Selic deve passar de 13,25% para 13,75% ao ano

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Edifício-sede do BC (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Edifício-sede do BC (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, define hoje, em Brasília, a taxa básica de juros, a Selic. Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a Selic deverá passar de 13,25% para 13,75% ao ano, com alta de 0,5 ponto percentual. Os analistas de mercado esperam que a taxa permaneça nesse nível até o fim do ano.

Na ata da última reunião, os membros do Copom indicaram que pretendiam aumentar mais uma vez a  Selic em 0,5 ou 0,25 ponto percentual, mas deixaram aberta a possibilidade de promover novas altas caso a inflação persista.

Até maio, os comunicados do BC indicavam que a autoridade monetária pretendia encerrar o ciclo de elevações em junho. No entanto, as altas além do previsto – promovidas pelo Fed e do Banco Central Europeu – adicionaram pressão sobre os juros brasileiros.

Depois de altas nos últimos meses, as estimativas de inflação têm caído. A última edição do boletim Focus reduziu a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo de 7,30% para 7,15% neste ano. Em junho, as projeções para o IPCA chegaram a 9%.

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Embora a gasolina e a energia elétrica tenham ficado mais baratas nos últimos meses, a guerra entre Rússia e Ucrânia continua impactando os preços do diesel, de fertilizantes e de outras mercadorias importadas. Além disso, a instabilidade na economia norte-americana, que enfrenta a maior inflação nos últimos 41 anos, provoca forte volatilidade na cotação do dólar em todo o planeta.

Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior, 5%. Os analistas consideram que o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo.

“Os dados vieram abaixo do esperado, o que foi positivo, mas sabemos que se trata de um alívio temporário devido às decisões do governo em relação à diminuição do ICMS diminuindo preços de gasolina e energia, o que passa uma sensação de melhora. Porém, não temos o problema da inflação resolvido. Isso deve levar o Copom a subir juros novamente nesta semana como tentativa de controlar a inflação”, diz Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital.

Para o economista Fabio Louzada, analista CNPI e fundador da Eu Me Banco, a próxima alta a ser anunciada nesta semana ainda não será a última que encerrará o ciclo. “Neste ano, não devemos ter uma inflação dentro da meta e não acho que o BC se arriscaria a interromper o ciclo agora. Acredito que o BC chegue a uma taxa de pelo menos 14% neste ano. O próprio relatório Focus divulgado nesta semana trabalha com a expectativa de que o juro básico suba de 13,75% para 14% para o fim do ano, o que é influenciado pelo cenário de deterioração da expectativa de inflação para o ano que vem”, explica.

Segundo ele, desde que o Copom começou a subir juros, começamos a ver sinais de que a inflação aos poucos está arrefecendo por mais que o cenário não esteja totalmente tranquilo. As medidas do governo de reduzir impostos como ICMS dos combustíveis e energia têm impactado nos números: “O boletim Focus reduziu a estimativa do IPCA 2022 pela quinta semana seguida de 7,30% para 7,15%. Por outro lado, vemos as estimativas para 2023 avançando de 5,30% para 5,33%, aumento que pode ser influenciado pelos efeitos das medidas do governo que devem estimular o consumo nos próximos meses, como o Auxílio Brasil que aumentará de R$ 400 para R$ 600”.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do comitê, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

 

Com informações da Agência Brasil

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