Pequisa recente conduzida pela fintech Onze evidenciou alguns dos principais impactos dos problemas com as finanças pessoais sobre o bem-estar mental dos brasileiros. Os números acendem um sinal de alerta nesse Setembro Amarelo, mês dedicado aos cuidados com a saúde da mente.
No total, foram entrevistadas 3.059 pessoas de todo o Brasil. Desses, 1.142 trabalham sob regime CLT e, mesmo amparados pelas leis do trabalho, grande parte dos entrevistados se sente insegura com as finanças.
Entre os principais achados da fatia da pesquisa feita com trabalhadores formais, estão os seguintes: apenas o suficiente para cobrir as despesas: 47% dos trabalhadores com renda fixa admitiram que suas finanças cobrem apenas as despesas essenciais e outros 34% disseram que a renda é insuficiente para fechar as contas.
Reserva financeira inexistente: sete em cada 10 (77%) entrevistados admitiram que não têm qualquer reserva em dinheiro para emergências, o que os deixa vulneráveis em situações financeiras inesperadas.
Mais da metade dos entrevistados (55%) diz ter dívidas de cartão de crédito, o que agrava ainda mais a pressão financeira, dado o alto patamar de juros que incide na modalidade.
Ainda segundo o estudo, dentre os trabalhadores celetistas entrevistados, 64% admitiram que a relação com o dinheiro afetou a saúde mental, sendo que 71% desenvolveram ansiedade, 49% insônia e 17% depressão.
A pesquisa também descobriu que, para 24% dos entrevistados CLT, o dinheiro já afetou as relações com parceiros e/ou familiares.
Ainda segundo o estudo, metade dos trabalhadores formais (52%) se sentem preocupados e ansiosos ao falar sobre dinheiro, especialmente porque não conseguem traçar/realizar metas de vida (50%).
A pesquisa foi realizada com 3.059 brasileiros com diferentes fontes de rendimento. 38% trabalham em regime CLT, 25% são autônomos, 21% estão desempregados, 11% funcionários públicos, 3% são empresários e 1% é aposentado. O estudo revelou que oito em 10 entrevistados (80%) não possuem reserva financeira para emergências, enquanto 40% responderam que a renda mensal cobre apenas o essencial.
No geral, os entrevistados evidenciaram que a preocupação com o dinheiro interfere no bem-estar emocional dos brasileiros. Aproximadamente dois terços (64%) admitiram que a relação com o dinheiro já afetou a saúde mental, sendo que 71% desenvolveram ansiedade, 51% insônia e 25% depressão.
E, quando o assunto são sentimentos que o dinheiro desperta, os números revelam que metade dos entrevistados (50%) se sentem preocupados e ansiosos ao pensar nas próprias finanças e, ainda assim, 52% não costumam se abrir sobre o assunto com pessoas próximas.
De acordo com a Serasa, mais de 71 milhões de brasileiros estão inadimplentes. De acordo com um levantamento realizado pelo órgão, 51% dos entrevistados disseram que começaram a ter sintomas de estresse por causa das dívidas e 43% alegaram sentir ansiedade e depressão devido às contas atrasadas.
