taxas futuras de juros encerraram o dia de ontem novamente em queda. Além do cenário positivo externo, influenciaram o movimento também o leilão bem-sucedido de NTN-Bs e a notícia de que o governo estaria negociando a devolução de R$ 100 bilhões devida pelo BNDES ao Tesouro Nacional (que até então tinha o repasse acordado para esse ano adiado). DI janeiro de 2021 fechou em 1,96%; DI janeiro de 2023 encerrou em 4,55%; DI janeiro de 2025 foi para 6,36%; e DI janeiro de 2027 fechou em 7,26%.
Nessa manhã, mercados internacionais amanhecem neutros para negativos. Na Europa (-0,8%), índices caem pelo terceiro pregão consecutivo, sob ameaça de novos confinamentos. Enquanto isso, seguem as negociações para novo pacote de estímulos nos EUA (0%). A presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, voltarão a conversar nesta quarta-feira sobre um pacote de cerca de US$ 2 trilhões. Na tarde de ontem, Pelosi se diz "otimista" sobre a possibilidade de um acordo, mas reconheceu que ainda há diferenças a serem resolvidas. Vale destacar que há resistência entre senadores republicanos a um pacote com impacto acima de US$ 1,8 trilhões, especialmente entre a ala mais conservadora na pauta fiscal. Portanto, se o governo e democratas chegarem a um acordo, Trump terá colocar pressão sobre seus correligionários na Câmara Alta para tentar aprovar o projeto.
Ainda no cenário internacional, os EUA anunciaram ter "provas concludentes" de que uma empresa chinesa que produz stevia (produto agrícola) usou trabalho forçado. Portos americanos foram orientados a apreender cargas.
No Brasil, as atenções seguem voltadas para o encaminhamento que será dado à questão da regulamentação do teto de gastos e da criação de um programa de transferência de renda, com entrevista de Rodrigo Maia ao Estadão, em que o presidente da Câmara prevê a conclusão da votação até o dia 15 de janeiro. Na mesma direção, destaque também para o estudo do Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com o economista do Insper, Ricardo Paes de Barros, que propõe formas de viabilizar um programa de transferência de renda de R$ 27 bilhões que substitua o Bolsa Família e o auxílio emergencial sem furar o teto de gastos.
Também na seara política, o noticiário reporta ainda o esforço do governo para tentar votar no Senado, na quinta-feira, o projeto que confere autonomia ao Banco Central. O texto do relator passou a prever que, "sem prejuízo de seu objetivo fundamental", o de assegurar estabilidade de preços, o Banco Central também tem por objetivos "suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego".
Na agenda do dia, os destaques serão a participação do secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, em evento organizado pelo Estadão, a divulgação dos números da arrecadação federal referentes a setembro, o Livro Bege nos EUA e o discurso de dirigentes do Fed: Loretta Mester (Cleveland), Robert Kaplan (Dallas) e Neel Kashkari (Minneapolis). Já no cenário político, o Senado analisa hoje a indicação de Kassio Nunes Marques para vaga no Supremo Tribunal Federal. Finalmente, do lado das empresas, ontem a Petrobras publicou seu relatório de produção e vendas referente ao 3T20. Temos uma avaliação positiva dos números divulgados, embora eles tenham vindo em linha com nossas estimativas. Destacamos o aumento de 3,9% A/A na produção total da Petrobras e a alta taxa de 83% de utilização do parque de refino da companhia. Mantemos nossa recomendação de compra na Petrobras, com preços-alvo de R$ 30,0 e R$ 29,0 para PETR4 e PETR3, respectivamente.
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