No mundo hiperconectado de hoje, a segurança da informação deixou de ser uma preocupação técnica restrita a especialistas e tornou-se um tema essencial para a vida cotidiana.
Em 30 de novembro, o Dia Internacional da Segurança da Informação nos convida a refletir sobre os desafios crescentes de proteger dados pessoais em um ambiente digital em constante transformação.
A origem dessa data remonta a 1988, quando o ataque do vírus “Morris Worm” expôs vulnerabilidades tecnológicas e impulsionou a busca por sistemas de proteção. Décadas depois, as ameaças evoluíram e, com elas, a urgência de legislações eficazes, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil. Essa norma marcou um avanço na proteção dos cidadãos ao exigir que empresas tratem informações pessoais com transparência e responsabilidade.
Ainda assim, a aplicação da LGPD enfrenta obstáculos. Além de questões relacionadas à fiscalização, as lacunas em torno de tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial e a Internet das Coisas, demandam novas regulamentações que garantam a privacidade em um cenário de inovação constante.
A criação e implementação da LGPD foram movimentos significativos para garantir leis e penalizações adequadas para a gestão de dados coletados e armazenados pelas empresas. Porém, assim como ainda existem desafios para a fiscalização e aplicação correta da lei, é necessário criar leis que abordem temas ainda não explorados pelo Legislativo para preservar a identidade e o bem-estar dos cidadãos no ambiente on-line.
A conscientização da população também precisa avançar. De acordo com a Pesquisa de Privacidade do Consumidor de 2024, da Cisco — empresa global de soluções de rede e segurança —, 70% dos entrevistados recebem positivamente as leis de privacidade, mas apenas 53% afirmam estar plenamente cientes dessas regulamentações. Essa lacuna reforça a importância de campanhas educativas que ampliem o entendimento público sobre como proteger seus dados.
Hoje, proteger a privacidade digital não é apenas uma questão técnica, mas um exercício de cidadania. A segurança da informação deve ser tratada como prioridade por governos, empresas e indivíduos.
Mais do que uma data no calendário, o Dia Internacional da Segurança da Informação é um lembrete de que nosso futuro digital depende das decisões que tomamos agora. Afinal, em um mundo cada vez mais interligado, proteger dados pessoais é proteger nossa própria liberdade.
Fabiano Carvalho, especialista em transformação digital e CEO da Ikhon.