O PT e a esquerda não devem se iludir com a posição da justiça. Se o Supremo decidir que Lula não deve ser preso, o fará para não criar um mártir, mas em seguida o TSE abaterá sua candidatura. Os exemplos da visão, digamos, conservadora do Judiciário não cansam de aparecer. Mais recente, a volta do processo do ex-presidente na Operação Zelotes (aquela que deveria investigar grandes empresas, mas teve as investigações dificultadas, tomando o atalho fácil de perseguir Lula) ao juiz que o tornou réu. Ou a celeridade com que o STF toca a ação contra Paulo Bernardo e Gleisi Hoffman, enquanto dormem nas gavetas dos ministros processos contra políticos de outros partidos que não o PT (a prescrição do crime do qual era acusado o senador Romero Jucá, para ficar em apenas um caso).
Enquanto isso, segue o Governo Temer estancando a sangria, segue para a Itália o ex-diretor-geral da PF Fernando Segovia, o breve, segue a Polícia Federal investigando os governadores e ex-governadores do PT, segue livre o senador Aécio Neves, aquele que pediu R$ 2 milhões a Joesley Batista, e segue nas sombras o operador dos tucanos Paulo Preto, cujos R$ 113 milhões guardados no exterior só foram revelados pela Suíça, apesar dos vários depoimentos de diferentes delatores sobre sua atuação em São Paulo.
Impacto no interior
O Brasil às vezes parece ter vergonha de seu interior, que se reflete na cobertura da imprensa, voltada para as metrópoles, especialmente do litoral. A Fecomércio de Minas Gerais apresentou estudo revelando que o Triângulo Mineiro responde por cerca de 11,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado. A pesquisa aponta que na região predomina o setor de serviços (56,5%), em comparação à participação relativa da indústria (34,7%) e da agropecuária (8,9%).
A maior parte das empresas varejistas do Triângulo (69%) se insere na categoria de microempresas (ME), registrando, em seu quadro, até nove funcionários. Nesse universo, 32,1% têm entre 20 e 50 anos de atuação no mercado, sendo que 81% do varejo pesquisado optam pelo Simples Nacional.
Os efeitos da recessão registrada nos últimos anos também foram avaliados. O economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, destaca que o cenário econômico instável teve impacto direto no Triângulo Mineiro. “A pesquisa aponta que 79,9% dos estabelecimentos foram afetados pela crise. O principal efeito sentido foi a queda na receita de vendas, algo apontado por 87,1% dos empresários”, ressalta.
A pesquisa revela ainda que 76,5% dos empresários relataram investir na segurança da sua loja. O dado demonstra que a insegurança acomete não apenas os grandes centros urbanos, mas que tende a afetar o funcionamento do comércio de forma direta ou indireta.
Em relação aos entraves do setor, a alta carga tributária é tida como uma das principais barreiras ao comércio: a redução da carga tributária foi apontada por 67,9% das empresas como contribuição positiva dos governos, seguida pelo crédito mais acessível para investimentos (9,2%).
Rápidas
A reunião do Conselho Diretor da Associação Comercial do Rio (ACRJ) no próximo dia 15 terá palestra do pré-candidato à Presidência Ciro Gomes, a partir de 11h *** O grupo Air France-KLM anuncia novo diretor comercial para a América do Sul, o holandês Seth van Straten.