Dos brasileiros que buscam crédito, 62% querem investir no próprio negócio. Os recursos se destinam ao reforço de caixa, estoque e insumos e a maioria (51%) busca valores entre R$ 1.001 e R$ 5 mil. Os dados constam da edição de março do Mapa Serasa Crédito, levantamento com 1.451 consumidores que fizeram simulações na plataforma. A pesquisa também aponta um aumento de 8% na busca por empréstimos na comparação com fevereiro.
No mês, a modalidade de crédito mais buscada na plataforma foi o empréstimo com antecipação do FGTS, citada por 36% dos respondentes. Em seguida, aparecem empatados o cartão de crédito e o empréstimo pessoal, com 24% das respostas. Entre os consumidores que cogitam antecipar o FGTS, 49% simulam valores inferiores a R$ 500.
Em relação ao perfil do consumidor, a maior parte dos brasileiros que procuraram algum tipo de crédito em março está na faixa etária de 26 a 35 anos (35%) e tem renda mensal entre R$ 1 mil e R$ 2.500 (39%). Destes, 60% são homens e 40%, mulheres.
Considerando apenas este mês de abril, 57% consumidores afirmam que devem buscar crédito extra. Dentro desse grupo, empréstimo pessoal (57%) e cartão de crédito (45%) são as modalidades mais procuradas. A maioria (51%) busca valores entre R$ 1.001 e R$ 5 mil.
Sobre os planos para esse recurso, 34% dos brasileiros apontam que pretendem fazer um investimento. Esses consumidores devem buscar crédito, principalmente, em seus bancos principais (27%) ou em uma financeira (23%).
De acordo com o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (Iode-PMEs), após a expansão de 4,7% em março, o setor fechou o trimestre com alta de 11,5% no faturamento.
O Iode-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 678 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: comércio, indústria, infraestrutura e serviços.
Segundo Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, além da resiliência no mercado de trabalho, começaram a aparecer, mesmo que discretamente, os efeitos da queda da Selic, refletindo nas concessões de crédito às pessoas físicas.
“De fato, as projeções do mercado para o desempenho do PIB brasileiro voltaram a subir nas últimas semanas, após a divulgação de diversos indicadores de alta frequência. Segundo o relatório Focus do Banco Central, espera-se crescimento de 1,9% da economia brasileira em 2024 – projeção anterior era de 1,5%”, diz.
A análise dos dados setorizados do Iode-PMEs revela que a evolução do mercado foi disseminada entre os grandes setores da economia no início do ano.
Mantendo a tendência apontada no trimestre anterior pelo índice, as PMEs da Indústria seguiram com avanço de 15,6%, em comparação ao primeiro trimestre de 2023. O resultado reflete o próprio crescimento da demanda doméstica e a normalização das cadeias globais de produção – que tem resultado em expressiva queda de custos, sobretudo para indústrias de menor porte.
Dos 23 subsetores da indústria de transformação acompanhados pelo índice, 19 mostraram evolução entre janeiro e março deste ano. Destaque para metalurgia, preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados e fabricação de móveis.
Serviços também têm tendência positiva no mercado de PMEs no primeiro trimestre de 2024, com crescimento de 8%. “O avanço da renda e a redução das pressões inflacionárias contribuem para a ampliação do poder de compra das famílias e das empresas, favorecendo os prestadores de serviços nos mais variados ramos de atividades do segmento”, explica Beraldi.
Sobre as atividades de maior relevância deste setor é possível mencionar atividades administrativas e serviços complementares (como agências de turismo, serviços para edifícios e serviços administrativos para empresas), atividades profissionais, científicas e técnicas (que incluem destaques como atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria e serviços de arquitetura e engenharia) e atividades financeiras e de seguros.
Apesar do avanço na indústria e em serviços, a grande surpresa indicada pelo Iode-PMEs no início de 2024 foi a retomada do aumento de faturamento das PMEs do comércio em termos anuais. O segmento cresceu 4,6%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado foi puxado pela retomada do comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (36%) e do comércio atacadista (3,5%). No atacado, destaque para produtos odontológicos, fios e fibras beneficiados e bebidas.
Já no varejo, os resultados recentes mantiveram ligeira tendência de queda (-0,4% YoY no 1T2024), sobretudo pelos dados das PMEs em março de 2024 (-6,3% YoY). Entre as com pior performance no comércio estão artigos de armarinho, calçados, e mercearias e minimercados. Por outro lado, destaca-se atividades varejistas de: vidros, pedras para revestimento, artigos para viagem, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal e equipamentos para escritório.
Em infraestrutura, as PMEs também mostraram uma inversão de tendência ao registrar avanço no primeiro trimestre de 2024 (5,9% YoY). E se deve ao crescimento verificado nas atividades de serviços especializados para construção (que englobam serviços em obras imobiliárias desde a fundação até a fase de acabamento), captação, tratamento e distribuição de água e descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos. Em contrapartida, as atividades de obras de infraestrutura e construção de edifícios seguiram em retração no período.
O economista observa que esse panorama setorial é diferente do observado no decorrer de 2023 – em que o desempenho do índice mostrava diferenças setoriais relevantes.”“Com isso, a evolução recente das PMEs se configura novamente como um importante antecedente positivo do PIB brasileiro no período” ressalta.
O Iode-PMEs também apresenta uma visão regionalizada do comportamento do mercado de pequenas e médias empresas no país. O índice aponta que a ascensão, do mercado foi disseminado na maioria das regiões: Sudeste (9,7% ante o primeiro trimestre de 2023), Sul (9,3%), Nordeste (8,4%) e Centro-Oeste (23,5%) – este último sobre uma base de comparação significativamente fraca do ano anterior. A Região Norte é a única que apontou uma retração no período (-3,4%).
O desempenho do Iode-PMEs no início de 2024 (sobretudo no primeiro bimestre do ano) foi positivo em relação às projeções do Iode-PMEs para o período. Seguindo essa tendência de avanço, a estimativa é que o setor cresça 4,3% em 2024 ante 2023.
O mercado espera pela queda da Selic até o final de 2024. A meta para a taxa básica de juros da economia brasileira foi definida, em março de 2024, no patamar de 10,75% (3,0 pontos percentuais abaixo da taxa vigente de 2023), com perspectivas de mercado apontando o nível de 9% até o encerramento do ano.
Para o segundo semestre de 2024, a perspectiva é de desaceleração, em relação ao desempenho recente. Beraldi explica que “há pouco espaço para uma nova tração vinda do mercado de trabalho, considerando o desemprego atual (entre 7,5% e 8,0%) e o nível elevado dos rendimentos dos trabalhadores. Além disso, não se espera ampliação de programas de incentivo à renda do governo, diante da necessidade de ajuste das contas públicas”.
Do ponto de vista setorial, a expansão do mercado de PMEs deve ser sustentada pelo pelas atividades de serviços. Além disso, os efeitos da queda das taxas de juros devem abrir espaço para retomada consistente do crescimento do faturamento real das PMEs do comércio, após um 2023 desafiador.
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