Selic poderá ser usada em correção monetária de custas do Judiciário

Homologações de acordos judiciais serão isentos do pagamento de taxa judiciária

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Desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, presidente do TJ-RJ (Foto: Brunno Dantas/TJ-RJ)
Desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, presidente do TJ-RJ (Foto: Brunno Dantas/TJ-RJ)

Os valores das tabelas de custas e emolumentos do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJ-RJ) poderão ser atualizados anualmente pela variação da taxa referencial do Sistema de Liquidação e Custódia (Selic) para tributos federais acumulada no ano anterior. Atualmente, a correção monetária utiliza a variação da Unidade Fiscal de Referência do Estado do Rio de Janeiro (Ufir-RJ). A nova determinação consta no Projeto de Lei 4.518/24, de autoria do Poder Judiciário, que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) vota hoje, em discussão única. Por já ter recebido emendas parlamentares, a medida poderá ser alterada durante a votação.

Especificamente no ano que vem, o projeto propõe que os valores sejam atualizados pela variação da taxa Selic acumulada desde 1º de janeiro de 2021 em relação às custas e 1º de janeiro de 2022 em relação aos emolumentos, e terão como referência os valores vigentes naqueles anos, quando sofreram suas últimas modificações, introduzidas pelas Leis 9.507/21 e 9.873/22.Na hipótese de extinção da taxa Selic, será aplicado o índice de correção monetária que a substituir, adotado pelo Poder Executivo para a correção do crédito tributário estadual. A nova proposta realiza as alterações na Lei 3.350/99, que instituiu as custas judiciais e emolumentos dos serviços notariais e de registros no Estado do Rio.

Presidente do TJ-RJ, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, afirmou que a corte está buscando utilizar o mesmo padrão de referência adotado tanto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a atualização de sua tabela de custas, como pelos Tesouros Federal e Estadual para a correção de suas receitas tributárias.

“A medida ainda se faz necessária já que estudos financeiros realizados pelos órgãos técnicos do Poder Judiciário apontam para a projeção de déficits de arrecadação nos anos vindouros se mantida a Ufir-RJ como fator de atualização”, concluiu.

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A proposta ainda isenta de taxa judiciária as homologações de acordos extrajudiciais de valor inferior a R$ 20 mil quando tiverem natureza pré-processual e forem celebrados por meio da plataforma institucional online de resolução de disputas da corte. Já para os acordos no mesmo valor feitos de forma presencial haverá incidência de taxa de 0,55 Ufir-RJ, atualmente equivalente a R$ 2,50.

Neste caso específico da taxa judiciária, a proposta altera o Decreto-Lei 5/75, que instituiu o Código Tributário do Estado do Rio.

“A isenção da taxa nos acordos online vai colaborar para desafogar o Poder Judiciário, cuja carga de trabalho é sabidamente excessiva”, disse o presidente do tribunal.

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