Copom decide nesta quarta-feira a nova taxa básica de juros da economia A semana começa com a expectativa de corte de 0,50 ponto percentual da Selic (a taxa básica de juros da economia passaria de 11,25% para 10,75% ao ano). O mercado acredita na manutenção do ritmo de cortes da taxa na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, na quarta-feira (20). Se o patamar for confirmado será a sexta redução consecutiva de 0,50 ponto percentual.
O Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) calcula que a Selic deve encerrar o ano em 9%, ante uma projeção de 9,25% anteriormente.
Para os economistas, esse patamar deve ser atingido em setembro e mantido até dezembro. Todas as análises do Grupo Consultivo Macroeconômico sobre as projeções estarão no Relatório Macroeconômico que será divulgado até esta terça-feira (19). “Reduzimos o ponto terminal dos juros, mas há uma preocupação de parte do grupo em relação à manutenção do ritmo de queda da Selic, sobretudo diante das perspectivas para os juros externos e da dinâmica dos preços de serviços” afirma Fernando Honorato, coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da Anbima.
Em relação à inflação, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 3,8% para 3,6%, portanto inferior ao teto da meta estipulada para este ano (4,5%). Já para o PIB, a projeção de crescimento em 2024 passou de 1,7% para 2,0%, com o patamar máximo observado na discussão entre os economistas em 2,5% e o mínimo em 1,2%.
No câmbio, a estimativa para o dólar ao final deste ano aumentou de R$ 4,90 para R$ 4,93. No cenário externo, a principal discussão é relacionada aos juros americanos. Apesar da expectativa de que Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, inicie o ciclo de queda em junho, os últimos indicadores dos Estados Unidos aumentaram as incertezas do mercado. O Fed também divulgará nesta quarta-feira sua nova taxa de juros.
Na avaliação dos economistas da Anbima, se a inflação continuar resiliente, os juros ficariam altos por mais tempo e isso prejudicaria os investimentos em mercados emergentes como o Brasil.
Em relação a política fiscal, o grupo reduziu a projeção para o déficit primário de 2024 de 0,80% do PIB para 0,70%. Já a previsão para a dívida bruta do setor público passou de 78% do PIB para 77,5%.
Grupo Consultivo
O Grupo Consultivo Macroeconômico é formado por 25 economistas de instituições associadas à Anbima. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.
A Anbima representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento.