Seguro-desemprego nos EUA: para economistas, Fed deve manter juros

Para especialista, no Brasil, isso pode pressionar a taxa de câmbio e os juros, trazendo desafios para a política econômica em um cenário global mais difícil

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Prédio do Federal Reserve (Foto: Liu Jie/Agência Xinhua)
Prédio do Federal Reserve (Foto: Liu Jie/Agência Xinhua)

Na semana passada, os EUA registraram 201 mil pedidos de seguro-desemprego. O número ficou abaixo da projeção, que seria de 214 mil e da leitura anterior de 211 mil, de acordo com o Departamento de Trabalho do país (DoJ) em dados publicados hoje.

Para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, “a queda nos pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA para 201 mil, abaixo da previsão de 214 mil, mostra que o mercado de trabalho americano continua estável, como já vimos nos dados do relatório Jolts. A situação pode levar o Fed a manter os juros inalterados por mais tempo. No Brasil, isso pode pressionar a taxa de câmbio e os juros, trazendo desafios para a política econômica em um cenário global mais difícil.”

Já para André Matos, CEO da MA7 Negócios, “a queda nos pedidos de seguro-desemprego nos EUA reforça a estabilidade do mercado de trabalho americano, aumentando a probabilidade de o Fed manter as taxas de juros inalteradas por mais tempo. Esse cenário traz implicações diretas para o Brasil, como pressão sobre o câmbio e elevação da taxa de juros, dificultando ainda mais a condução da política econômica. Além disso, as incertezas relacionadas às políticas propostas pelo presidente eleito nos EUA como cortes de impostos e aumento de tarifas de importação ampliam os riscos inflacionários e deixam os mercados globais em alerta”.

De acordo com João Kepler, CEO da Equity Fund, “os dados do mercado de trabalho americano, com pedidos de seguro-desemprego abaixo das expectativas, reforçam a resiliência da economia dos EUA. Esse cenário indica uma manutenção da força do mercado de trabalho, o que pode levar o Federal Reserve a permanecer atento na condução da política monetária, considerando a relação entre emprego e inflação”.

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E para Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, “aqueda inesperada nos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, que chegaram a 201 mil contra a previsão de 214 mil, destaca a estabilidade do mercado de trabalho americano, conforme já apontado pelo relatório Jolts. Esse cenário aumenta a probabilidade de o Federal Reserve manter as taxas de juros inalteradas por mais tempo, reforçando uma postura cautelosa diante da força do mercado de trabalho. No entanto, essa estabilidade nos EUA traz implicações para o Brasil. A manutenção de juros elevados pelo Fed pode pressionar o câmbio, aumentar a volatilidade e impactar diretamente a taxa de juros local, dificultando ainda mais a condução da política econômica em um cenário global mais desafiador.”

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