Sem confinamento, Suécia chora mortos e vê PIB desabar

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A polêmica entre salvar vidas ou sustentar a economia ficou para trás. No Brasil, fica claro que o estrago na economia vem do longo período de fanatismo fiscal, que levou o Brasil a regredir a 2013 e ameaça voltar mais uns cinco anos.

Uma análise inicial no enfrentamento ao coronavírus escolhido pela Suécia dá mais assunto para a discussão. No país nórdico, não foi decretado confinamento. Shoppings, restaurantes, bares, salões de beleza seguem funcionando. Foi proibida aglomeração com mais de 50 pessoas e recomendado que evitem sair de casa. Estima-se que metade dos trabalhadores aderiram, parcial ou integralmente, ao home office.

Do ponto de vista da saúde, no curto prazo, a estratégia – similar à pretendida por Bolsonaro – foi um desastre: até esta quarta-feira, 1.203 mortos por Covid-19. Seus vizinhos Dinamarca e Finlândia, que impuseram rigorosos bloqueios, tiveram apenas 309 e 72, respectivamente. A Suécia acredita que já está chegando ao pico. Só o tempo dirá com certeza qual estratégia foi mais eficaz, mas o que se vê hoje é que o isolamento voluntário foi mais mortal.

Bem, e o resultado na economia? A ministra da Fazenda sueca, Magdalena Andersson, disse que o PIB poderá cair 10% este ano, e o desemprego subir para 13,5%. Para comparar, a França, que adotou o confinamento, espera uma queda de 8% no PIB. Como se vê, nem saúde, nem dinheiro.

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Recuperação era sonho

O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 0,2%, na atividade econômica em fevereiro, na comparação com janeiro; 0,2% no trimestre móvel findo em fevereiro, em comparação ao findo em novembro; alta de 0,8% em fevereiro na comparação com 2019; e 1,1% no trimestre móvel findo em fevereiro.

O investimento voltou a cair neste mês, e a taxa de investimentos encontra-se bem abaixo da média da série histórica desde 2000. É inegável que o ano de 2020 será marcado pela forte desaceleração econômica em decorrência da pandemia da Covid-19; no entanto, os resultados até fevereiro mostram que uma retomada mais robusta da economia brasileira seria pouco provável, mesmo em situações normais, dada a fragilidade da composição da demanda com crescimento via consumo que vinha sendo estimulado por medidas pontuais adotadas pelo governo, como a liberação do FGTS”, analisa Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.

 

Segurança jurídica

O STF julga nesta quinta-feira a liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski sobre a validade de acordos individuais de redução salarial e suspensão contratual. Para o advogado trabalhista Pedro Abreu, da DC Associados, a decisão está bem longe de esgotar o tema ou solucionar dúvidas que podem ser geradas entre os empregadores. Para o jurista, ainda existem questionamentos se as empresas que negociaram a redução salarial ou suspensão dos contratos terão ou não segurança jurídica para seguir em frente.

A Advocacia-Geral da União (AGU) acha que a decisão deixa os acordos válidos mesmo que os sindicatos demonstrem oposição depois da devida comunicação.

A liminar do ministro e posterior esclarecimento feito por ele dão margem a entender que sim, não e muito pelo contrário.

 

Recorde de retomadas de imóveis

O vice-presidente de Habitação da Caixa, Jair Luís Mahl, participou de videoconferência com os membros do Grupo de Empresas Incorporadoras do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação. “Se não formos rápidos [ao analisar propostas para manter o mercado ativo e adotar mecanismos de flexibilização para conter a inadimplência], corremos o risco de haver a maior retomada de imóveis da história do país”, disse Mahl.

Ele saiu elogiado pelos empresários, que sugerem que a Caixa sirva de exemplo para os agentes financeiros privados.

 

Multiplicação

Luciano Hang, apoiador-mor de Bolsonaro, aumentou sua riqueza em 70% – em dólar – no 1º ano de governo do aliado. Isso quando a economia cresceu só 1%. O “Véio da Havan” é o 7º brasileiro mais rico e deixou para o governo pagar 70% do salário de metade dos seus funcionários.

 

Rápidas

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