A Taxa Selic está em 13,25% ao ano e há previsão de aumento de 1 ponto percentual na reunião desta semana do Comitê de Política Econômica (Copom), do Banco Central. A reunião começa nesta terça-feira (18) e na quarta-feira (19) a nova taxa básica de juros da economia será divulgada. A taxa Selic é um indicador de mercado que influencia a rentabilidade de vários investimentos, como títulos do Tesouro Direto, caderneta de poupança e renda fixa. A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) prevê a elevação de 1 p.p da taxa (indo para 14,25%). A associação projeta também a permanência de ciclo de alta dos juros nos meses de maio e junho.
Entre os principais pontos da análise de Everton Gonçalves, diretor de Economia, Regulação e Produtos da ABBC, estão as expectativas quanto a variação dos índices de inflação, taxa de câmbio, liberação do FGTS para quem aderiu o Saque Aniversário, além de incertezas no ambiente interno e externo.
Ele lembra que o Copom diagnosticou na reunião de janeiro a necessidade de uma política monetária mais contracionista. “Verificou-se que apesar da ampliação da desancoragem das expectativas de inflação no Boletim Focus, com a projeção subindo de 5,50% para 5,68% para 2025 e de 4,22% para 4,40% para 2026, o relatório das 2 últimas semanas apresentou alguns sinais de acomodação. Ademais, a inflação em 12 meses suavizada que no Copom de janeiro era de 5,64% reduziu-se para 5,30%”.
A inflação de serviços anualizada diminuiu de 5,57% a.a. em janeiro para 5,32% em fevereiro, com a desaceleração do crescimento do PIB no 4T24 indicando uma redução do hiato positivo do produto. Por outro lado, o arrefecimento da pressão no mercado de trabalho, tende a ser compensado pela liberação do FGTS para quem aderiu o Saque Aniversário e foi demitido.
Para a ABBC, mesmo com a iminência de uma guerra tarifária no comércio internacional, houve no período uma apreciação relevante da taxa de câmbio, com a cotação do dólar saindo de uma cotação de R$ 6,00 para algo próximo de R$ 5,80.
Anbima
O Grupo Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. (Anbima) –que é composto por 26 economistas de instituições associadas à associação – também prevê que o Copom aumente taxa de juros para 14,25% ao ano na reunião desta semana
O Grupo Consultivo Macroeconômico da entidade projeta que a Selic terminará 2025 em 15%, ante perspectiva anterior de 15,25% ao ano.
Na avaliação dos economistas, o Copom (Comitê de Política Monetária) vai aumentar a taxa básica de juros em um ponto percentual nesta semana, para 14,25%, e promover mais duas altas de 0,50 ponto nas reuniões de maio e de junho. A expectativa é que esse patamar permaneça estável até novembro, quando deve cair 0,25 ponto percentual.
Os economistas mantêm a previsão de 5,6% para a inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), acima do centro da meta, de 3%. “O PIB [Produto Interno Bruto] do primeiro trimestre deve ter uma forte expansão e desacelerar gradualmente ao longo do ano, abrindo espaço para cortes de juros a partir da reunião de novembro”, avalia Fernando Honorato, coordenador do nosso Grupo Consultivo Macroeconômico.
As projeções para o PIB passaram de 1,96% para 1,92% em 2025, com crescimento menor a partir do terceiro trimestre. A estimativa para o dólar também foi revisada, passando de R$ 6,10 para R$ 6 até o final do ano. Na análise da política fiscal, os economistas avaliam que a dívida bruta do setor público chegará a 80,31% do PIB, em 2025, ante a projeção anterior de 81%. Já a estimativa para o déficit primário neste ano foi revisada de 0,63% para 0,66% do PIB.