O fim do auxílio emergencial no mês de dezembro impactará a economia em 2021. De acordo com o economista Igor Lucena, em meio a este cenário, criou-se um problema, pois “se não continuarmos com os auxílios a economia deve afundar em 2021, porém se continuarmos o déficit público dispara.”
“Está claro que a economia ainda não deslanchou, pois o nível de desemprego continua a subir. Isso significa que mais estímulos financeiros serão necessários no ano de 2021. Vale ressaltar que na Europa e nos EUA, já há um consenso entre as autoridades monetárias e os governos federais que a economia não se recuperará no início o ano por si só, entretanto devido ao fato do dólar e do Euro serem reservas internacionais de valor, é mais fácil tomar esse tipo de decisão. Aqui no Brasil estamos em uma encruzilhada pois se não mantivermos o Auxílio Emergencial e o Programa de Emprego, poderemos ver a economia naufragar, pois vamos tirar as pernas de sustentação da retomada, por outro lado tudo isso é muito caro e a dívida bruta pública já está pressionada pelo ‘Orçamento de guerra de 2020’. A questão que se impõe é como manter esses programas sem passar a impressão de descontrole fiscal?”, explica Igor.
O economista avalia que o país vai ter dois parâmetros de análise.
“O primeiro é que com a continuidade das medidas fiscais e monetárias no exterior, isso de alguma maneira facilita que nós possamos ousar mais na mesma direção, porém o perigo a inflação e do descontrole fiscal aumentam. Com o aumento dos casos de Covid-19, acho que a prorrogação aos auxílios é inevitável, mas só conseguiremos manter a credibilidade fiscal se ao mesmo tempo já avançarmos nas reformas estruturais, demonstrando ao mercado que no longo prazo nossa razão dívida/PIB deve cair e o crescimento com superávits deve voltar. Essa situação impõe ao mesmo tempo uma oportunidade para reformarmos o Estado, porém o tempo agora é curtíssimo”, diz.
Leia mais:
Oposição faz obstrução para conseguir votar auxílio emergencial