No Brasil, o número de empresas de micro e pequeno porte (que têm faturamento entre R$ 81 mil e 4,8 milhões por ano), abertas no primeiro trimestre de 2023, aumentou consideravelmente em relação aos anos anteriores. De acordo com pesquisa divulgada pelo Sebrae, durante o período, houve o registro de 214.413 novos negócios nessas categorias, incluindo microempreendedores individuais (MEI), um avanço de 9,2% em relação ao ano anterior e 60,8% superior a 2019.
Já quando o assunto é fusões e aquisições, recente pesquisa realizada pela KPMG apontou que foram realizadas 372 operações de janeiro a março de 2023, representando uma queda de 32,7% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram fechados 553 negócios. Ainda assim, as expectativas para o segundo semestre são grandes.
Para minimizar os riscos ou até mesmo impedir uma transação perigosa, especialistas alertam para a chamada Due Diligence – prática usada pelas partes interessadas na transação.
Esse processo responde perguntas que parecem, em um primeiro momento, obvias, mas podem levantar aspectos importantes para as tomadas de decisões. Como está a saúde financeira da empresa, qual o passivo tributário, quais os problemas trabalhistas, etc, são alguns dos aspectos respondidos na Due Diligence.
“Significa uma ‘diligência prévia’ para investigar essa operação de compra e venda de determinada empresa. O objetivo é entender e analisar quais obrigações estão sendo assumidas com a compra ou fusão de determinada empresa”, afirma Alessandra Cristina Borrego Matheus, sócia atuando na área Tributária da De Biasi Auditoria, Consultoria e Outsourcing.
De acordo com a especialista, a análise é de extrema importância para o empresário que busca vender a companhia ou procura investidores para o seu negócio, pois deve saber a situação em que a empresa se encontra e de que forma é possível melhorar, otimizar processos e sanar problemas antes de uma operação de M&A.
“A Due Diligence contribui para o sucesso dessa negociação, já deixando a empresa preparada para a venda. Do lado do investidor que está comprando a empresa, o processo de Due Diligence é ainda mais importante, tendo em vista que fará estudo minucioso da empresa na qual depositará seus investimentos e, é claro, de onde se espera auferir lucros e receitas”, destaca Alessandra.
Com isso, segundo a tributarista, vale dizer que uma das grandes vantagens da Due Diligence é justamente preparar o terreno para o possível investimento.
“A ideia é identificar riscos antes da formalização da transação, permitindo que passivos ocultos sejam levados a efeito quando da determinação do preço e das garantias que serão exigidas das partes”, conclui.
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