Selic deve ser mantida em 10,50% até o final do ano

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como o copom decide os juros
Como o Copom decide os juros (elaboração BCB)

O Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) manteve a projeção de que a Selic deve encerrar o ano em 10,50%. Para economistas de instituições associadas à Anbima, o Comitê de Política Monetária (Copom) não deve retomar o ciclo de queda na taxa básica de juros nas quatro reuniões que restam até dezembro.

Todas as análises do grupo consultivo da Anbima sobre as projeções estarão no Relatório Macroeconômico que será divulgado até 31 de julho. Em relação à inflação, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revisada para cima, subindo de 3,9 % para 4%, ficando mais distante do centro da meta (3%) e próxima do teto (4,5%) estipulado para este ano.

“As chances de corte dos juros americanos neste semestre aumentaram e, quando isso acontecer, haverá redução na pressão sobre a curva de juros nos mercados emergentes. No entanto, existem dúvidas sobre a trajetória da Selic devido ao quadro fiscal e à inflação, que ainda permanece acima do centro da meta”, afirma David Beker, vice-presidente do Grupo Consultivo Macroeconômico da Anbima.

No câmbio, a estimativa para o dólar ao final deste ano aumentou de R$ 5,20 para R$ 5,30 em razão, principalmente, das incertezas domésticas sobre a política fiscal e a inflação. Cenário externo

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Os economistas estão mais otimistas com o cenário externo, sobretudo em relação à redução dos juros nos Estados Unidos. Os indicadores mostraram desaceleração da inflação, aumentando as expectativas de que o Fed, o banco central americano, inicie o afrouxamento monetário a partir de setembro.

A projeção de crescimento do PIB ficou praticamente estável, variando de 2,20% para 2,25%.

Na análise da política fiscal, a previsão para o déficit primário de 2024 foi reduzida de 0,70% para 0,63% do PIB, reflexo das medidas de bloqueio e contingenciamento anunciadas recentemente pelo governo federal. Já a estimativa para a dívida bruta do setor público passou de 77,6% do PIB para 77,7%.

O Grupo Consultivo Macroeconômico é formado por 25 economistas de instituições associadas à Anbima. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.

A Anbima representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento.

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